Como me emocionei ao ver a linda imagem do jumentinho transportando
mantimentos, uma mulher trabalhadora indo atrás dele, com uma enxada no ombro,
em passos ritmados ao do animal, e, ao fundo, a casa típica do sertanejo, parte
de taipa e outra no reboco, pintada de branco, cujo cenário ainda mostra a
santa terra vermelha, própria do amado Nordeste.
A linda paisagem completa o maravilhoso poema da lavra do célebre poeta
Patativa do Assaré, que escreveu tocante texto, nestes termos:
"Bom dia, meu povo do chão nordestino,
Que leva na alma o seu velho destino.
Vá longe na vida, com fé no que é seu,
Mas nunca esqueça de onde você veio.".
Tudo isso foi maravilhosamente importante para eu dizer que me remontei,
com muita saudade, ao meu glorioso passado, quando eu realmente vivenciei
cenário absolutamente semelhante a esse mostrado no cenário descrito acima,
sempre com o jumento à frente de mim, carregando água, lenha, cereais ou outro
gênero próprio da região. Sim, posso perfeitamente dizer, em analogia ao rico
poema transcrito acima, que fui para bem longe, até onde pretendia e cheguei,
mas felizmente jamais esqueci as minhas amadas origens de menino de engenho,
trabalhador da terra, para tirar o sustento.
Ali pude forjar a base da grandeza que me considero que sou, embora eu saiba
perfeitamente que nada sou, senão a pessoa que conseguiu ser vitoriosa em todas
as batalhas enfrentadas, que foram muitas e vencidas com a ajuda de Deus e das
pessoas maravilhosas que acreditaram na minha vocação de persistência na
efetividade de meus objetivos.
Realmente, quem se ama, não tem como esquecer a sua importante origem, ainda
que esteja distante dela, mesmo que ela tenha sido de muitas lutas, como
realmente foi o meu caso, mas tenho certeza de que foi ali que selei, na minha
alma, o meu destino, na expressão poética de Patativa do Assaré.
Brasília, em 10 de abril de 2025
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