domingo, 16 de junho de 2024

Festas juninas

 

Estamos em pleno período em que se comemoram os santos juninos, Santo Antônio, São João e São Pedro, na forma mais animada possível dos forrós em todo país, com destaque para as cidades do Nordeste, sob o embalo das eternas canções juninas, que agitam e incendeiam as festas e os bailes das noites mais quentes das tradições do povo daquela região.

Na verdade, as canções juninas são a alma das festas, que ditam e inspiram precisamente os momentos das animações, como, por exemplo, essas abaixo:

“A fogueira tá queimando, em homenagem a São João/O forró já começou/Vamos gente rastapé nesse salão....”.

“Olha pro céu, meu amor/Veja como ele está lindo/Veja o balão multicor/Como no céu vai subindo/Foi numa noite igual a esta/que você me deu o seu coração/...”.

Essas e outras canções carregam nas suas letras a essência musical das festas juninas que enriquecem a beleza e o encanto de todas as modalidades do forró, que é a base das alegrias juninas e a sustentação da cultura especialmente regional.

A verdade é que as músicas juninas mostram a magnitude da alegria por meio de canções alegres e contagiantes, cuja finalidade das suas letras é precisamente incentivar a alegria e dar vazão ao sentimento do amor, que realmente tem o condão de incendiar as festas juninas.

Vejam que beleza de música da época: “Dança Joaquim com Zabé/Luiz com Iaiá/Janjão com Raqué/E eu com Sinhá/Traz a cachaça Mané/que eu quero ver paia voar...”, que diz o verdadeiro sentido do forró, nas suas origens mais remotas de animação entre as pessoas.

Sem dúvida alguma, os forrós juninos são motivações de consolidação de tradições, como forma de preservação de heranças culturais do bravo povo nordestino, os quais foram extremamente honrados pelo inesquecível rei do baião, o grande sanfoneiro Luiz Gonzaga, que foi o maior incentivador das canções juninas, por ele ser autor de muitas e lindas músicas do gênero.

Na realidade, as canções juninas são a prova viva das raízes, das origens genuinamente nordestinas, que mostram a alma desse povo vibrante, alegre e dançante, com evidência que remontam dos grandes amores construídos nas noites de são-joão, certamente embaladas pelas festas interioranas, com o brilho notadamente das quadrilhas, tão vivas nos nossos corações.

O certo é que cada canção reflete momentos da vida do povo do sertão, das suas tradições e dos seus sentimentos que são revelados por meio de saudades, do romantismo e do amor próprio do rico Nordeste, em termos de tão importante tradição junina.

Enfim, as festas juninas, caracterizadas pelos forrós, quadrilhas e trajes típicos estão enraizadas não somente no calendário cultural do Nordeste, com destaque para os meses de junho e julho, mas também nas qualidades interioranas do homem do campo, com a evocação dos seus sentimentos, por meio da alegria e do amor, em forma de festa genuinamente popular.

Mais uma vez, salve o lindo momento junino, com seus encantos festivos peculiares, concitando que os respectivos participantes tenham inspiração nas alegres canções juninas e brinquem sobrelevando a importância da alegria e do amor, que são as principais motivações destas festas que tanto cativam nossos corações.  

 Brasília, em 16 de junho de 2024

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