A repreensão

 

Um sargento, que também é deputado federal, houve por bem repreender oficiais generais que se manifestaram contrários às sanções aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos da América ao Brasil e autoridades brasileiras, tendo ele afirmado que as medidas pertinentes foram absolutamente acertadas, sob o argumento de que, quando não se tem galo no país, é preciso fazer uso do galo de fora para socorrer o Brasil.

O sargento faz expressiva explanação, em tom de enaltecimento das pessoas que estão se “esforçando” à procura de ajuda nos Estados Unidos, para resolver graves problemas nacionais, em visível tentativa de justificar o injustificável, apenas , como ele bem especifica que toda as portas se fecharam no Brasil.

Isso torna totalmente impossível qualquer alternativa brasileira para a solução de tão grave problema nacional, o que, nas circunstâncias, é pura verdade.

Não obstante, a única base de apoio para a busca de ajuda internacional é a comprovada incompetência das lideranças nacionais, como políticos, intelectuais, empresariais, entre outras, que realmente demonstraram incapacidade plena, em termos de nenhuma medida efetivamente apresentada contra as maldades impingidas à dignidade humana de brasileiros.

Afora a reconhecida incapacidade para agir contra o “status quo”, o que realmente levaria alguém a arriscar a vida política, senão tentar livrar o pai do inferno que ele foi jogado pela Justiça?

O certo é que todo esforço não resultou em absolutamente nada, porque a Justiça desceu o sarrafo, sem piedade, no principal líder político da oposição brasileira, em que pesem as sanções aplicadas pelo presidente do país de tio Sam, inclusive com tarifaço de 50% aos produtos exportados pelo Brasil, cuja sanção não tem qualquer conexão com a violação dos direitos humanos, por se tratar de assuntos independentes.

Enfim, o esforço verborrágico do sargento tem o apenas a ideia de que as questões brasileiras, em se tratando de maldades, certamente terão eficácia eterna, diante da incapacidade de solução pelos próprios brasileiros da oposição, que somente vislumbram pedido de socorro a país estrangeiro, mesmo que ele nada, absolutamente nada tenha com as gravíssimas questões brasileiras.

O mais grave de todo esse deplorável estado de perplexidade, que mostra a plena incapacidade de reação aos casos da maior gravidade que impacta a vida de brasileiros, é a existência de quem ainda entende normal essa letargia de não agir em sentido contrário, pelo menos para mostrar indignação contra às arbitrariedades.

Se realmente é isso que importa para a oposição brasileira, então já estamos no país do futuro da plena incompetência, sempre a depender da boa vontade de outro país para resolver os nossos problemas, porque nós não temos condições de ter o próprio galo.

Brasília, em 16 de outubro de 2025