Conforme
foi noticiado na mídia, o ex-presidente da República tucano, em entrevista ao
programa Política & Etc., da GQ Brasil, a par de analisar o cenário
político brasileiro, inclusive comentando o resultado das últimas pesquisas de
intenção de voto à corrida ao Palácio do Planalto, houve por bem considerar
lamentável o fato de um senador do PSDB mineiro ter se tornado réu, por decisão
do Supremo Tribunal Federal, sob a acusação da prática dos crimes de corrupção
passiva e obstrução da Justiça,.
O
tucano afirmou que “O Aécio, que se
tornou réu, é verdade e é lamentável tudo isso. Ele disse sobre a acusação, e
nisso ele tem razão, que é uma relação que não passa pelo Estado, pelo Tesouro
e nem pelo partido. Houve um desvio de ordem de conduta. Não foi o PSDB. Isso
não perdoa os erros, mas é preciso diferenciar”.
Não,
senhor, ex-presidente, esse esdrúxulo e deprimente caso de explícita desmoralização
da classe política, protagonizada por senador da República não é preciso
diferenciar coisa nenhuma, mas sim considerá-lo potencialmente comprometedor e
o suficiente para se interromper a carreira política de qualquer homem público
com o mínimo de dignidade, tendo em conta que o ato de vileza em si representa
enorme distanciamento do caráter e do decoro intrínsecos dos políticos, que
precisam não somente ser honestos, mas sobretudo provarem que são realmente
honestos.
À
toda evidência, o senador mineiro se envolveu em imbróglio de extrema
gravidade, à luz dos princípios republicanos, em que o homem público não tem
direito de usar o cargo público para tratar de negociata, obviamente às
escondidas, sob o claro emprego do tráfego de influência, conforme ficou
bastante patenteado no horroroso diálogo gravado pelo empresário da JBS, reiteradamente
divulgado na imprensa do país, cujo dinheiro envolvido na transação suja não
passa de propina, que significa a compra da consciência de um senador da
República, que tem o dever institucional de honrar o relevante cargo que exerce
em nome do povo, que, em última análise, foi traído na sua ingênua confiança.
É
preciso sim se atentar para os conceitos de integridade, moralidade e
dignidade, para se entender, com absoluta clareza, que partido político não
pode acomodar nos seus quadros, ainda como destacado filiado, homem público da
estirpe do senador mineiro, porque isso apenas representa péssimo e deprimente
exemplo de desmoralização da agremiação, considerando, sobretudo, que o seu
estatuto contempla disposição estabelecendo que será objeto de desfiliação aquele
que praticar ato incompatível com os princípios do decoro e da idoneidade, que
é o caso da falha perpetrada pelo político das alterosas.
Ademais,
é absolutamente inadmissível que, em pleno século XXI, ainda se permita que o
senador se desmoralize, de forma leviana, e ainda contribua para manchar a
honra de seu partido e fique absolutamente impune, sem receber a mínima
advertência, como se isso fosse normal, quando se trata de atrevida e gigantesca
esculhambação, sob o prisma dos princípios republicanos, que ainda tem o beneplácito
da autoridade do ex-presidente tucano, por apenas achar que é preciso diferenciar,
como forma de se pôr panos-quentes em chaga aberta referente a escândalo de
notória inadmissibilidade para a sociedade, diante dos conceitos da moralidade
e do decoro impostos no exercício de cargos públicos eletivos.
O
senador mineiro, tão logo foi pego com a mão massa e a boca na botija,
praticando ato indigno e recriminável, já deveria ter sido expulso do partido, sem
mais delongas, como indiscutível prova não somente de intolerância com
malfeitos, mas especialmente para prevenir a reincidência de caso que não
condiz com as atividades político-partidárias, como o de pegar empréstimo de
quantia substancial, cujo dinheiro terminou sendo transportado por meio de
malas, às escondidas, dando a entender que se tratava mesmo de transação nada
lícita, para os padrões de honestidade ínsita dos cidadãos, em especial dos
homens públicos, que precisam ser o espelho da decência para a sociedade.
Esse
fato deplorável pode ensejar que outros políticos, de índole semelhante à do
senador mineiro, simplesmente aleguem, em caso de afronta às normas estatutárias,
o inaceitável precedente havido e será igualmente perdoado, porque o partido,
de forma injustificável, foi condescendente com o malfeito do tucano das
alterosas, quando não devia, por permitir a sua desmoralização e o estrago efetivado
à sua imagem, em prejuízo das suas integridade e reputação partidárias.
Sob
a visão dos brasileiros dignos e honrados, o senador tucano mineiro representa,
na atualidade, o que de pior se possa imaginar para a classe política, por ter sido
apanhado em explícita prostituição ética e moral, tendo perdido completamente a
confiança como homem público que havia conquistado na última campanha eleitoral
à Presidência da República, fato este que recomenda, para a moralização das
atividades político-partidárias, que ele seja eliminado da vida pública, com
vistas à indispensável assepsia da administração do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de abril de 2018
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