sábado, 23 de junho de 2012

Culpa da impunidade

A mais recente aliança política entre dois partidos, encabeçada por seus líderes, conseguiu deixar os brasileiros ruborizados de vergonha, pelo fato de que, aos protagonistas, sob o prisma da opinião pública, carecem respaldo ético e moral para representar os altos interesses de agremiações dignas e selar acordo visando às eleições limpas para os cargos públicos. Há nítida evidência de que os políticos pivôs desse evento são verdadeiros “artistas” na sua trajetória política, principalmente por já terem deixando rastros de fortes suspeitas de escabrosos casos de corrupção com dinheiros públicos e tantos outros fatos não menos irregulares. Um dos políticos é famoso por ser acusado de desviar recursos de contratos superfaturados e os remeter aos chamados paraísos fiscais, motivando, com isso, a sua procura pela Interpol, para o fim de esclarecer a origem dos dinheiros depositados nos bancos estrangeiros em nomes seu e de familiares. Esse fato policial mostra a gravidade da situação, por restringir a sua permanência no país, sob pena de ser preso caso se atreva a desafiar a vigilância da Polícia Internacional. No caso do outro político, a sua ficha também não é menos suja, porque ele conseguiu dar o maior golpe na consciência cívica e moral do povo brasileiro, ao assegurar, antes de ser alçado ao poder, que seu partido daria provas de honestidade, caráter, ética, moralidade e exemplo de gestão moderada e eficiente, mas as promessas foram substituídas por desastroso gerenciamento dos recursos dos brasileiros, com as vergonhosas coligações fisiológicas; a entrega dos órgãos públicos a aliados políticos, despreparados e incompetentes, a troco do apoio para manutenção no poder; as reiteradas e generalizadas práticas de atos de corrupção, nunca vistas na história do país; a banalização da impunidade, com leniência e indecente alegação do nada sei e do nada vi; e tantos outros atos de conchavos e aviltamento da dignidade da administração pública, em evidentes desrespeitos aos princípios da ética, da moralidade e da legalidade, em flagrante desmoralização aos salutares pilares da democracia. A decadência e o descrédito do sistema político brasileiro atingiram patamar máximo devido à falta de punição aos corruptos e aos políticos que traíram a boa vontade e a confiança da sociedade, porquanto, casos os líderes em causa tivessem sido alijados da política com os votos dos brasileiros, já que não os foram pela Justiça, as questionáveis e espúrias alianças jamais seriam firmadas. A sociedade precisa, com urgência, se conscientizar da sua altíssima responsabilidade sobre a dignificação da gestão dos recursos públicos, o fortalecimento da democracia e o fiel respeito aos princípios da administração pública, de modo que somente devam ser eleitos para exercer cargos públicos cidadãos considerados de conduta ilibada, probos, dignos e reconhecidamente comprometidos com as causas da nacionalidade. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de junho de 2012

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