domingo, 26 de janeiro de 2020

Apelo à conscientização cívica

Na crônica intitulada “É preciso apoio ao apelo”, foi afirmado que, mesmo distante de Uiraúna, eu sinto que tenho o dever filial de me preocupar com as mazelas que grassam nessa querida terrinha, onde pessoas importantes preferem se calar e se omitir diante dos graves problemas que afligem a população, possivelmente para não contrariarem a classe política dominante, além de permitir que a cidade se distancie do progresso almejado pelo tanto que ela merece e não apenas pelo que tem alcançado, quando certamente poderia ser bem melhor se essa terrível realidade jamais existisse.
Diante desse texto, vieram em meu apoio diversas manifestações se solidarizando comigo, entre os quais destaco a importante mensagem proferida pelo sempre atento cidadão Ditinho Minervino, que se expressou nestes termos: “PARABÉNS Conterrâneo, amigo irmão. Bom seria se os uiraunenses, e filhos da região, tivessem ao menos, metade da preocupação que você tem em prol da terrinha. Vale salientar que sua preocupação é verdadeira, uma vez que é do íntimo do seu coração, portanto, como se diz comumente: É DE GRAÇA. Tem alguns que moram aí, por conta do dinheiro público, com função política, função essa, conseguida através da confiança dos eleitores, portanto, com a OBRIGAÇÃO de trabalharem e defenderem os interesses dos mesmos (de modo geral), e não em favor de pequena classe escolhida a dedo como fazem. Abraço do amigo de sempre.”.
Em resposta à tão sensível posição desse ilustre conterrâneo, eu digo, com muita sinceridade, que fico muito honrado e agradecido ante à sua especial manifestação, que diz muito do meu sentimento de filho que realmente gostaria que a sua terra natal estivesse com o seu povo em melhores condições de vida, tendo, ao menos, as melhores atenções quanto aos serviços públicos básicos devidos à população.
Ou seja, que ele não fosse obrigado, em especial, a enfrentar as agruras decorrestes da precariedade do abastecimento de água ou que o sistema de saúde pública não deixasse de propiciar o mínimo do atendimento médico-hospitalar, sem necessidade do indesejável sacrifício do deslocamento para outras localidades, em busca de socorro, muitas vezes precário e, de certa forma, de favor, que praticamente é o que acontece em muitos casos, eis que os hospitais de Cajazeiras e Sousa já têm sobrecarga de pacientes, sempre no limite das suas estruturas operacional e funcional de atendimento, sabendo-se que a demanda da procura é inevitável, à vista da obrigatoriedade institucional da assistência à saúde pública.
Convém ser lembrado o importante fato de que Uiraúna é cidade de elevado índice per capita de médicos da região, contrariando frontalmente a real situação de desleixo que se encontra a assistência da saúde pública local, em relação ao atendimento médico-hospitalar indispensável à população, quando a existência de hospital na cidade bem se conformaria com a exuberância de profissionais da saúde.
Esse fato, aliás, se traduz em motivo de enorme decepção e frustração dos uiraunenses, haja vista que o dantesco e periclitante quadro retratado pela situação da saúde pública de Uiraúna se delineia na cidade que vinha sendo reiteradamente administrada por gestor que tem a fama na região de ser excelente médico, com extraordinária visão gerencial e acima de tudo cônscio, melhor do que ninguém, das carências de saúde de seus conterrâneos, o que se exigiria a adoção dos empenhos possíveis no sentido de se propiciarem, na medida do possível, os melhores tratamentos médico-hospitalares aos uiraunenses.
Tanto isso é pura verdade que ele o médico-político foi eleito para exercer o cargo de prefeito da cidade por vários mandatos, naturalmente em consagração do seu prestígio perante seus fiéis e devotados eleitores, mas, infelizmente, ao que parece, eles jamais tiveram coragem de lembrá-lo, como é do seu dever cívico, além do sentimento humanitário, sobre a premente necessidade da existência de hospital na cidade, em sintonia com a notória carência dessa unidade de saúde, que é indispensável em qualquer cidade com razoável população, como é o caso de Uiraúna.
À toda evidência, as cristalinas omissão e irresponsabilidade patenteadas com o desinteresse pelo hospital de Uiraúna somente se justificaria, na pior das hipóteses, diante de possível contrariedade de injustificáveis interesses, no sentido do entendimento segundo o qual a deplorável mendicância da assistência da saúde pública fora da cidade satisfaz plenamente inconfessáveis  conveniências que se alimentam e progridem com o indiscutível sofrimento do povo  de Uiraúna, o que só confirma a maldade contra ele, a quem vem sendo negados conforto, segurança e tranquilidade que seriam possíveis com a existência de hospital na cidade.
É preciso que isso fique evidente, para que a população tenha a consciência e a dignidade sobre a premente necessidade de mobilização para lutar em defesa da construção de hospital em Uiraúna, com a maior brevidade possível, aproveitando este momento especial em que possivelmente novas lideranças políticas, com outras visões panorâmicas sobre as carências sociais, possam realmente se interessar pela solução das principais mazelas que grassam empedernidamente na gestão pública, conforme mostram os fatos, à saciedade.
Aliás, a precariedade da saúde pública não é novidade para as principais autoridades locais, diante de suas falaciosas declarações dadas por ocasião da audiência realizada em 2017, em que todas, reconhecendo o grave problema, manifestaram-se, evidentemente da boca para fora, que tudo fariam de esforços para a obtenção de recursos orçamentários destinado à construção do Hospital Regional de Uiraúna, mas, infelizmente, nada aconteceu depois disso e, de forma uníssona, todas se mantêm em estrondoso silêncio sobre o assunto da maior importância para a população de Uiraúna.
A propósito, é preciso que se diga que a existência de ambulâncias do SAMU, nas circunstâncias, não passa de mecanismo paliativo, a se justificar a falta de hospital, por apenas servir de instrumento de intermediação do doente para bem distante da cidade, contribuindo para aumentar o risco da vida dele, o que só demonstra a incompetência, a omissão e a irresponsabilidade das autoridades incumbidas da saúde pública, que devem sim o hospital à população sofrida de Uiraúna, como medida urgente e prioritária entre todas de incumbência constitucional do Estado.
Caro conterrâneo Ditinho Minervino, quero continuar, porque sinto meu dever filial e cívico, sendo lídimo porta-voz do povo de Uiraúna, que precisa se despertar da letargia e perder a costumeira timidez, para aprender a reivindicar seus legítimos direitos como cidadãos que são igualmente equiparados aos demais brasileiros, explorados pela imposição de escorchantes tributos, que merecem tratamento digno, justo e de qualidade, em todos os níveis da prestação dos serviços púbicos de incumbência do Estado, em especial no que diz respeito à assistência à saúde pública, que é obrigação primacial prevista na Constituição Federal.
Brasília, em 26 de janeiro de 2020

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