domingo, 1 de setembro de 2019

Infeliz influência política


Em razão da crônica versando sobre o projeto do abuso de autoridade, em que congressistas aprovaram normas destinadas a dificultar as investigações de fatos suspeitos de irregularidades, várias pessoas se manifestaram em apoio ao texto.
O ilustre conterrâneo Xavier Fernandes, atento aos fatos políticos, houve bem afirmar, verbis: “Realmente, é perfeita a sua análise reflexiva. Há uma série de complicadores que mexem com a decisão final sobre vetar total ou parcial. Essa emenda. Seria muito bom que os poderes fossem de veras independentes. Há uma submissão implícita entre eles, que trava o andamento e a resolução dos graves problemas que dominam a vida política, administrativa e judicial do país. As nossas leis são frágeis e dá a entender que são inconsistentes, cheias de brechas e janelas, O presidente é refém e fica de mãos atadas sem saber o que fazer em determinadas situações. A exemplo desse indigesto imbróglio, que requer muito equilíbrio e sabedoria para dá o rumo certo a essa questão tão complicada e por demais importante. É difícil. Muito difícil...”.
Em atenção à inteligente manifesta acima, eu parabenizo o professor Xavier Fernandes, por sua feliz análise sobre tema da maior relevância, que é decidir sobre interesses diretos de parlamentares, que conseguiram aprovar projeto destinado praticamente à sua proteção, em se tratando da criação de dificuldades para apurações de casos suspeitos os envolvendo.
Quando os fatos mostram que o foco da roubalheira está dentro do Congresso Nacional, à luz das investigações da Operação Lava-Jato, e que o projeto trata precisamente sobre medidas para conter o abuso de autoridade, fica mais do que patente que quem ousar investigar fatos irregulares fica passível de ser punido, a depender da interpretação sobre o seu desempenho na condução das apurações, o que é preferível que nem haja investigação, porque ninguém quer se ariscar a ser penalizado, repita-se, ninguém, voluntariamente, vai correr o risco de ter que ficar à mercê do poder e da influência do investigado, que tudo fará para ser inocentado e, como forma de revide, punir os agentes que se encarregaram da formalização do processo.
Ou seja, o presidente da República precisa evitar que esse desastre se torne lei, ficando a critério do Congresso Nacional vetar, se quiser, assumindo a responsabilidade pela aprovação de regra jurídica absolutamente promíscua, em benefício da criminalidade, ou mais precisamente dos próprios congressistas, porque os agentes do Estado vão fechar os olhos para as denúncias que chegarem sob a sua jurisdição e isso é péssimo para a imagem dos representantes do povo, diante da confirmação de que eles realmente trabalharam em harmonia com a paz e tranquilidade da criminalidade.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 1º de setembro de 2019

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