quarta-feira, 19 de junho de 2024

Atraso tencológico

Conforme anúncio divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD), em parceria, no Brasil, com o Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral, o Brasil teve queda de duas posições do ranking de competitividade global, cujo ranking vem sendo  elaborado desde 1989.

Causa perplexidade que o Brasil apareça na posição 62 entre 67 países, cujo resultado significa a pior colocação dos últimos anos.

A avaliação referente à competitividade, definida pela FDC, tem por base a capacidade dos países de integrar novas tecnologias para impactar suas economias e promover crescimento socioeconômico.

O mais estranho dessa avaliação é que o Brasil somente fica à frente de países sem a menor expressividade mundial, como Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela.

Enquanto em primeiro lugar nesse ranking aparece Singapura, depois de ter ficado fora das cinco primeiras posições no ano passado.

Já a Dinamarca, que foi o primeiro país, no ano passado, figura agora na 3ª posição, atrás da Suíça.

O estudo destaca que, embora trate-se de países pequenos, eles têm influência no que se refere à boa estrutura institucional e aproveitam ao máximo as parcerias comerciais.

O relatório esclarece que “Singapura se tornou um centro internacional na Ásia devido à infraestrutura tecnológica avançada, instituições sólidas e um mercado atrativo, com empregos, inovação e oportunidades”.

O diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais e responsável pela pesquisa avaliou que “Tem muito para ser feito”, em termos de pesquisas tecnológicas.

Ele foi direto ao cerne da questão inerente ao desenvolvimento dos países, ao dizer que a baixa produtividade está diretamente ligada à falta de infraestrutura na educação, tendo destacado como, diferentemente de muitos lugares do mundo, especialmente aqueles que estão no topo do ranking, não há prioridade para investimentos focados em pesquisa e desenvolvimento.

Aquele diretor afirmou que “Muitos executivos dizem que o Brasil não cresce por conta do governo. Isso não é verdade”, porque, como destacado por ele, o país também teve desempenho fraco quando se fala em eficiência empresarial, ficando na 61ª posição: “As empresas também não têm o ganho de produtividade devido.

Sob outras avaliações, o Brasil figurou na 65ª posição do ranking de qualidade de infraestrutura e no 65º lugar em eficiência governamental, ou seja, em verdadeiro destaque sofrível, considerando a grandeza econômica da nação, que teria todas as condições de figurar no topo das avaliações, evidentemente se houvesse interesse político em investimentos nesses setores que influenciam na qualidade inerente à eficiência da produtividade.

Por último, os responsáveis pelas avaliações esclarecem que o ranking busca oferecer olhar econômico para o país que pretende ir muito além da produtividade, tendo afirmado que “O estudo busca demonstrar como o avanço da tecnologia, sua integração com políticas de governo e a estrutura do mercado como um todo favorece um crescimento que seja mais do que apenas um número no PIB”.

Na verdade, em termos de qualificação tecnológica, não constitui novidade que o Brasil pouco investe, cujo resultado não poderia ser diferente desse apontado pelo International Institute for Management Development, que apenas corresponde à realidade sobre país que prefere continuar no breu da ignorância, figurando entre os piores países do mundo, como no caso da Venezuela e nações da África, que igualmente não têm interesse em investir em pesquisas tecnológicas.

À toda evidência, é preciso ficar bastante claro que o subdesenvolvimento do país é reflexo do seu povo, que têm todas as condições para escolher seus representantes políticos por meio do voto, levando-se em conta os principais atributos deles, de acordo com os predicativos de competência, eficiência, honestidade, dignidade e principalmente responsabilidade para a colocação do país no mais elevado patamar de qualidade nas áreas da educação e da economia, porque ambas vão ditar os rumos da nação, em termos de prioridade de investimentos no preparo do povo.  

Em síntese, a avaliação em apreço evidencia, com muita clareza, que o Brasil precisa se despertar da catalepsia do subdesenvolvimento, em termos de pesquisas tecnológicas, de modo a priorizar, com a máxima urgência, investimentos nesse tão importante setor da tecnologia, em todas as suas especificidades, exatamente porque nenhum país conseguirá avançar em produtividade sem a consolidação da qualificação dos conhecimentos, que são visivelmente desprezados pelo país tupiniquim, conforme mostram as pesquisas.

            Brasília, em 19 de junho de 2024

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