sábado, 27 de setembro de 2025

Exploração?

 Importante pastor mostra, em vídeo que circula na internet, como arrecadar dinheiro fácil de fiéis, ao explicar para eles como se “planta uma semente da casa própria”, bastando apenas colocar, em envelope destinado à igreja dirigida por ele, 30% do que eles ganham, não importando a origem dos recursos.

O bom senso compreende e qualifica essa atitude do religioso, se verdadeira, como excrescência, em se tratando da maneira visivelmente artificiosa, desonesta e antirreligiosa como ele trata questão de cunho econômico, com o uso do jeitinho ardiloso de tratar assunto seríssimo que jamais deveria ter cabimento, especialmente com o apelo ao envolvimento do Senhor, como ele faz sem o menor escrúpulo, em pedir dinheiro dos religiosos ingênuos.

O mais grave dessa verdadeira extorsão, em nome da religião, é que o pastor, com a cara mais lisa de descaramento, fala em semente para a aquisição da casa própria, que não existe qualquer garantia da igreja sobre a afirmação patética do pastor.

Essa forma desvergonhada de extração direta de dinheiro está mais do que caracterizada como crime, que é a promessa de algo impossível, sem garantia de absolutamente nada, sob o argumento enganoso da ardilosa “plantação” de semente para a obtenção da casa própria, quando se percebe que o valor envolvido é totalmente incompatível com o sonho da casa anunciada, pois o dinheiro vai direto para o caixa da igreja, sem vinculação senão da ganância econômica do religioso.

Certamente que esse escândalo de exploração econômica não condiz com os sagrados princípios religiosos, que o pastor tem o dever de primar pela dignidade deles, quanto somente à alimentação da crença religiosa.

A atitude nitidamente promíscua do religioso denuncia a má índole dele, que não se mostra nada constrangido em protagonizar desvio de conduta religiosa, que se mostra visivelmente incompatível com a relevância da função de pastor evangélico.

Agora, se isso realmente for verdadeiro, o que muito se estranha mesmo é que há quem tenha a ingenuidade de satisfazer algo bizarro e desonesto, quando se acredita na maneira de doação cogitada de dinheiro, na forma inusitada e inacreditável de “semente da casa própria”, sendo transmitida abertamente, sem o menor escrúpulo, quando tudo isso significa engodo da pior qualidade, que só merece o repúdio da sociedade, que também tem a obrigação de denunciar os fatos às autoridades competentes.

Enfim, com vistas ao fortalecimento da crença religiosa e a sua moralização, convém que os brasileiros não só repudiem essa forma de trapaça como também a denunciem às autoridades policiais e judiciais, como forma de se evitar exploração de fiéis, no âmbito de templo religioso.  

Brasília, em 12 de setembro de 2025

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário