sábado, 25 de janeiro de 2020

O valor do voto


Na crônica intitulada “Um grito de socorro pelo Hospital Regional de Uiraúna”, foi feito veemente apelo para que seja aflorada a sensibilidade dos homens públicos e da sociedade em geral, com vistas à viabilização dessa unidade de saúde, de modo que possa garantir a necessária assistência médico-hospitalar para os uiraunenses, tendo em conta que, por força da legislação de regência da saúde pública do Brasil, é dever do Estado assegurá-la indistintamente aos brasileiros.
Sensibilizadas com os termos da referida crônica, várias pessoas se manifestaram em apoio ao meu apelo, a exemplo da prezada senhora Bernadete Gonçalves, que, em demonstração de carinho, fez a seguinte explanação: “O que esperar de uns políticos que não investe na saúde!!! Na educação!!! E no bem estar do seu povo!!! Onde a única coisa que se prospera é a ganância pelo dinheiro. Nós Uiraunense temos que valorizar seu voto, tem muitos que se vendem troca seu voto por dinheiro, não pensa nas consequência que pode acontecer. Por isso estamos prejudicados com a falta do nosso hospital que atendia toda região principalmente os pobres onde ganhava seus filhos não precisava se deslocar pra Cajazeiras, Souza etc. Eu mesma ganhei minhas três filhas nesse hospital, sinto muita saudades e falta como muitos tem. Uma pena, mas infelizmente uma realidade!”.
Em resposta à sentida manifestação, digo que a avaliação da senhora Bernadete Gonçalves tem muita pertinência, por todos os aspectos levantados por ela, em especial no que tange à valorização do voto, porque ele precisa ser reafirmado como forte arma democrática, por ser importante instrumento de decisão popular, principalmente quanto ao entendimento segundo o qual o poder emana do povo e, em seu nome, será exercido, quando isso é possível, o que parece não ser o caso da maioria da população de Uiraúna, que colocou na mente que ali só existia um político de verdade, enquanto os demais homens públicos, mesmo demonstrando capacidade de gestão, não mereciam administrar o município.
É importante que a população de Uiraúna tenha interesse em discutir, com a participação efetiva da sociedade, as principais reivindicações da comunidade, que precisam ser objeto de pauta ampla e prioritária, no sentido de que as questões essenciais possam ser apresentadas aos candidatos à prefeitura, com a sinalização muita clara de que somente terão votos quem se comprometer em implementar ou defender a efetivação das matérias elencadas por essas lideranças, evidentemente ficando alijados da aceitação popular aqueles que demonstrarem desinteresse em apoiá-las.
Ou seja, é de extrema importância que o plano de trabalho do futuro prefeito de Uiraúna seja contemplado com as ideias principais oferecidas pelos eleitores, que deverão ter decisiva participação no governo, em se tratando que o governo, que se diz que seja do povo, compreende e se compromete com a realização de metas indicadas pelo povo, evidentemente como adjutório, porque o prefeito que se preza marcar a sua administração com obras de peso, entre elas o tão sonhado hospital.
Também é preciso se ressaltar a importância da alternância do poder, tanto como forma da necessária renovação da gestão pública como pelo imperioso cuidado de se evitar o conformismo e o mesmice dos costumes, sempre prejudiciais à dinâmica de administrações modernas de produtividade, competência e eficiência, que precisam existir em benefício da população.
É preciso que o povo de Uiraúna sinta na pele, como fogo ardente, a desgraça representada pelo deplorável acontecimento na prefeitura, para que isso sirva não somente de importante marco histórico, mas, em especial, lição política de como é preciso e urgente a mudança de gestão, não aceitando a predominância de liderança única, por mais que ela demonstre credibilidade, diante da imprescindibilidade da alternância de poder.
Espera-se que haja interesse do povo de Uiraúna pelo amadurecimento sobre o real valor do seu voto, como instrumento valioso e poderoso no momento da escolha de seus dirigentes, que devem estar em sintonia com os verdadeiros anseios da sociedade.
Brasília, em 25 de janeiro de 2020

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