O presidente da República brasileiro pretendia
discursar na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas
(ONU), em tom mais para o lado "conciliatório", porém ele resolveu aproveitar
a sua fala, amanhã, para carregar de recados à comunidade internacional, naturalmente
ao seu estilo na diplomático.
Ao que tudo indica, a estreia do presidente brasileiro,
na ONU, terá respostas às críticas – que o governo considera injustas e
indevidas – feitas, em especial, à sua política ambiental, com enfoque à
condução do combate às queimadas na Amazônia.
Para a imprensa estrangeira, o presidente
tupiniquim não passa de político populista de extrema-direita, com descrição
dos episódios de retórica do brasileiro e da sua visão a respeito da proteção
ambiental.
É evidente que a pressão sobre seu governo foi intensificada em agosto último, mais
precisamente depois da divulgação de dados sobre aumento do desmatamento e das
queimadas na Amazônia, no fluente ano, em que houve verdadeiro embate público
entre os presidentes do Brasil e da França, cujo resultado não poderia ter sido
o pior possível para a imagem de seu governo e do Brasil.
Não há a menor dúvida de que já passou do momento de
se "baixar a poeira", procurando, a todo custo, evitar novas
polêmicas e novos confrontos, porque isso somente contribui para conturbar as
relações internacionais e comerciais do Brasil com o resto do mundo.
Nesse caso, não resta ao presidente seguir a linha
da moderação e da civilidade, de modo que o pronunciamento seja carregado de
frases próprias do alto nível da diplomacia, em estrita harmonia com o momento
especial de abertura da Assembleia-Geral, mostrando ao mundo o verdadeiro
sentimento de pacificação, harmonia e serenidade que precisam reinar nas relações
entre as nações sérias e civilizadas, em termos diplomáticos, na forma
preconizada pela institucionalização da ONU.
A previsão é a de que o presidente brasileiro
enfatize, muito claramente, que o seu governo não compactua com os crimes
ambientais, aproveitando o ensejo para defender a soberania no País, de certa forma
mandando claros recados ao presidente francês, além de sinalizar que as
queimadas na floresta tropical não atraíram a atenção da comunidade
internacional em governos anteriores, dando a entender sobre a existência de má
vontade com o seu governo.
O presidente brasileiro também deve apresentar dados
estatísticos, para comprovar os repetidos argumentos de que as queimadas de
agora estão na média de anos anteriores, na tentativa de se tentar reverter a
imagem segundo a qual as queimadas não foram produzidas pelo atual governo, que
estaria relaxando no controle do meio ambiente.
De forma prioritária, o discurso à ONU pretende sinalizar
par a abertura de caminhos para oportunidades econômicas no Brasil, quando o
presidente deve indicar que o conceito de desenvolvimento sustentável existe
com a contribuição do Brasil e que o País está aberto a iniciativas de
desenvolvimento da região com cooperação do setor privado.
O discurso vai citar a Operação Acolhida, que cuida
do recebimento humanitário de refugiados venezuelanos, de modo a mostrar o
sentimento de voluntariedade em nível internacional.
Em linhas gerais, o presidente já afirmou que não
pretende "apontar o dedo" para outros chefes de Estado, mas
sim enfatizar que "Nós temos que falar do patriotismo nosso, da questão
da soberania, do que o Brasil representa para o mundo, sempre aberto, um país
cujo povo é bem recebido em qualquer lugar. Aqui também tem formação de gente
do mundo todo".
Ou seja, o presidente pretende transmitir, segundo
ele, o seguinte: "A ideia é fazer um pronunciamento falando de quem nós
somos, nossas potencialidades, o que mudou também. Não tem mais aquela questão
ideológica.".
Nessa linha eleita pelo presidente brasileiro,
muito mais de ponderação, cautela e diplomacia, somente demonstra que já passou do momento para
o amadurecimento sobre o engrandecimento ao respeito às relações internacionais
e comerciais, em que os governantes não podem disputar, no grito, seus pontos
de vista e muito menos as suas posições como estadistas, porque é preciso que haja
a conscientização sobre a autonomia e a independência das nações, no âmbito do
princípio civilizatório, à luz da evolução da humanidade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de setembro de 2019
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