segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Polarização!

 

É momento de muita discussão em torno da definição da anistia às pessoas envolvidas na suposta tentativa de golpe de Estado, em que algumas entendem que isso tem a significância de humanização e pacificação nacional, enquanto outras simplesmente ignoram qualquer forma de perdão.

Essa forma de comportamento dissonante sinaliza para urgente filtragem da sociedade, por convicções político-ideológicas, tendo em conta a forte influência filosófica nos rumos da sociedade, sob o risco iminente de injustificáveis tragédias geradas pela somatização do inevitável processo de inimizade e vingança.

Essa polarização se torna bastante visível agora, quando as reações são sintomáticas da sociedade, que passou a dar importância ou não dos princípios humanitários ao alinhamento ideológico, onde se tornou comum o gesto de repulsa à compaixão, à vista da banalização, em elevado grau, da violência e do desamor.

  Já há até a compreensão de que essa forma de comportamento se resumo em mecanismo de sobrevivência e proteção do grupo político, que tende a se fortalecer com os ataques aos adversários, em forma de hostilidades, não permitindo qualquer possibilidade de avanço humanitário por parte deles.

Nesse terrível jogo de interesses, o que importa na seara do certo e do errado não são os princípios, mas sim as estratégias empregadas nos embates.

Na verdade, a nefasta polarização tem o condão de corroer não somente os princípios humanitários, mas também o juízo moral, por meio da degeneração do sentimento ético, em forma de desvalorização sistemática do sentimento de humanismo.

A verdade é que a consolidação da polarização, com a identificação de grupos, ajuda a se enxergar o adversário com o instinto de desumanização, como alguém que não merece respeito nem consideração, conquanto concomitantemente desapareça o interesse na discussão de ideias políticas.

Parece ser esse o contexto atual vivido, no país, com a predominância da polarização, em que a disputa política já foi colocada à margem das negociações, para ganhar a visualização própria da desumanização, em que perde importância os sagrados princípios humanitários.

O tão almejado perdão, por sua importância humanitária, de interesse comum da sociedade, foi simplesmente transformado em questão relativizada por critério de alinhamento ideológico, uma vez que a empatia, como saudável princípio universal, foi meramente partidarizada.

A compaixão que é própria da sociedade, que poderia servir para uni-la para a construção do bem, passou a ser importante instrumento de fidelidade ideológica.

O resumo dessa lamentável realidade política brasileira deixa muito patente a total perda dos sagrados sensos de humanidade e de amor ao próximo, tendo como consequência a definitiva flagelação da sociedade.

Enfim, é totalmente possível se seguir ideologia política, se combater ideias, sem jamais se perder o senso de justiça, porque, do contrário, não se apodrecem somente os sensos de empatia e política, mas sim os saudáveis  princípios de humanização.

Acorda, Brasil!

Brasília, em 22 de setembro de 2025

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