O
regime ditatorial da Venezuela ou o regime socialista ali implantado, à luz dos
sentimentos humanitários, não pode ser considerado ideal para quem defende os
direitos humanos, porque as notícias vindas daquele país dão conta de que lá as
pessoas são obrigadas a conviverem com forte desabastecimento de alimentos,
remédios e gêneros básicos, ou então fogem para não morrerem de forme, a
exemplo do que acontece com parte da fronteira brasileira, que se encontra
abarrotada de imigrantes venezuelanos, além de terem sido privadas dos direitos
humanos e dos princípios democráticos, entre tantas mazelas que não podem
servir de exemplo para nenhum país sério e civilizado, muito menos para o país
com as potencialidades humanas e econômicas como o Brasil.
Não
obstante, é preciso ser respeitado o direito de quem pensa diferentemente
disso, em atenção ao primado do princípio democrático, que permite que cada pessoa
defenda seus ideais e princípios, evidentemente se imaginando que, de igual
modo, deva respeitar a opinião de seu semelhante, que tem o direito de avaliar
os acontecimentos sob o prisma do seu entendimento, de forma livre, individual
e independente.
Em atenção ao princípio
democrático, sobreleva ser respeitado o direito de as pessoas pensarem e defenderem
seus ideais, o que parece lógico que a recíproca possa ser também verdadeira,
como forma idealizada para a construção de sociedade pluralista e desenvolvida.
Ao
que tudo indica, é preciso se imaginar que o embargo econômico americano
imposto à Venezuela, que, sem dúvida, é condenável, à luz do princípio
humanitário, por prejudicar diretamente a população, certamente deve fazer
parte da política externa daquele país soberano, assim como o é também o país
Sul-americano, e que cada qual tem seus parâmetros sobre as medidas
diplomáticas e de Estado que adotam, mesmo que elas possam prejudicar
interesses.
Independentemente
do embargo americano, é preciso serem avaliadas as verdadeiras causas da
catástrofe que grassa sobre os venezuelanos, que vivem sob profunda e aguda crise
humanitária, segundo mostram os fatos, embora ainda tenham pessoas que defendam
o regime socialista ali implantado, a despeito da constatação da destruição dos
direitos humanos e dos princípios democráticos e do império das mazelas
econômicas, que são verdadeiro símbolo de martírio e sofrimento para a
população, cujo totalitarismo ditatorial condiz com forte antagonismo aos
consagrados princípios cristãos e humanitários, sendo que estes são pressupostos
finalísticos do ser humano, de assim ser tratado como tal.
Não
há dúvida de que é preciso que haja respeito ao sentimento das pessoas de entender
o que realmente seja melhor sob à luz do seu convencimento político ideológico,
tendo por base as saudáveis liberdades democráticas, mas em contraposição é
muito importante que os fatos possam ser avaliados, analisados e esclarecidos sob
os planos das razões, dos fundamentos e
da verdade, que precisam ser mostrados como eles realmente acontecem nos países
socialistas, para que não deixe a menor dúvida sobre a real situação da
atualidade, que precisa ser mostrada, na sua inteireza, sem subterfúgios ou
justificativas inconsistentes e infundadas.
A
propósito, muito se apregoa sobre possíveis benefícios propiciados ao povo pelo
socialismo, como forma de governo, tendo como pressuposto a melhoria das
condições sociais, diante das promessas de ganho de qualidade de vida da
população, mas, no caso específico da Venezuela, não se vislumbra um caso que
possa servir de exemplo positivo e marcante a justificar o massacre e o
martírio impostos à população.
A
bem da verdade, pode não haver tanta coerência para quem se diz que é defensor
dos direitos humanos e dos princípios democráticos e, ao mesmo tempo,
demonstrar entender que o horroroso desastre que grassa na Venezuela seja
apenas causado pelo embargo promovido por determinada potência econômica,
porque é necessário se avaliar, livre do vício da paixão ideológica,
primeiramente as causas internas do país, a exemplo da rigidez e do
totalitarismo imposto aos venezuelanos, sob a forma de injustificáveis,
abusivos e absurdos controles adotados pelo governo ditatorial sobre tudo que
acontece no país, principalmente no que diz respeito, em particular, às políticas
econômicas.
Naquele
país tudo é monitorado e severamente controlado pelo governo, como no caso
específico dos preços, sob pena de confisco dos produtos e do fechamento dos
negócios, das empresas e fábricas, que estão simplesmente desaparecendo daquele
país, para darem lugar aos estabelecimentos dominados exclusivamente pelo
Estado, que não consegue mais saber os rumos da sua economia e muito menos suprir
as necessidades básicas da população, que passa fome e morre nos hospitais, por
falta de remédios e assistência médica, fatos que caracterizam indiscutível
crise humanitária.
Os
indicadores econômicos da Venezuela são os piores possíveis e imagináveis, com
a inflação ultrapassando os 2.000% a.a., a recessão galopante, a escassez de
alimentos, remédios e produtos básicos, a falta de dinheiro para importação de
produtos etc., a par do calote dado aos países financiadores de obras naquele
país, a exemplo do Brasil, que deixou de receber a última parcela que tem
direito, entre um mar de dificuldades que mostram, às claras, que se trata de
país cercado por todos os lados de graves crises social, política, moral,
econômica, administrativa, democrática, entre tantas, que exigem urgente
solução.
