Conforme
pesquisa realizada pelo americano Atlantic Council, foi constatado que quase a
metade dos venezuelanos avalia que não deverá votar nas eleições presidenciais
de 20 de maio, considerando que ali o voto não é obrigatório.
Cerca
de 44,3% das pessoas consultadas disseram que estão inclinadas a deixar de participar
das eleições, diante da crescente desconfiança dos venezuelanos com relação ao
governo e à autoridade eleitoral, conforme a conclusão da pesquisa.
A
citada pesquisa mostra que 49,8% das pessoas consultadas consideraram que os
resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral não seriam confiáveis,
dando a entender que há efetiva manipulação no sistema eleitoral venezuelano.
Por
sua vez, foi verificado aumento com a inconformidade em relação ao governo
bolivariano, chegando a quase 60% das pessoas entrevistadas, que o veem como verdadeira
ditadura.
Agora,
o impressionante que é quase oito em cada 10 venezuelanos desaprovam a gestão do
presidente chavista, que, mesmo diante dessa gigantesca rejeição, tentará a
reeleição, com mandato que se estenderá até 2025.
Na
pesquisa, mais de um terço dos entrevistados disse que votaria em candidato da
oposição, que já tem empresário independente liderando as preferências de voto,
com 22,9%, vindo em seguida o presidente chavista, com 21,2% das intenções de
voto.
Os
candidatos independentistas aparecem como o principal bloco político na
Venezuela, com 43,3% de apoio, diante dos 24,2% dos chavistas e dos 31,5% da
oposição.
A
pesquisa revelou que 88,4% das pessoas consultadas avaliaram que a qualidade de
vida piorou nos últimos 12 meses, diante da gigantesca derrapada da economia,
que despensa abismo abaixo, principalmente pela escassez de recursos, que vem dificultando
a importação de alimentos, causa principal do desabastecimento generalizado no
país.
A
maior preocupação das pessoas é com a hiperinflação, que foi mencionada por 95%
dos pesquisados, pela qual responsabilizaram o presidente, em 55%, e o governo,
em 29%. Como consequência, 85% das pessoas disseram ter reduzido o tamanho das
refeições diárias, e 75%, o número delas, fatos estes que mostram que o país se
encontra desgovernado e sem rumos.
Três
de quatro pessoas consultados disseram que a Venezuela necessita de ajuda
internacional, entre elas mais de um terço é chavista.
Além
disso, mais de 80% acreditam que a Venezuela atravessa terrível crise
humanitária, incluindo quase a metade dos chavistas.
Embora
o presidente chavista seja contrário à abertura de canal humanitário, para possibilitar
indispensável ajudar humanitária à população, 74,7% dos consultados apoiam essa
iniciativa, sendo que a maioria gostaria que a Igreja Católica, a comunidade
internacional e as ONGs internacionais sejam as entidades mais idôneas para
coordenar essa ajuda, que precisa aparecer com o máximo de urgência, diante do
sofrimento do povo.
A
pesquisa mostra, de forma objetiva e clara, que, se depender da população
venezuelana, o presidente do país, em condições normais, evidentemente
observado processo limpo e transparente das eleições, dificilmente se elegerá,
diante da enorme rejeição de seu governo, que tem sido considerado ditatorial e
bastante prejudicial aos interesses do povo, que não suporta tantos apertos e
privações decorrentes do cruel desabastecimento de alimentos, remédios e demais
produtos de primeira necessidade.
O
que impressiona, nessa pesquisa, é que o ditador com pouco mais de 20% de intenção
de voto, ou seja, com a preferência baixíssima do eleitorado, deverá sagrar-se,
sem susto, vitorioso e ainda há quem diga que isso se chama democracia limpa,
mostrando que quem ganhará será realmente o candidato escolhido livremente pelo
povo, porque essa forma de esculhambação faz parte do sistema político-eleitoral
dos países sob o regime socialista, onde sempre se ganha aquele da preferência
do regime político oficial.
Também
salta aos olhos a generalizada decadência apresentada em todos os níveis de
avaliação, demonstrando que o país socialista atravessa as piores dificuldades,
notadamente no que diz respeito aos princípios econômico e administrativo, que nem
os próprios ferrenhos chavistas acreditam no governo ditador e desumano.
À
toda evidência, é impossível ficar livre do ditador chavista, porque o
presidente tem a chave do grande cadeado do Estado e o poder de manobra do ferrolho
que são importantes mecanismos de controle da nação, que há de permanecer sob
seus pés de ferro, o que vale dizer que nada foge ao seu comando, não sendo
novidade que ele continuará como mandatário do país, enquanto quiser, apesar
dos pesares, porque a classe dominante se rende à conveniência pessoal e se beneficia
do regime socialista e o apoiará, mesmo com o país em ruínas e na contramão da
evolução civilizatória e humanitária.
Enquanto
isso acontece de mais grave, o povo permanece nas piores condições de
miserabilidade, martírio e sofrimento, conforme mostra muito bem a pesquisa
independente, que evidencia, de forma cristalina, a precariedade do tratamento desumano
oferecido à população, que tem preferência por ajuda humanitária internacional,
para minorar o seu sofrimento, mas o governo cruel e insensato contraria a
vontade majoritária do povo, não permitindo que o seu sofrimento seja, ao menos,
minorado com a ajuda externa.
É
preciso que os brasileiros se interessem e conheçam os péssimos e horrorosos resultados
da pesquisa em tela, como forma de se inteirar do tratamento desumano e cruel dispensado
aos venezuelanos pelo governo ditador bolivariano, que deu continuidade ao
regime socialista implantado pelo seu antecessor, que tem como pano de fundo a
pseuda igualdade social, que nada mais é do que a imposição do sacrifício, do
martírio e da crueldade ao povo, que é obrigado a conviver com crises agudas e generalizadas,
inclusive humanitárias, em total degradação das condições de dignidade da população.
Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 21 de abril de 2018
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