Na
crônica intitulada “Um grito de socorro pelo Hospital Regional de Uiraúna”, há estridente apelo para o atingimento da
sensibilidade dos políticos e da sociedade em geral, no sentido da viabilização
dessa unidade de saúde, com vistas à garantia da necessária assistência médico-hospitalar
aos uiraunenses, que, por força da legislação de regência da saúde pública do
Brasil, é dever do Estado de assegurá-la indistintamente aos brasileiros.
Muitas
pessoas se manifestaram em apoio ao meu apelo, a exemplo da querida prima Malu
Queiroga, que, em gesto de carinho, dirigiu-se a mim, com essas bondosas palavras:
“Obrigada primo!! Mesmo de longe você luta pela nossa
terrinha e isso é louvável!!! Conhece muito bem os problemas que enfrentamos,
muito mais de quem mora aqui!!”.
Em
resposta à valiosa manifestação, eu afirmo que, realmente, mesmo distante de
Uiraúna, eu sinto que tenho o dever filial de me preocupar com as mazelas que
grassam nessa terrinha, onde as pessoas importantes preferem se calar diante
dos graves problemas que afligem a população, possivelmente para não
contrariarem as classes dominantes, permitindo que a cidade se distancie do
progresso almejado pelo tanto que ela merece e não apenas pelo que ela é,
quando certamente poderia ser bem melhor, se essa terrível realidade jamais
existisse.
Reconheço
que não sou precisamente a pessoa indicada, ideal para avaliar as precariedades
existentes em Uiraúna, porque tenho muito pouco contato com os seus problemas e
principalmente o seu povo, mas, mesmo a distância, percebo o injustificável e
inadmissível comodismo das pessoas com relação a eles, que são muitos e
precisam de urgente mobilização da sociedade para equacioná-los e
solucioná-los, da melhor maneira possível, por meio de efetiva convergência de
ações objetivando ao seu enfrentamento, o mais rapidamente possível, sem medo
de ser feliz e na certeza de que nada se consegue mudar sem luta e sem disposição.
O
que eu percebo é que ninguém se atreve a contrariar o status quo,
possivelmente com o temor de represália ou medo de ser inserido em lista negra,
pelo simples fato de demonstrar algum interesse na melhora das condições de
vida do povo mais carente de Uiraúna.
O
caso clássico que bem ilustra essa minha assertiva diz respeito à grave crise referente
à falta de água, que é mais do que notória e bastante preocupante, quando a
cidade inteira corre sério risco de iminente colapso de abastecimento, mas as
pessoas preferem se omitir ou mais propriamente se acovardar, deixando de se
manifestar por todos os meios de direito, para exigir que as autoridades
públicas pertinentes mostrem o que foi feito para combater a questão ou está
sendo feito, de forma efetiva, para solucionar a dramática situação da falta do
precioso líquido.
A
verdade é que umas poucas dezenas de pessoas, ditas da oposição, se reuniram,
uma única vez, para protestarem e ainda se vangloriando de ter sido o primeiro
movimento de protesto da cidade, em reivindicação de algo do poder público, em
relação à crise de abastecimento, quando, nesse caso, seria a oportunidade de
toda população cerrar fileira em nome de boa causa, em verdadeira demonstração de união de
esforços de todos, para uníssona manifestação contra a omissão e a
irresponsabilidade evidenciadas diante de problema alarmante e de suma
importância para o interesse da população.
Embora nada de ruim ou de bom que possa afetar a vida dos uiraunenses ou
ainda qualquer benefício que venham a ser incorporado às condições de vida
deles tem o condão de influenciar nos meus interesses pessoais, porquanto não moro aí,
jamais me cansarei de usar a palavra em defesa das causas de meus queridos
conterrâneos, que merecem o máximo de atenção das pessoas públicas, políticas
ou não, porque é muito importante que a sociedade tenha lideranças com
capacidade para manifestação em defesa dos interesses do povo de Uiraúna.
Brasília, em 24 de janeiro de 2020
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