Momento antes do tradicional “parabéns para você”, fui surpreendido
com o querido primogênito Alysson Fábio anunciado que havia elaborado texto em
minha homenagem, que tem o teor abaixo:

“Hoje comemoramos os 71
anos de Antonio Adalmir Fernandes, conhecido como Antonio de Dalila, cabeça de
mamão, Adalmir, papai, Toin, pai, vovô, Adalmiiiii. Muitos nomes para
descrever um homem simples que partiu do quase nada para muito construir.
Que, aos longo dos anos, assume novos papéis em nossas vidas e a cada dia deixa
marcas em seu legado. É a pessoa certa se quer debater longamente sobre
política, sobre Uiraúna ou sobre os frutos que a terra dá. Incansável escritor,
já possui 42 livros publicados e muitos outros aguardando para serem trazidos
ao mundo. Grande conhecedor da língua portuguesa, de seus conectivos e
adjetivos, abusa do vernáculo na defesa de suas ideias em textos onde seus
argumentos são expostos e exaustivamente desenvolvidos. Mas é no poder de
síntese de seus artigos de opinião que mostra sua capacidade de dizer muito em
pouco, de traduzir muitas vozes em poucas linhas. Muitos acham que seus textos
versam sobre política, sobre administração pública, sobre sua infância em
Uiraúna, sobre homenagens. Mas, na verdade, são o reflexo do seu olhar único
sobre a vida e suas diversas matizes, seus pontos de encontro e desencontro. Apesar
de suas mais de doze mil páginas publicadas, sua obra não está somente em seus
textos, mas em tudo o que construiu ao longo dos seus quase vinte e seis mil
dias de história na Terra: sua família, seus amigos, sua carreira, suas obras,
seus seguidores, seus opositores. Somos todos a soma de nossas escolhas,
de nossas indecisões e de nossas omissões. Somos o que está em nós e o que está
naqueles que nos cercam, em suas memórias, em nossos ensinamentos, naquilo que
construímos, no rastro que deixamos, na vida que vivemos juntos, em suma, na
história que escrevemos todos os dias sem palavras. Que ainda haja muito a
escrever, mas saiba que a história está além da tela do computador. Lembre-se
de criar lembranças ao invés de lembretes e de estar presente ao invés de dar
presentes. A vida é uma folha em branco que escrevemos sem nos darmos conta. O
passado é história imutável. O futuro, uma promessa incerta. Viva o hoje, o
aqui, o agora. Pois isso é o que de fato temos. São os fatos da vida. São
palavras sinceras do seu filho mais velho, em nome de sua nora e netos. Te
amamos. Feliz aniversário, Pai.“.
Como
se vê, trata-se de texto aprimorado que muito diz sobre o meu jeito de ser, ao mostrar
um pouco sobre a minha vida, como peculiaridades e manias, com destaque para a
minha doença crônica e incurável, se é que o gosto e a mania de escrever têm algo
relacionado com enfermidade, mas, enfim, o querido Alysson quis escancarar a
minha privacidade, que tenho muita honra em deixá-la transparente para o conhecimento
da sociedade.
Fico
muito feliz que eu sirva de espelho não somente para a minha família, mas também
para o mundo, no bom sentido, sob o prisma segundo o qual o que se faz de
produtivo e salutar é muito importante que seja do conhecimento da sociedade.
Talvez
o Alysson tenha se excedido quando expôs a minha capacidade de discussão sobre
variados assuntos do mundo moderno e ainda acerca do conhecimento da língua pátria,
porque tenho plena consciência sobre as minhas limitações e até onde posso adentrar,
sem medo de perder o rumo ou o caminho de volta.
No
geral, o menino, jovem escritor Alysson, mostra, com competência, a sua veia
literária, que impressiona, de cara, mandando claro recado de que eu que me
cuide, porque de tolo no mundo literário ele não tem absolutamente nada, porquanto,
ao contrário, o seu tino no cenário das letras é de causar inveja ao seu velho
pai, que só Deus sabe o quanto eu preciso Dele para a elaboração de minhas crônicas.
A gradeço, de coração paternal, esse primor
de lição de como elaborar belo texto, com objetividade e elegância, além de
deixar rastro, em pinceladas acentuadas, de alerta de que nem de letras vive o
homem.
Muito
obrigado, querido menino Alysson Fábio, por seu admirável texto, que tem ensinamentos
valiosos, embora o aluno recalcitrante tenha enorme dificuldade para seguir
religiosamente a lição sinalizada nele, que é importante, mas ela chega muito
tarde para quem já ultrapassou a barreira dos setenta.
Com
beijo de agradecimento do seu pai que te ama.
Brasília,
em 29 de janeiro de 2020
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