A empresa OSX, especializada em construção
naval do grupo EBX, de propriedade do homem mais rico do Brasil, acaba de
conseguir empréstimo da ordem de R$ 2,7 bilhões do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social e da Caixa Econômica Federal, com recursos
do Fundo de Marinha Mercante, que serão aplicados na construção do estaleiro da
companhia no Porto do Açu, situado em São João da Barra, no norte do Estado do
Rio de Janeiro, empreendimento que também integra o seu patrimônio. Esse apoio financeiro
terá o prazo de 21 anos para ambas as instituições financeiras, com taxa média
de juros prevista é a variação cambial mais 3,38% ao ano. Parece não haver
dúvida de que a construção naval carece de incentivos para instrumentalizar os
meios necessários ao desenvolvimento da produção de petróleo e gás no país,
considerando a importância em setor estratégico e altamente especializado, que
precisam de incentivo financeiro do governo para se desenvolver, mas suscita
enorme dúvida quanto à real necessidade de serem repassados recursos públicos,
em montante substancialmente significativo, quando a empresa beneficiária
pertence, nada mais nada menos, ao empreendedor mais rico do Brasil, que, por
certo, com esse financiamento empacotado com os especiais subsídios oficiais e
as facilidades próprias do gênero, com carência e amortização em parcelas
suavíssimas, a sua fortuna terá uma “pequena” injeção de vitamina para crescer
um pouquinho mais, apenas o necessário para continuar assegurando o posicionamento
já conquistado de ricaço do topo do país. O empresário apenas aproveita as
facilidades para reafirmar, ainda mais, a sua feliz condição de bilionário, que
deve ter sido conseguida exatamente fazendo uso do dinheiro dos bestas dos
brasileiros, que não têm como evitar que privilegiados e bem sucedidos
empresários obtenham recursos oficiais, em condições especiais, para favorecer
e turbinar seus negócios, já bem desenvolvidos também com a ajuda de projetos
governamentais, que normalmente são implantados e sequer acompanhados e
fiscalizados como deviam, em prejuízo para a nação. O povo brasileiro repudia
os reiterados negócios envolvendo recursos públicos, sabidamente empregados em
favorecimento de interesses particulares, em claro prejuízo às causas nacionais,
e pugna por que os governantes sejam eficientes na aplicação dos dinheiros dos
contribuintes, que não devem ser destinadas senão nos objetivos relacionados ao
verdadeiro aproveitamento dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de junho de 2012
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