A despeito do embargo econômico americano, compete
ao governo bolivariano encontrar meios capazes para contornar o monstruoso
gargalo por ele causado, notadamente com a adoção de medidas eficientes para saneá-lo,
com vistas à criação de mecanismos em condições de contribuir para o
desenvolvimento do país, não sendo nada criativo se colocar culpa pelo desastre
que afeta a população ao embargo em tela, porque isso apenas demonstra o
tamanho da incompetência administrativa para se contornar a crise econômica.
É
muito provável que aquele país precise promover, com urgência, medidas que
privilegiem sobretudo os direitos humanos e os princípios democráticos, eis que
a injustificável perda deles possa residir na razão para ensejar a adoção do
embargo econômico americano, conquanto uma coisa não justifique a outra, dada a
independência das nações.
Em que pese se alegar que a Venezuela é país independente
e autônomo, tendo plenas liberdades para adotar as políticas internas que bem
entender, inclusive na forma da revolução bolivariana, que nada mais é do que o
famigerado regime socialista/comunista, o que é pura verdade, mas em
contraposição não se pode negar que também é certo e verdadeiro que os EUA
também gozam de direitos similares de país independente e autônomo, com amplos poderes
para estabelecer as ações, inclusive econômicas, que melhores atendam aos seus
objetivos como nação,
Nesse contexto, percebe-se que é preciso que se
respeitem as políticas adotadas em cada país, tantas aquelas de inadmissível
supressão dos direitos humanos e dos princípios democráticos como aqueloutras
pertinentes ao embargo econômico, porque elas fazem parte dos objetivos
político-administrativos de cada qual nação, cabendo a elas administrar as
consequências de suas decisões.
Vejam-se que a Venezuela fez a opção pelo regime
socialista, a partir da Revolução Bolivariana, que tem sido responsável, quer
queira quer não, pela sua completa e terminal derrocada, conforme mostram os
fatos, para quem quiser enxergar exatamente na forma como é, que têm causado
verdadeiro inferno ao seu povo, em todos os sentidos, à vista da degeneração
dos serviços públicos, da qualidade de vida e dos princípios econômicos, entre
outras precarieades, a despeito de os esquerdistas tupiniquins insistirem em
ignorar essa dramática tragédia humanitária, ao enxergarem os fatos de maneira
diferente, adequado ao seu bel-prazer, a ponto de defenderem tal desgraça como
sendo ideal para o povo, certamente com base na cega paixão ideológica, que tem
como cerne a igualdade social, sonho de consumo delas, mas essa ideia absurda e
infeliz, à luz dos acontecimentos, não passa de desastrosa máquina demolidora
da prosperidade das nações e do seu povo, onde ela foi implantada, à luz dos
acontecimentos.
Embora não passar de verdadeira incongruência, sob
o prisma da democracia, que tem como princípio a liberdade de pensamento e
expressão, que deveria funcionar apenas em benefício da humanidade, o regime
socialista se mostra frustrante, quando a sua experiência somente consegue
destruir os princípios administrativos das nações, com terríveis reflexos para
a sua população, a exemplo da extraordinária transformação da Venezuela, que é
o quarto país em reserva de petróleo, mas se encontra encalacrado em profundas
dificuldades de toda ordem e o seu governante, assumindo reais poderes de
ditador, não consegue colocar o país no rumo do caminho certo e a população é
massacrada e privada de alimentação, remédios, demais produtos de primeira
necessidade, dos direitos humanos, dos princípios democráticos, enfim, das
liberdades individuais, sob os auspícios do famigerado regime
socialista/comunista, que nega peremptoriamente a evolução da humanidade, à
vista dos maus-tratos impostos ao seu povo.
Diante
do desastre que se abateu sobre aquele país, conforme mostram os fatos, é
consabido que o remédio indispensável para o saneamento do caos gerencial e
administrativo não pode advir, em princípio, da continuidade do regime
socialista, que queira ou não, a depender, evidentemente, do pensamento
ideológico de determinadas pessoas, eis que o país precisa de urgente mudança
de rumos, para que ele não imbique de vez no abismo profundo e sem retorno.
Convém
que os povos, independentemente de ideologias, possam ter a humildade de não se
atribuir a culpa pelos percalços havidos senão aos seus próprios erros, eis que
suas raízes profundas podem estar em seus próprios defeitos e disso não se pode
fugir, tão somente para justificar determinados pensamentos ideológicos, que podem não ser os
ideais para a plena satisfação do ser humano, conforme vem provando a história.
Com
o avanço da humanidade, é preciso se pensar que o verdadeiro conceito de defesa
dos direitos humanos seja aquele em que possa haver harmonia e equilíbrio entre
a razão e os fatos verdadeiros, de modo que possa também prevalecer maior
motivação para a construção de mundo melhor e feliz, em que a humanidade não
precise experimentar as atrocidades próprias de regime totalitário, em nome da pseudo
e cruel igualdade social que, na verdade, somente beneficia a casta dominante, que
não sabe o que são crises, em prejuízo da sociedade, a exemplo do que realmente
acontece naquele país. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 4 de abril de 2018
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