quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Mudança de mentalidade?

 

Diante do resultado eleitoral constatado na Bolívia, em que os eleitores decidiram a alternância do poder, com a escolha de político de ideologia conservadora, certamente visando à mudança de governança do país, muitas pessoas sinalizam para que fato semelhante possa acontecer também no Brasil, à vista da sua situação caótica, em que a tragédia institucional predomina nas suas entranhas.

Não resta a menor dúvida de que esse maravilhoso acontecimento no país tupiniquim seria a melhor notícia imaginada pelos brasileiros, mas só se o país fosse merecedor de verdadeiro milagre operado pelos deuses da política.

Não se tem como fazer ideia sobre a formação eleitoral dos bolivianos, mas a verdadeira índole de expressiva parte dos eleitores brasileiros, essa sim, é bastante conhecida nas suas raízes de indiscutível mediocridade, em que eles vêm sendo dominados sob cabrestos, mediante a vileza da compra disfarçada da sua consciência eleitoral, em proveito de grupo político inescrupuloso, que tudo faz para se manter no poder.

É exatamente essa parte do eleitorado que contribui para eleger os políticos que têm como único projeto a ativa manutenção de programas assistencialistas, sem absolutamente produzir nada substancial em benefício do progresso socioeconômico, em forma de desenvolvimento para o país, mas apenas tem-se como meta política a alimentação do pobreza e da miséria de parte do eleitorado que sustenta a mediocridade que domina o país, conforme mostram os fatos históricos.

Ao contrário disso, a parte da dominação política não tem nenhum interesse em investir em projetos que visem ao incentivo à industrialização e ao empreendedorismo, como forma de criação de empregos, que serviriam como contraponto para a drástica e progressiva diminuição dos programas assistencialistas governamentais.

A verdade é que, enquanto houver, no país, essa indigna e vergonhosa máquina de produção eleitoral de índole visivelmente inescrupulosa e degradante, à frente dos saudáveis princípios da seriedade e da credibilidade sociopolíticas, não se pode acreditar em mudanças moralizadoras no sistema eleitoral brasileiro, ante à notória distorção da normalidade de votação, em que, basicamente, quem decide sobre aquele que deve presidir o país é o eleitorado beneficiado com programas eleitoreiros administrados precisa e exclusivamente para essa finalidade.

Isso constitui clara afirmação de verdadeira situação anômala, em que sistema esdrúxulo e excrescente tem prevalência aceitável pela própria sociedade, que admite a legitimidade de algo notoriamente irregular, uma vez que são utilizados recursos públicos para a compra indireta de votos, sob o transviado argumento da ajuda constitucionalmente válida para a manutenção do assistencialismo à pobreza, porque isso faz parte da incumbência governamental de ajuda às famílias carentes financeiramente.

Urge que se busque alternativa séria, prática e eficiente à mudança dessa gravíssima anomalia política, de modo que seja obrigada, por meio constitucional, a destinação de substancial parcela de recursos públicos, em equivalência ao mesmo quantitativo aplicado em programas assistencialistas, em incentivo aos investimentos em obras públicas e inventivo à industrialização e ao empreendedorismo nas localidades de maior carência social, como forma de fomento ao seu desenvolvimento socioeconômico e à diminuição gradual da dependência aos programas governamentais.

Nessa mesma linha de medida providencial, convém que os políticos conservadores, especialmente aqueles contrários ao assistencialismo governamental, precisam trabalhar junto ao eleitorado beneficiado desses programas em defesa da instituição dos citados programas de investimentos. mostrando a importância deles para a própria comunidade, à vista da natural  criação de empregos e da sua dignidade.

Enfim, como se tem plena certeza de que nada do que se propõe de mudanças sejam implementadas, infelizmente o Brasil continuará normalmente  como se encontra, com a mediocridade das condições político-eleitorais, sem quaisquer perspectivas sobre a alternância de poder, porque a própria sociedade a aceita como sendo legitimamente válida esse deplorável o sistema vigente.    

Brasília, em 22 de outubro de 2025

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