quarta-feira, 29 de outubro de 2025

A banalização da criminalidade

 

Em conversa com jornalistas, o presidente do país disse que “talvez fosse mais fácil combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes que são vítimas dos usuários também. Você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, de gente que compra porque tem gente que vende".

Momento mais tarde, essa autoridade houve por bem se retratar, tendo afirmado que “Fiz uma frase mal colocada e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado"

É evidente que a mudança de opinião não tem nada a ver a com a real convicção do que pensa o presidente sobre a criminalidade, porque, na verdade, ele somente se retratou porque deve ter sido alertado de que a manifestação dele teve a pior repercussão possível.

A verdade é que ele se colocou em defesa da criminalidade, como melhor advogado jamais faria igual e isso é algo que se pode ser qualificado, por se tratar de ato pessoal do estadista, indigno e incompatível com a relevância de quem ocupa presidencial.

São tempos esquisitos demais esses vividos no Brasil, em que a autoridade máxima do país acha por bem incriminar o consumidor de drogas, certamente em forma de apoio e consolo aos traficantes, dando a entender que eles são vítimas desse sistema infernal, a ponto da sua insensatez entender que os bandidos são vítimas dos consumidores de drogas, algo jamais imagináveis em sociedade digna e consciente dos malefícios causados pelas drogas.

Esse fato degradante tem o condão de mostrar a que ponto de banalização a principal autoridade do país não perceber a mínima consciência sobre a vileza protagonizado por ele, em forma de desmerecimento da autoridade representada por ele, que perde, por completo, a credibilidade moral e o caráter de estadista, quando a dignidade da sua autoridade o obriga a condenar e combater, com rigor, os delinquentes do tráfico de drogas, além, por óbvio, de proteger a sociedade contra esse câncer que tanto mau causa à saúde da população.

É extremamente delicada a situação, em termos de respeito à autoridade, que não tem o menor escrúpulo em se associar e defender a banda podre da sociedade, ao se solidarizar com o trabalho abominável e criminoso, mostrando a sua total indiferença perante situação que exige especial atenção, em termos de combate à traficância de drogas, que tem enorme ascensão em todo o país

Ao contrário disso, o presidente deveria adotar prioridade máxima por força do seu dever constitucional, em forma de combate intransigente à criminalidade, porque o poder público tem especial dever, também constitucional, de proteger a população, tão prejudicada pelos traficantes de drogas.

Trata-se de péssimo e deplorável exemplo da principal autoridade do país, que, além de se omitir diante de alarmante presença de traficantes de drogas, em todas as cidades do país, que se encontram dominadas por esses agentes da desgraça, ainda faz questão de mostrar muito carinho por atividades ilícitas e recrimináveis.

Infelizmente, essa autoridade que demonstra não ter o devido zelo perante o seu dever constitucional, em defesa da sociedade, por defende abertamente o exercício da criminalidade, à vista da sua manifestação de apoio a ela, ainda merece, pasmem, respeito e consideração por alguns brasileiros, quando ele sequer se sensibiliza sobre a importância de defendê-los também contra os demônios das drogas.

Enfim, compete à sociedade do bem reprovar a atitude de quem tem o dever constitucional de ser intransigente no combate à criminalidade, mas, ao contrário disso, não tem o menor escrúpulo em se manifestar em apoio à banda podre da sociedade.

Brasília, em 25 de outubro de 2025

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