Agora, outra enorme
alegria aconteceu com o contato muito especial que mantive, depois, como
consequência do aludido evento, com minha querida tia-irmã Socorro Meira, a
Corrinha dos meus tempos de infância, no saudoso Sítio Canadá, onde vivermos
como verdadeiros irmãos, dadas as nossas idades muito próximas entre a dela e a
minha.
A Corrinha acompanhou
toda movimentação referente à supracitada homenagem e depois resolveu se
comunicar comigo, cuja beleza das conversas faço questão de transportar para o
presente texto, que passa a integrar este livro.
Os contados tiveram os
registros a seguir transcritos, que mostram, com fidelidade, momentos de nossas
vidas, que precisam ficar eternizados neste livro e em nossos corações:
Socorro Meira (Corrinha) disse: “Antonio, meu querido sobrinho e irmão, digo
assim porque fomos criados praticamente juntos na nossa infância. Você com seu
pai Volney, meu irmão, morando em Uiraúna, mas sempre ia ao Sitio Canadá, onde
eu e seus avós paternos morávamos e, lá chegando, muitas vezes dormia e passava
dias com a gente. Os anos se passaram e nós nos separamos. Você saiu mais cedo
do que eu. Você em Brasília e eu em Jequié-Bahia. Em Uiraúna, fiz apenas o
primário, terminando meus estudos, ou seja, o primeiro e o segundo graus aqui
na BA, onde me formei professora e mais alguns tempos me casei. Depois tive o
prazer de receber você aqui em minha casa, que para mim foi uma surpresa
inexplicável, pois jamais pensaria que você iria um dia sair de Brasília
exclusivamente para me visitar aqui em Jequié. Pena que foram poucos dias, porque
veio só me ver e voltou logo. E agora, depois de tantos anos, você volta à sua
terra natal, trazendo uma bagagem tão importante, que foi o lançamento do livro
em homenagem ao nosso Grupo Escolar Jovelina Gomes. Digo nosso porque também eu
passei por lá, onde fiz meu primária com minha querida professora Maria
Claudino. Eu e minha mana Maria Francisca. Pois, meu querido, diante disso tudo
quero te parabenizar pela tão grande homenagem que você deu não ao Grupo Escolar
Jovelina Gomes como à nossa querida terra natal, Uiraúna. Sinto orgulho de ter
você como meu sobrinho e com esta capacidade de escritor, onde já escreveu
tantos livros importantes, inclusive este último que homenageou o Jovelina
Gomes. Parabéns, meu amado sobrinho
que Deus continue poderosamente abençoando sua capacidade cada dia mais e mais.
Aqui fica o abraço de Parabéns da sua tia que te ama muito.”.
Eu disse, em resposta à
Corrinha: ”Querida tia e irmã Corrinha,
este momento é de muitíssima emoção para mim, depois de ler suas precisas e
lindas palavras que resumem muito bem a nossa convivência na infância, no
saudoso Sítio Canadá, onde, certamente, também morava a felicidade ao nosso
lado. A minha ida à sua casa em Jequié tratava-se de um sonho que me acalentava
há muito tempo, porque eu gostaria de lhe rever e matar as saudades de velhos
tempos de nossa rica e feliz infância. Foi maravilho lhe rever, mesmo por pouco
tempo, mas o suficiente para se colocar um tanto do passado e da conversa em
dia. Agradeço, mais uma vez, a sua fidalguia da recepção a mim, Aldenir e
Aline. Quanto à felicidade de prestar a homenagem ao Grupo Escolar Jovelina
Gomes, acredito que ela (a ex-professora Jovelina) se encarregou de mostrar que
é possível fazer uma grande festa, como foi, quando eu imaginava que tudo não
se passasse de algo singelo e despercebido, mas o evento ganhou destaque
nacional e eu terminei proporcionando algo inédito e magnífico, diante da sua
enorme repercussão, mostrando a gigantesca importância do Jovelina Gomes para
os uiraunenses, principalmente por eu ter conseguido reunir pessoas importantes
e queridas que souberam valorizar e potencializar o significado do que sejam
reconhecimento e gratidão e isso eu fui muito feliz em patentear na minha
crônica de pouco mais de quatro laudas, mas tiveram a ressonância e o
rendimento de quase uma hora. Fiquei honrado de ter, em nome da família
Fernandes, realizado evento que certamente ficará na história daquele grupo
como o ex-aluno pioneiro e corajoso de mostrar seu amor à escola que um dia já
foi seu berço na educação, ao me ensinar as primeiras letrinhas do alfabeto.
Também foi maravilhosa a reunião, em um só evento, das queridas tias Maria da
Conceição, Terezinha e Maria Francisca, só faltando você, mas aí o encantamento
da felicidade teria resplandecido de vez, não é mesmo? Fico envaidecido com
suas palavras mais do que carinhosas, creditando tudo isso ao seu coração
bondoso e generoso que nunca deixou de ser. Mesmo na distância, nunca deixei de
me lembrar de nossa infância maravilhosa no Sítio Canadá, onde estive agora
para sentir o quanto ele é apenas espectro do que foi, parecendo que o tempo
contribuiu para que houvesse gigantesco processo de decomposição de suas
estruturas, como que se a natureza pudesse ser castigada simplesmente por um
momento já ter participado do nosso verdadeiro paraíso, porque agora não mais
existir a exuberância do açude, com águas mansas, transparentes, abundantes e
perenes, e do sítio, rico e poderoso, com dezenas de frutas à nossa disposição,
as mais saborosas da Terra. Ah! São muitas as saudades de tempos celestiais de
nossa maravilhosa infância. Com o meu muitíssimo obrigado por suas amáveis e
carinhosas palavras, que tocaram no íntimo do meu coração, acompanhado de longo
beijo na sua fronte. Não deixe de transmitir o mesmo beijo para seus queridos
esposo, filhos e netos.“.
