segunda-feira, 16 de junho de 2025

Decadência cívica

          De  acordo  com  pesquisa  de importante empresa especializada, 66% das pessoas consultadas acreditam na candidatura do atual presidente do país, no pleito de 2026.

Esse resultado mostra avanço de quatro pontos porcentuais em relação ao levantamento anterior.

Nesta pesquisa foram ouvidas 2.004 pessoas, em 136 municípios brasileiros, não tendo sido indicadas as regiões brasileiras nem os níveis escolares e salariais referentes às pessoas consultadas.

Por outro lado, a parcela da população que não acredita em uma nova candidatura do mencionado político caiu de 34% para 28%.

Além da percepção da candidatura, a empresa responsável pela pesquisa também verificou a preferência do voto presidencial, que teve a opção favorável ao atual presidente do país, no primeiro turno, mas, no segundo turno, as pessoas consultadas revelaram apoio a candidatos da direita ou a disputa ficaria em equilíbrio entre ambos.

A pesquisa em foco sinaliza para perniciosa realidade nua e crua sobre o subdesenvolvimento da consciência política do eleitor brasileiro, ao optar pela estagnação na escolha de seus representantes políticos, notadamente no que se refere ao desempenho deles na gestão pública, que tem pouca importância, mesmo quando ele é considerado precário ou péssimo.

O caso do atual presidente do país, que tem a injustificável aceitação da preferência de eleitores, é o mais sintomático possível, à vista de que o seu governo vem merecendo a pior avaliação do povo, quanto aos resultados obtidos em benefício da sociedade, que corresponde a índices superiores a 50%, foto este que certamente aconselharia, como consequência, o seu alijamento da vida pública, ante os danos causados diretamente ao povo.

Ou seja, não existe nada mais contraditório, por conspirar contra a inteligência e a dignidade de brasileiros, que a constatação dos péssimo e reprovável desempenho na administração pública, mas, mesmo assim, o governantes ainda merecer o apoio para a sua continuidade no cargo, dando a entender que o Brasil merece ser penalizado com a incompetência, a ineficácia e a irresponsabilidade em submeter o país ao indesejável subdesenvolvimento socioeconômico.

À toda evidência, não existe prova maior de ignorância decisória do que se apoiar, com o voto, político que o próprio povo reconhece que ele não tem capacidade administrativa para atender às exigências gerenciais do país, à vista da confirmação do seu desastroso desempenho no exercício do cargo.

Neste ponto, parece oportuno creditar tamanha façanha de malogro administrativo à ideologia política, onde parece se permitir a acomodação do entendimento segundo o qual não tem a menor importância a qualificação empreendedora, mas sim a força da ideologia, em defesa dos princípios filosóficos, em nome da unidade de pensamento político-partidário, mesmo que isso resulte em detrimento dos interesses nacionais, que, de maneira estranha e inconcebível, ficam à margem do patriotismo e da grandeza do Brasil, que deviam vir sempre em primeiro plano, em qualquer circunstância.

Certamente que não pode haver comparativo em nenhum outro lugar do mundo, em que, reconhecida pelo povo a incapacidade administrativa do governante, ele ainda seja merecedor da confiança do eleitor, para continuar prejudicando os interesses maiores da população, tão somente por força da nefasta ideologia política?

Que essas incríveis constatações de incompetência administrativa e de falta de mentalidade cívica sirvam de importante lição para os verdadeiros brasileiros, no sentido da premente conscientização sobre a valorização do seu voto e a dignificação pessoal, na escolha do seu representante político, que precisam ser levadas em conta, sobretudo, a capacidade e a qualificação de empreender na administração pública, em observância aos princípios da  competência, da eficiência e da responsabilidade, na gestão pública.     

            Brasília, em 16 de junho de 2025

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