A querida prima Tereza Queiroga
postou mensagem invocando a proteção da Sagrada Família, no sentido de que
Jesus, Maria e José abençoem a todos.
Imediatamente, veio à mente a
necessidade do relato sobre a minha participação nos festejos em homenagem à
Sagrada Família, na forma descrita, sucintamente, a seguir.
Ainda guardo na memória as
melhores lembranças dos festejos em comemoração à Sagrada Família, padroeira de
Uiraúna, Paraíba.
Havia e ainda deve existir áurea
de encantamento por trás de toda aquela devoção a Jesus, Maria e José.
Tudo se processava em ritual de
sublime homenagem aos protetores da querida Uiraúna, com a programação que
envolvia a atenção das pessoas, por cerca de uma semana, quando todos os
eventos simbolizavam a verdadeira união das famílias uiraunenses.
A animação era completa e
começava pela alvorada festiva, por meio da qual a banda JMJ acordava a cidade
e desfilava garbosamente nas suas ruas, juntando a meninada, inclusive com a
minha efetiva participação, para onde ela fosse.
Lembro-me, com saudade, da
novena, das quermesses, das retretas da banda JMJ, dos fogos e do balão, estes
fabricados, no capricho, pelo mestre Vitor, do leitão, ponto alto da festa,
comandado por Ganga (grande Ganga, inesquecível), além das missas solenes.
Meus avós e minhas tias se
mudavam, com em forma de séquito da corte, para a casa de tio Tonho, com
especial preparativo culinário vindo do Sítio Canadá, direto do casarão, que
aportava na cidade e consistia, basicamente, no manzape, pão de ló, bolo de milho,
bolo de batata, sequilhos (especialidade de tia Ritinha) e doces, compotas, com
a liderança da geleia de araçá (delicia dos deuses, da especialidade de
madrinha Suzete) etc., tudo para dá mais charme e sabor especiais à festa da
Sagrada Família.
Nessa ocasião, ninguém recebia
mais visitas do que meus avós e tias, tanto pelas amizades como pelos agrados à
base de bolos e doces, que abrilhantavam os festejos do momento que,
infelizmente, só duravam uma semana, tempo suficiente para acabarem as
guloseimas deliciosas.
Enfim, era festa completa e
animada, para encher os olhos da sociedade.
A minha última participação nas
festas da Sagrada Família ocorreu exatamente há 54 anos, quando ainda eu morava
em Uiraúna, mas a lembrança se mantém vida na memória e no coração muito
saudoso de bons tempos da minha rica infância.
Tenho procurado encontrar espaço
na minha agenda para me dedicar exclusivamente à participação nesse evento
extraordinário, mas ainda não foi possível.
Nutro a esperança de que a
Sagrada Família há de se encarregar de possibilitar esse meu reencontro com as
suas belas e animadas comemorações anuais.
Assim espero!
Brasília, em 3 de janeiro de 2020
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