sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ajuda necessária?

A empresa OSX, especializada em construção naval do grupo EBX, de propriedade do homem mais rico do Brasil, acaba de conseguir empréstimo da ordem de R$ 2,7 bilhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e da Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo de Marinha Mercante, que serão aplicados na construção do estaleiro da companhia no Porto do Açu, situado em São João da Barra, no norte do Estado do Rio de Janeiro, empreendimento que também integra o seu patrimônio. Esse apoio financeiro terá o prazo de 21 anos para ambas as instituições financeiras, com taxa média de juros prevista é a variação cambial mais 3,38% ao ano. Parece não haver dúvida de que a construção naval carece de incentivos para instrumentalizar os meios necessários ao desenvolvimento da produção de petróleo e gás no país, considerando a importância em setor estratégico e altamente especializado, que precisam de incentivo financeiro do governo para se desenvolver, mas suscita enorme dúvida quanto à real necessidade de serem repassados recursos públicos, em montante substancialmente significativo, quando a empresa beneficiária pertence, nada mais nada menos, ao empreendedor mais rico do Brasil, que, por certo, com esse financiamento empacotado com os especiais subsídios oficiais e as facilidades próprias do gênero, com carência e amortização em parcelas suavíssimas, a sua fortuna terá uma “pequena” injeção de vitamina para crescer um pouquinho mais, apenas o necessário para continuar assegurando o posicionamento já conquistado de ricaço do topo do país. O empresário apenas aproveita as facilidades para reafirmar, ainda mais, a sua feliz condição de bilionário, que deve ter sido conseguida exatamente fazendo uso do dinheiro dos bestas dos brasileiros, que não têm como evitar que privilegiados e bem sucedidos empresários obtenham recursos oficiais, em condições especiais, para favorecer e turbinar seus negócios, já bem desenvolvidos também com a ajuda de projetos governamentais, que normalmente são implantados e sequer acompanhados e fiscalizados como deviam, em prejuízo para a nação. O povo brasileiro repudia os reiterados negócios envolvendo recursos públicos, sabidamente empregados em favorecimento de interesses particulares, em claro prejuízo às causas nacionais, e pugna por que os governantes sejam eficientes na aplicação dos dinheiros dos contribuintes, que não devem ser destinadas senão nos objetivos relacionados ao verdadeiro aproveitamento dos brasileiros. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de junho de 2012

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