Essa
notícia de que o ex-presidente do país poderá se tornar elegível somente porque
o relator do processo pertinente é juiz amigo dele não passa de puro
sensacionalismo sem fundamento, tendo em vista que o julgamento do caso leva em
conta o conjunto do colegiado, enquanto ele somente tem o voto certo do relator
do processo, que é muito importante, mas não decide absolutamente nada.
O máximo
que ele pode fazer, além do voto, é conduzir o processo mostrando que, em
termos jurídicos, não há a caracterização dos fatos capazes do enquadramento
tal qual em compatibilidade com a inelegibilidade já firmada.
Vê-se que
existe exagerada expectativa em torno de algo que ainda depende muito de outros
convencimentos, o que não será tão fácil assim como se apregoa, como se apenas
um juiz tivesse o poder de, sozinho, mudar da água para o vinho o caso já
julgado, com a mudança da inelegibilidade.
Acredita-se
que o relato do processo pelo juiz indicado à corte superior da Justiça, pelo
ex-presidente do país, que, por isso, nem devia aceitar a relatoria do
processo, por motivo de visível suspeição legal.
Não
obstante, isso não significa absolutamente nada, em termos decisórios,
exatamente, repita-se, porque, como diz o famoso dito popular de que uma
andorinha só não faz verão.
Enfim,
espera-se que o ex-presidente consiga a sua reabilitação política, não somente
porque o juiz relator do seu processo é seu amigo, mas porque o ex-presidente
seja capaz de provar a sua plena inocência nesse caso, especialmente no sentido
de que os fatos cuja autoria é atribuída a ele não têm a relevância da absurda
suspensão dos direitos políticos.
Embora
possa haver esperanças de reabilitação política do ex-presidente do país, os
fatos mostram, com absoluta clareza, que, na prevalência do domínio do aludido
sistema, dificilmente o ex-presidente voltará, a curto prazo, a se candidatar a
cargo público eletivo, porque é muito forte a sua rejeição por parte do citado
sistema, que tudo fez para afastá-lo do poder, situação essa que só se
intensificou, se consolidou e se encontra ainda mais resistente e contrária aos
interesses do ex-presidente do país, que tem pleno direito de voltar ao poder,
mas tudo conspira contra esse propósito.
Esperam-se
que o ex-presidente do país consiga a tão ansiada reabilitação política, mas
contando com a sensibilidade dos juízes e não somente com a canetada do seu
amigo relator do processo, porque isso compromete seriamente a lisura do novo
veredicto.
Brasília,
em 21 de junho de 2025
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