Conforme
vídeo que circula nas redes sociais, uma pessoa traça extraordinário perfil de
pessoa perfeita, em todos os sentidos, do principal líder da oposição, como
sendo verdadeiro homem público honesto, competente, visionário e acima de tudo
defensor dos interesses do Brasil, da família e da religião, exatamente a
pessoa revestida de imaculabilidade e de credibilidade, conforme o texto a
seguir.
“Há um homem
cujo coração pulsa em sintonia com o solo fértil do Brasil. ele não é apenas um
cidadão, mas um visionário apaixonado. Seus olhos brilham com esperança e a sua
alma é tecida com os fios da mudança. Ele sonha com um país melhor, não com uma
quimera distante, mas com uma realidade palpável. Seu país, ele acredita, deve
ser grande como as nações do primeiro mundo. Não é uma ambição egoísta, mas sim
um desejo ardente de ver a sua terra natal florescer. Em sua visão, o povo brasileiro
anda pelas ruas sem medo, sem olhar por cima do outro. A violência é uma lembrança
distante, substituída pela segurança e pelo respeito. As famílias, estes
pilares da sociedade, são como arvores robustas, com raízes profundas e galhos
que se entrelaçam, unidas e felizes, elas moldam o futuro. A corrupção, como
erva daninha, deve ser arrancada. Ele anseia por líderes íntegros, que sirvam
com honra e transparência. A violência, seja física ou verbal, não tem lugar em
seu brasil ideal. Todos devem se respeitar, independentemente de religião,
orientação sexual ou origem. Esse homem, com sua visão incandescente, não é
apenas sonhador, ele age, mobiliza, educa e inspira. Ele é a voz dos que não
podem falar, o defensor dos oprimidos, seu coração bate pelo Brasil. Ele luta
incansavelmente para transformar os sonhos em realidade.”.
Na realidade,
é preciso se ter a consciência de que qualquer pessoa tem pleno direito de
interpretar os fatos da forma que melhor maneira lhe interessa, segundo as suas
conveniências, como parece ser o caso da mirabolante narrativa acima, que mostra
a figura de político com predicativos de verdadeiro herói nacional, que tem
realmente capacidade de se agigantar em defesa dos interesses dos brasileiros,
sem reconhecer nele nenhum defeito.
O certo
mesmo é que as verdades são imutáveis, à vista dos fatos que mostram a
realidade do verdadeiro político, que não teve capacidade para comprovar os atributos
alardeados na mensagem acima, quando, se tudo o que foi descrito fosse verdade,
acredita-se que ele jamais teria sido derrotado pelo pior político da face da Terra,
em termos de indignidade, falta de personalidade, desonestidade reconhecida
pela Justiça brasileira, por ele ter se beneficiado, indevidamente, de recursos
públicos, algo incompatível com a administração pública.
Isso significa
se afirmar que seria impossível político tão articulado com tantos atributos e
qualidades, na vida pública, ter perdido a reeleição para pessoa sem a mínima condição
para exercer cargo público, ante o seu perfil de completa desmoralização
perante a administração pública.
Convém
citar que não passa de falácia de se afirmar que o político combate a corrupção,
quando ele, que se elegeu sendo o paladino da moralidade, que condenava, com
veemência, as práticas nefastas e deploráveis do Centrão, grupo recriminável
que é símbolo do fisiologismo, na administração pública, tendo a iniciativa de
cognominá-lo de “velha política” e que jamais faria negócio com ele, justamente
pela sujeira impregnada nas suas entranhas.
Isso é
fato notório do conhecimento dos eleitores brasileiros, mas esse calote eleitoral
teve vida curta, somente até o político ter sido ameaçado de impeachment pelo
Congresso Nacional, que não teve dúvida em pedir o socorro do Centrão para salvá-lo
da degola e colocá-lo no colo do governo, com todas as regalias que ele exige e
faz jus, diante da antiética dele, na forma de cargos públicos e emendas
parlamentares, que são regalias funestos exigidas por ele, que foram prontamente
atendidas com as pompas palacianas, justamente por quem é considerado combatente
da corrupção.
Impende
frisar que atos de corrupção, na administração pública, não é exclusivamente o beneficiamento
indevido de recursos públicos, mas também a prática do desvio de finalidade,
como nesse caso típico de associar o governo com grupo político considerado
desonesto, principalmente que a aliança espúria firmada tinha por destinação interesse
pessoal e particular do então presidente do país, que procurou se blindar com o
apoio do desgraçado Centrão, ficando bastante cristalina a fraude nessa operação,
por não haver o envolvimento de nenhum interesse público, que é a finalidade
precípua do serviço público.
Ou seja,
à toda evidência, o político que se passa por honesto não teve o menor
escrúpulo em utilizar dinheiro público para se compor com grupo fisiológico
para a proteção pessoal, cujo procedimento é absolutamente incompatível com as
finalidades públicas, cujos atos deveriam ter sido devidamente apurados, para
fins de responsabilização, na forma da lei.
Como se
vê, isso não condiz com afirmações constantes da mensagem acima, que dizem que “A
corrupção, como erva daninha, deve ser arrancada” e “Ele anseia por
líderes íntegros...”, de vez que isso foi colocado por terra, na prática,
conforme mostram os fatos acima descritos, embora eles sejam propositadamente
ignorados por seus fanáticos seguidores, que não se envergonham em fechar os
olhos para a verdade dos acontecimentos.