Corrinha imediatamente me respondeu, dizendo: “Quantas palavras lindas vindas de tão longe e ditas por pessoa tão
querida e amável. Realmente Antonio, o nosso antigo Canadá nos traz grandes
recordações boas da nossa infância. Infância essa rica em todos os sentidos,
dos banhos às comidas e às sobremesas, que eram da melhor qualidade, cada uma
com um toque especial, feita pela nossa saudosa e querida mana Ritinha, que
sabia e fazia com muito amor e carinho. Quantas vezes aqui em casa, sozinha no
meu cantinho, fico a refletir horas e horas todo o meu passado, que realmente
eu fui uma criança muito feliz, independente de nunca ter recebido presentes de
Natal. Pra falar a verdade, a figura do Papai Noel era desconhecida entre nós e
nem por isso eu deixei de ser uma criança feliz e mais ainda por ter perto de
mim pessoas tão maravilhosas como vocês. Infelizmente o nosso Canadá hoje é uma
verdadeira tristeza, nem parece que ali já teve tantas belezas naturais, como o
açude, o sitio, onde nós podemos nos orgulhar de termos desfrutado das mais
deliciosas frutas e tomado maravilhosos banhos. Ai como era, nós éramos
crianças muito felizes ao lado de papai, mamãe, irmãos e sobrinhos lindos e
queridos como você, Zé e Canidé. Então foi assim a nossa infância no nosso
querido e saudoso sítio Canadá, que hoje só nos traz muitas recordações boas e
de lá saiu esse ilustre e lindo escritor de muito talento e reconhecido
orgulhosamente por todos nós da família, que amamos você. Siga em frente, meu
querido e amado sobrinho, que você tem muito mais capacidade para escrever
lindos livros, que Deus abençoe esta pessoa linda e maravilhosa que é você,
Antonio Adalmir Fernandes, hoje e sempre, amém!!!! Um grande beijo da tia
saudosa que te ama de coração. Corrinha.”.
Logo em seguida, eu a
respondi a Corrinha, nestes termos: “Querida
tia-irmã Corrinha (prefiro lhe chamar pelo nome de infância), as suas
colocações são recebidas com muita alegria e intensidade no meu coração, que
agradece e jamais esquece o carinho e a bondade recebidos das pessoas amadas
dos meus tempos de criança, que certamente tiveram enorme contribuição na minha
vida, tanto que não me canso nem me cansarei de reconhecer e agradecer o tanto de
bondade, porque eles foram realmente valiosos para mim. Fico muito feliz com os
votos de sucesso a mim desejados, na certeza de que eles apenas se transformam
em tonelada de responsabilidade que passam a pesar sobre meus ombros, porque
recebo a incumbência de caprichar cada vez mais naquilo que escrevo, mas a
minha experiência, por certo, me ajudará a entender essa nova responsabilidade.
Falando sobre o Canadá, tempos atrás, Aline esteve no país com esse nome, e nos
convidou (eu e Aldenir) para visitá-la e então eu disse (brincando) que bela
oportunidade para regressar ao local onde nasci. Ainda sobre o Canadá, outro
dia eu vi uma fotografia do Casarão, constante do Face dos Filhos de Candinha,
tirada do alto de quem vem de carro da Lagoa e então eu fiz o seguinte
comentário, que estou lhe repassando: ‘Foi nessa casa imponente que tenho a
grande honra de ter nascido e vivido por longos anos de minha vida. Foi aí que
se passaram os melhores momentos de minha infância, onde reinava o amor
familiar, a prosperidade e a fartura. Foi exatamente lá que nasceu o meu sonho
de vir para Brasília, quando as pessoas chegadas de Brasília contavam para o
meu avô histórias encantadoras e maravilhosas sobre o progresso que exista na
terra de Dom Bosco, o visionário sobre o lugar onde iria jorrar mel e de onde
partiria o progresso para o Brasil. No meu 23º livro (...), eu presto
expressiva homenagem à Casa Grande, onde narro, em uma crônica, um pouco do meu
sonho de ter vivido em um pequeno canto do paraíso, que, infelizmente, não
existe mais, principalmente pela inexistência de água no açude e da riqueza das
inúmeras fruteiras no sítio, que era verdadeiro canteiro de delícias da
natureza. Enfim, era tudo real e maravilhoso...’. Com a minha incontida alegria de responder suas belas e confortáveis
colocações, despeço-me com muita saudade dos bons tempos de nossas vidas.
Beijos.”.
Como se pode perceber,
são conversas ricas de fatos da nossa infância simplesmente encantadora, em
todos os sentidos, porque na Casa Grande, onde moramos, que era a residência de
meus avós paternos, reinavam harmonia e amor, em ambiente sonhado por qualquer
criança da época, onde o tempo passava como agora, mas, naquela encantadora
vida rural, espargiam os benfazejos fluídos da pureza nos corações das pessoas
e tudo era facilitado pelas fartura e abundância que vinham da natureza
dadivosa.
Enfim, agradeço a Deus
pelo momento prazeroso de meu contato com você, Corrinha, onde pudemos nos
expressar alegremente sobre bons tempos de nossas vidas.
Com meu fraterno beijo
de reencontro e agradecimento.
ANTONIO ADALMIR
FERNANDES
Brasília, em 3 de abril
de 2018
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