Na atualidade, há
quase unanimidade dos especialistas quanto à voracidade e à impiedosa destruição
da mãe natureza, que se mostra frágil e impotente para reagir e se defender da
fúria e da selvageria do bicho homem, tão habituado a usar e abusar do meio
ambiente, de forma voluntária, interesseira, desorganizada e insensível. Noutra
vertente, a natureza também é utilizada sem a menor preocupação com a sua
destruição ou o seu reflorestamento, como seria da obrigação da humanidade. Esse
processo destrutivo se dá em nome dos interesses econômicos, em visível
detrimento da indispensável necessidade de preservação da originalidade e da
beleza natural, que já se encontram bastante degradadas e mostram, em muitos
casos, sinal de visível adiantamento de ameaça à sobrevivência da espécie humana,
que, de forma lamentável, não se sensibiliza acerca dessa triste e cruel
realidade. Não obstante, nessa disputa inglória entre o gigantismo da
devastação e a tranquilidade da natureza desamparada, ainda resta, nalgumas
localidade do país, uma nesga de esperança, a exemplo da famosa praia paraibana
de Coqueirinhos, que fica bem perto da capital do Estado. Ali se localizam
praias quase primitivas, onde a água e o mar são de beleza deslumbrante, cuja
transparência causa enorme inveja às demais praias do país já poluídas, muitas delas
em razão do descaso e do descuido decorrentes da cruel ação do homem. A região ali
é muito convidativa, de maneira intuitiva, à benfazeja contemplação do ambiente
exótico, sossegado e quase indevassado, onde reina a mansidão das ondas do mar,
protegida pelo encanto da emoldurada e viçosa mata atlântica, formando um conjunto
cenográfico apaixonante e sonhador. Na referida praia, pode-se ainda deliciar a
linda visão das areias puras, limpas, finas e brilhantes, fazendo
extraordinária combinação com a exuberante paisagem comparável somente à beleza
original do Éden, onde é possível se vislumbrar imagens de verdadeiro paraíso
terrestre, com ornamento de agradável vegetação original da região e enxertada
por lindos coqueirais, tornando o ambiente fascinante e celestial, muito
apropriado para o normal esquecimento do controle do tempo – que até poderia
abrir uma exceção à sua galopante velocidade - e do momento exato de se
despedir de local tão aconchegante e prazeroso. A praia de Coqueirinhos é prova
eloquente da perfeição divina e de que o homem pode perfeitamente continuar desfrutando das belezas do
paraíso terrestre, mas teria que se submeter ao sacrifício de voltar a se humanizar e de tratar a natureza com racionalidade e justiça
ambiental.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 23 de junho de 2012
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