Impressiona
sobremodo a maneira estratégica como é apresentada para os seus seguidores a
figura do último ex-presidente do país, como se ele tivesse sido verdadeiro
herói nacional, além de modelo do paladino da democracia e moralidade, o mais
competente e corajoso homem público, por ter enfrentado os malfeitores da
pátria.
Sim, não
há a menor dúvida de que não é sacrifício amar a pátria, mas o amor ao Brasil
precisa seguir importantes princípios e condutas de civilidade competência,
sensatez, tolerância, responsabilidade e respeito, que são regras fundamentais
do verdadeiro estadista.
É
evidente que o propósito da mensagem constante do vídeo é mostrar o político
perfeito que vem sendo vítima perfeitamente do sistema dominante, tendo que
suportar pesadas e injustas investigações.
Não
obstante, em se tratando de pessoa pública, convém que o seu histórico, perfil
de vida política, também tenha os seus atos e procedimentos falhos ou desvios
de conduta, posto que a verdade precisa ser, na medida do possível, fidedigna
aos fatos realmente acontecidos.
Em
primeiro plano, ressalte-se que o político foi eleito sob a promessa de
sustentar o pilar da moralidade, que ruiu e espatifou logo no início do seu
governo, com a colocação no seu colo do desprezível, recriminável e
desmoralizado Centrão, grupo político conhecido por ser símbolo do fisiologismo
no Congresso Nacional.
Esse
mesmo grupo foi cognominado por ele de “velha política”, justamente por seu
histórico de aproveitador de recursos públicos, dizendo que não faria negócio
com ele.
É preciso
ficar claro que a ida do Centrão para o Palácio do Planalto teve por finalidade
blindar o presidente do país no Congresso, onde ele era ameaçado de
impeachment.
Isso
revela o uso de dinheiro público para o atendimento de fins particulares, fato
este que caracteriza desvio de finalidade, uma vez que as verbas públicas, no
caso de emendas parlamentares e cargos liberados para o Centrão, não tiveram
destinação ao atendimento das necessidades públicas, mas sim particulares, e
isso evidencia a prática de ato corruptivo, ante o claro desvio de finalidade.
No
combate à pandemia do coronavírus, o presidente de então não tinha como ser o
mais insensível e insensato, ao procurar se imiscuir em todas as medidas de
competência exclusiva do órgão com a competência institucional de cuidar da
saúde pública, a par de ter contrariado as normas emanadas pelo próprio
governo, como o uso de máscaras, a recusa à vacina, entre tantos péssimos
exemplos de rebeldia e indecisões que deveriam ter sido evitados, a vista da
relevância do cargo ocupado por ele.
Como
forma de total descaso ao combate à Covid-19, o ex-presidente se digno a nomear,
pasmem, um general especialista em suprimentos do Exército, sem nenhum
conhecimento de medicina, que era essencial à melhor compreensão sobre as
ingentes questões relacionadas às medidas técnico-especializadas a serem
adotadas ou aplicadas no combate à gravíssima crise sanitária.
É muito
triste que tantas mortes poderiam ter sido evitadas com a adoção de
providências com a discrição, objetividade e efetividade, posto que somente foi
feito o necessário, quando a gravíssima crise sanitária exigia empenho
extremado.
Acredita-se
que a maior gravidade do desempenho desastroso do político teria sido mesmo a
incursão suicida de brigar ferozmente com integrantes de outro poder da
República, que aconteceu por todo o seu governo em luta absolutamente
desnecessária e injustificável, por envolver questão que ele tinha competência
institucional para resolver por meio de projeto de lei, permitindo o
aperfeiçoamento do sistema criticado por ele, sem qualquer celeuma.
A verdade é que o triste e deprimente embate
objetivava a sua vitimização, que se tornou instrumento de suma importância
política, para mostrar forma ativa de perseguição que perdura até os dias
presentes.
Enfim,
algo que teria servido para demonstrar robustez e coragem, por ter como timbre
do encorajamento para peitar fortes adversários, terminou constituindo a
fortaleza da sua ruína política, pois a disputa inglória do poder cedeu lugar à
criação do poderoso sistema, que cuidou de tramar o seu afastamento do poder e
de organizar a destruição do Brasil, tal e qual como ele se encontra na
atualidade, graças à insensatez, à intolerância, à estupidez, à incompetência,
à irresponsabilidade e ao desamor à pátria.
Brasília,
em 9 de setembro de 2025
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