A
Organização das Nações Unidas (ONU), órgão intergovernamental, tem por objetivo
primordial a promoção da cooperação internacional.
A
essência da sua função envolve, em especial, a diplomacia com vista à pacificação
de conflitos entre países, embora, na prática, isso tem sido longe de se
realizar, diante da falta de resultado nesse sentido.
Não
é nenhuma novidade, porque já foi declarado, muitas vezes, o presidente
brasileiro não é lá muito amante ao diálogo, ou seja, ele é alérgico a essa
prática, já tendo declarado que detesta a ONU, mas, mesmo assim, sem o mínimo de
amores por esse órgão e ainda convalescendo de recente cirurgia de hérnia, ele garantiu
que irá a Nova York, para ler, no próximo dia 24, seu discurso de abertura da
74ª Assembleia Geral da instituição.
O
porta-voz da Presidência da República disse que o presidente deverá ser “enfático”
e “falará de coração”, onde terá oportunidade para explicar a “sua
política ambiental baseada na sustentabilidade, realçará o combate à
corrupção e anunciará o fim da diplomacia com viés ideológico.”.
Falavam-se
que as recomendações médicas o aconselhavam a não viajar, mas o fato é que
foram diagnosticados sérios focos de protestos contra o presidente brasileiro,
por meio de movimentos organizados, o que acendeu a luzinha de advertência, acenando
para cuidados especiais ao presidente brasileiro.
Não
obstante, a preocupação maior adveio com a possibilidade de o próprio plenário
da ONU se rebelar contra a presença do presidente brasileiro, em razão de seus
destemperos verborrágicos, quando, atropelando os princípios democráticos, de
forma grosseira, desandou a maltratar presidentes de países amigos, em termos
comerciais e de relações diplomáticas.
Nessa
situação nada agradável de passeatas, em protestos contra a presença do mandatário
brasileiro, seria o fim dos mundos se os chefes de Estado lhe derem às costas,
no exato momento quando ele começar a
falar na tribuna da ONU ou, de outra feita, retirando-se do plenário, em sinal
de veemente protesto, porque não seria nada impossível, diante das grossuras e
indelicadezas por parte do presidente tupiniquim.
É
evidente que tudo isso não passa de conjectura, mas, nesse contexto de
animosidade e de descortesia, não seria indelicadeza ou falta de educação, porque
o presidente brasileiro faz questão de responder as agressões recebidas no
mesmo nível ou pior ainda, o que demonstra extrema falta de polidez, no âmbito
das relações entre nações tradicionalmente amigas, em que as divergências são
tratadas por meio de tratativas diplomáticas, em que as agressões não fazem
parte do diálogo, à vista do sempre aconselhável respeito aos princípios
civilizatórios.
Na
verdade, é preciso entender que o presidente brasileiro tem como princípio se
comportar à sua maneira, de forma deseducada e ofensiva em relação à ONU, a
quem já demonstrou desprezo, tendo a chamado de “local de reunião de
comunistas”, tendo, inclusive, prometido, ainda na campanha eleitoral: “se
eu for eleito, saio da ONU, porque não serve para nada essa instituição”,
em clara demonstração de desprezo a órgão que precisa ser respeitado, mesmo que
não tenha conseguido realizar, com efetividade, a sua missão essencial, que é a
garantia da paz mundial, mas essa forma de desprestígio somente contribui para
dificultar ainda mais a missão pela qual ela foi institucionalizada, como forma
de justificar a sua existência.
Na
prática, o Brasil se tornou ainda mais mal visto, com relação ao meio ambiente,
quando demonstrou desinteresse em participar da Cúpula do Clima, que já está
acontecendo na sede da ONU, tendo sido, por isso, vetado o seu discurso no
evento, o que só confirma o vergonhoso vexame diplomático, porque o Brasil,
sede de um dos maiores biomas terrestres, jamais poderia ter ficado fora de
evento de suma importância dessa cúpula, onde certamente serão expostos e
debatidos graves problemas de todo o mundo.
Ademais,
é notória a insatisfação com o visível descaso demonstrado pelo Brasil às
questões relacionadas com a preservação ambiental e pelas causas indígenas, além
das gravíssimas denúncias sobre as queimadas na Amazônia, motivando a
realização de muitos protestos, em nível, principalmente.
Diante
desses fatos extremamente lamentáveis, convém que o Brasil repense, com muita urgência,
as suas políticas direcionadas ao meio ambiente, no seu conjunto, de modo que elas
passem a ser absolutamente convergentes com os sentimentos civilizatórios em
demonstração da sustentabilidade das condições da vida saudável.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 21 de setembro de 2019
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