Conforme vídeo que circula nas redes sociais, uma deputada federal, em
tom de indignação, declara que a medida que se cogita a anistia às pessoas
envolvidas no suposto golpe de Estado chama-se “A PEC da vergonha. Anistia,
não!”.
A exaltação exacerbada da parlamentar, conforme mostra a imagem,
demonstra, com muita clareza, o momento de muita tristeza que se abate sobre a
nação brasileira, quando pessoas amadurecidas pela idade e até mesmo pela
experiência da vida, não têm o menor escrúpulo de se enfurecerem em defesa de
ideias estritamente derivadas do sentimento egoísta da nefasta ideologia
política, absolutamente injustificável como princípio de vida, em nítido
detrimento da dignidade humana, que condiz com o que é mais sagrado em termos
de respeito ao seu semelhante.
Isso evidencia o incontrolável e brutal desejo de se fazer julgamento
imbuído de pura vingança, na pior forma de justiçamento de quem possa até ter
errado, porque é natural ao ser humano errar, mas é inconcebível qualquer forma
de julgamento do seu semelhante, senão pelas vias apropriadas.
Essa não é certamente pela forma como tem sido exposta tão
deploravelmente, em que as pessoas procuraram extravasar o arraigado sentimento
insano de total desprezo ao seu próximo, sem que nada, absolutamente nada tenha
vinculação com danos pessoais sofrido, repita-se, a propósito, diante de causa
que não lhes diz respeito diretamente e que o juízo de valor se encontra na
esfera competente.
Impende que seja ressaltado que a anistia cogitada é forma civilizada do
perdão de desvio de conduta humana, cujo salutar instituto já foi aplicado
reiteradamente na história universal, posto que a sua eficácia objetiva o
atingimento de umas da mais relevantes capacidade humana de compaixão, que é
própria da humanidade conscientizada da convivência harmoniosa com a paz, a
sabedoria e o aperfeiçoamento dos princípios humanitários.
Não há a menor dúvida de que as pessoas que são contrárias à concepção
da anistia dizem e mostram, literalmente e sem o menor constrangimento, a sua
índole perversa de cruel antagonismo, em demonstração de sentimento
antipacifista, que é próprio de quem defende causas meramente ideológicas, sem
a menor preocupação com a dignidade humana, que estaria em primeiro plano no
seio da sociedade, onde não deveria existir divisões e muito menos antagonismo
doentio e desumano.
Infelizmente, essa é a atual realidade brasileira, em que ninguém, nem
mesmo quem deveria servir de modelo para a sociedade sadia e pacífica, não se
envergonha de se expor ao ridículo de mostrar que é contrário ao perdão, que é
forma civilizada de compaixão e humanismo, preferindo evidenciar o seu natural
lado cruel da desumanidade, em concordância com o desprezível e condenável
antagonismo ideológico.
Enfim, nada mais é capaz de causar estranheza neste Brasil dominado pela
polarização, em que os princípios ideológicos têm a predominância e a dignidade
humana foi relegada à pior insignificância, conquanto pessoas admiráveis na
vida pública se transformam, sem o menor constrangimento, em instrumento dessa degeneração
dos princípios humanos.
Brasília, em 24 de setembro de 2025
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