Por outro
lado, como então se acreditar em afirmações contraditórias e irrealistas como
essas: “Ele sonha com um país melhor...” e “...seu coração bate pelo brasil...”, quando,
na qualidade de mandatário do Brasil, ele teve excelente oportunidade para
mudar a consolidação da tragédia que se abate sobre as cabeças dos brasileiros,
com o peso da incompetência administrativa, do desperdício de recursos públicos,
dos abusos de autoridade, mediante arbitrariedades e inconstitucionalidades,
entre outras espécies de maldades contrárias aos princípios democráticos?
Era necessário
tão somente que ele tivesse implantado a garantia da lei e da ordem, com amparo
no art. 142 da Constituição, em especial, por conta das inúmeras denúncias de
irregularidades havidas na manipulação do sistema eleitoral brasileiro, sob a
desconfiança de fraudes para eleger pessoa incompatível com o exercício de cargo
público eletivo, que havia sido condenada pela Justiça brasileira, por
comprovada prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em
gravíssimo ferimento dos princípios da conduta ilibada e idoneidade, que são contrários
à dignidade e à moralidade no serviço público.
A supracitada
decretação se conformava perfeitamente com o disposto no art. 78 da Constituição,
que estabelece que o presidente da República tem “o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a
integridade e a independência do Brasil.”.
Vejam-se
que, nesse caso, o então presidente fracassou, deixando de cumprir a Constituição,
com infringência do aludido art. 78, quando ele permitiu que o principal órgão
da Justiça eleitoral transformasse ato originariamente ostensivo em sigiloso,
não dando transparência ao resultado das eleições presidenciais, em claro desrespeito
ao disposto no art. 37 da Constituição, que diz que os atos da administração pública
obedecerão “aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade...”.
Com base
no princípio da publicidade, aquele órgão teria a obrigação de dar
transparência a todos os atos referentes às últimas eleições presidenciais, mas
tudo foi negado, inclusive o acesso ao trabalho das Forças Armadas, que havia sido
convidadas para participarem do acompanhamento daquelas eleições.
Nessas circunstâncias,
o então presidente do país, com base no art. 78 da Lei Maior, deveria ter
interferido, nessa situação, para defender o melhor para o Brasil e os brasileiros,
mas, infelizmente, a gravíssima omissão dele permitiu que o poder fosse
transferido e o pior, tranquilamente, para a banda pobre da política brasileira,
mesmo com os conhecimentos da sua indiscutível índole de desonestidade, incompetência
e desprezo aos interesses do país, à vista de exemplos de governos anteriores.
Por fim,
convém aduzir, à vista da condução do combate à pior pandemia já havida no Brasil,
que o desempenho do então presidente do país foi simplesmente desastroso,
quando ele se opunha às orientações do próprio governo, não usando máscara nem
tomando vacina, além de ignorar a existência do vírus, que o chamou de “gripezinha”
e maricas as pessoas que ficavam em casa, com medo da Covid-19.
A atuação
dele foi tão desastrada que muitos brasileiros o denominaram de genocida e
negacionista, quando, na qualidade de estadista, ele muito ajudaria se tivesse
apenas cuidado das medidas necessárias ao combate à pandemia, sem se mostrar contrário
aos fatos, diante da incompetência médica da pessoa dele.
Esses
fatos contradizem à seguinte descrição: “Esse homem, com sua visão
incandescente, não é apenas sonhador, ele age, mobiliza, educa e inspira”, uma
vez que a autoridade dele pode ter induzido muita gente em não seguir as orientações
técnicas, em se tratando de momento de riscos e incertezas sobre as maldades do
coronavírus, que conseguiu matar mais de 700 mil brasileiros, em que pesem os
cuidados adotados pelas pessoas.
Apenas esses
sintéticos fatos podem servir para se intuir que não se trata de político íntegro
tal qual na forma da narrativa da mensagem acima, que o coloca sob a
superioridade que ainda precisa ser comprovada, diante das terríveis e vitais
falhas protagonizadas por ele, que jamais poderia ter passado para a história
do Brasil com máculas marcantes no seu currículo de ter se associado ao deplorável
Centrão e deixado de defender os interesses do Brasil contra os políticos da
maldade, do atraso e da desonestidade, conforme mostram os fatos.
A verdade
diz que a omissão de fatos erráticos sobre o político enseja se acreditar,
inclusive por parte dele, que ele é realmente imaculado e revestido da perfeição,
mas isso é extremamente prejudicial ao princípio da verdade, por contribuir
para enganar até a ele próprio e isso não é bom, por negar algo valioso, que é
a verdade dos fatos.
Enfim, a
mensagem que procura reconhecer apenas as qualidades que enaltecem o currículo
da político, peca em muito em ignorar fotos que fazem parte do histórico dele,
como homem público que também foi capaz de praticar graves desvios em ação ou
omissão de atos na gestão pública e isso também preciso ser sopesado, para o
bem da verdade, posto que não fica bem jogar o lixo para debaixo do tapete,
diante da importância da transparência dos fatos, na vida pública.
Brasília, em 12 de junho de 2024