quinta-feira, 11 de setembro de 2025

O empenho!

 

De acordo com vídeo que circula nas redes sociais, o último ex-presidente do país declara amor ao Brasil e aos seus seguidores, demonstrando que tem se empenhado para evidenciar o seu amor aos brasileiros.

Impressiona sobremodo a maneira estratégica como é apresentada para os seus seguidores a figura do último ex-presidente do país, como se ele tivesse sido verdadeiro herói nacional, além de modelo do paladino da democracia e moralidade, o mais competente e corajoso homem público, por ter enfrentado os malfeitores da pátria.

Sim, não há a menor dúvida de que não é sacrifício amar a pátria, mas o amor ao Brasil precisa seguir importantes princípios e condutas de civilidade competência, sensatez, tolerância, responsabilidade e respeito, que são regras fundamentais do verdadeiro estadista.

É evidente que o propósito da mensagem constante do vídeo é mostrar o político perfeito que vem sendo vítima perfeitamente do sistema dominante, tendo que suportar pesadas e injustas investigações.

Não obstante, em se tratando de pessoa pública, convém que o seu histórico, perfil de vida política, também tenha os seus atos e procedimentos falhos ou desvios de conduta, posto que a verdade precisa ser, na medida do possível, fidedigna aos fatos realmente acontecidos.

Em primeiro plano, ressalte-se que o político foi eleito sob a promessa de sustentar o pilar da moralidade, que ruiu e espatifou logo no início do seu governo, com a colocação no seu colo do desprezível, recriminável e desmoralizado Centrão, grupo político conhecido por ser símbolo do fisiologismo no Congresso Nacional.

Esse mesmo grupo foi cognominado por ele de “velha política”, justamente por seu histórico de aproveitador de recursos públicos, dizendo que não faria negócio com ele.

É preciso ficar claro que a ida do Centrão para o Palácio do Planalto teve por finalidade blindar o presidente do país no Congresso, onde ele era ameaçado de impeachment.

Isso revela o uso de dinheiro público para o atendimento de fins particulares, fato este que caracteriza desvio de finalidade, uma vez que as verbas públicas, no caso de emendas parlamentares e cargos liberados para o Centrão, não tiveram destinação ao atendimento das necessidades públicas, mas sim particulares, e isso evidencia a prática de ato corruptivo, ante o claro desvio de finalidade.

No combate à pandemia do coronavírus, o presidente de então não tinha como ser o mais insensível e insensato, ao procurar se imiscuir em todas as medidas de competência exclusiva do órgão com a competência institucional de cuidar da saúde pública, a par de ter contrariado as normas emanadas pelo próprio governo, como o uso de máscaras, a recusa à vacina, entre tantos péssimos exemplos de rebeldia e indecisões que deveriam ter sido evitados, a vista da relevância do cargo ocupado por ele.

Como forma de total descaso ao combate à Covid-19, o ex-presidente se digno a nomear, pasmem, um general especialista em suprimentos do Exército, sem nenhum conhecimento de medicina, que era essencial à melhor compreensão sobre as ingentes questões relacionadas às medidas técnico-especializadas a serem adotadas ou aplicadas no combate à gravíssima crise sanitária.

É muito triste que tantas mortes poderiam ter sido evitadas com a adoção de providências com a discrição, objetividade e efetividade, posto que somente foi feito o necessário, quando a gravíssima crise sanitária exigia empenho extremado.

Acredita-se que a maior gravidade do desempenho desastroso do político teria sido mesmo a incursão suicida de brigar ferozmente com integrantes de outro poder da República, que aconteceu por todo o seu governo em luta absolutamente desnecessária e injustificável, por envolver questão que ele tinha competência institucional para resolver por meio de projeto de lei, permitindo o aperfeiçoamento do sistema criticado por ele, sem qualquer celeuma.

 A verdade é que o triste e deprimente embate objetivava a sua vitimização, que se tornou instrumento de suma importância política, para mostrar forma ativa de perseguição que perdura até os dias presentes.

Enfim, algo que teria servido para demonstrar robustez e coragem, por ter como timbre do encorajamento para peitar fortes adversários, terminou constituindo a fortaleza da sua ruína política, pois a disputa inglória do poder cedeu lugar à criação do poderoso sistema, que cuidou de tramar o seu afastamento do poder e de organizar a destruição do Brasil, tal e qual como ele se encontra na atualidade, graças à insensatez, à intolerância, à estupidez, à incompetência, à irresponsabilidade e ao desamor à pátria.

Brasília, em 9 de setembro de 2025

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