A mais recente aliança política entre dois
partidos, encabeçada por seus líderes, conseguiu deixar os brasileiros
ruborizados de vergonha, pelo fato de que, aos protagonistas, sob o prisma da
opinião pública, carecem respaldo ético e moral para representar os altos
interesses de agremiações dignas e selar acordo visando às eleições limpas para
os cargos públicos. Há nítida evidência de que os políticos pivôs desse evento
são verdadeiros “artistas” na sua trajetória política, principalmente por já
terem deixando rastros de fortes suspeitas de escabrosos casos de corrupção com
dinheiros públicos e tantos outros fatos não menos irregulares. Um dos políticos
é famoso por ser acusado de desviar recursos de contratos superfaturados e os
remeter aos chamados paraísos fiscais, motivando, com isso, a sua procura pela
Interpol, para o fim de esclarecer a origem dos dinheiros depositados nos
bancos estrangeiros em nomes seu e de familiares. Esse fato policial mostra a
gravidade da situação, por restringir a sua permanência no país, sob pena de
ser preso caso se atreva a desafiar a vigilância da Polícia Internacional. No
caso do outro político, a sua ficha também não é menos suja, porque ele
conseguiu dar o maior golpe na consciência cívica e moral do povo brasileiro,
ao assegurar, antes de ser alçado ao poder, que seu partido daria provas de
honestidade, caráter, ética, moralidade e exemplo de gestão moderada e
eficiente, mas as promessas foram substituídas por desastroso gerenciamento dos
recursos dos brasileiros, com as vergonhosas coligações fisiológicas; a entrega
dos órgãos públicos a aliados políticos, despreparados e incompetentes, a troco
do apoio para manutenção no poder; as reiteradas e generalizadas práticas de
atos de corrupção, nunca vistas na história do país; a banalização da
impunidade, com leniência e indecente alegação do nada sei e do nada vi; e
tantos outros atos de conchavos e aviltamento da dignidade da administração
pública, em evidentes desrespeitos aos princípios da ética, da moralidade e da
legalidade, em flagrante desmoralização aos salutares pilares da democracia. A
decadência e o descrédito do sistema político brasileiro atingiram patamar
máximo devido à falta de punição aos corruptos e aos políticos que traíram a
boa vontade e a confiança da sociedade, porquanto, casos os líderes em causa
tivessem sido alijados da política com os votos dos brasileiros, já que não os
foram pela Justiça, as questionáveis e espúrias alianças jamais seriam firmadas.
A sociedade precisa, com urgência, se conscientizar da sua altíssima
responsabilidade sobre a dignificação da gestão dos recursos públicos, o
fortalecimento da democracia e o fiel respeito aos princípios da administração
pública, de modo que somente devam ser eleitos para exercer cargos públicos
cidadãos considerados de conduta ilibada, probos, dignos e reconhecidamente
comprometidos com as causas da nacionalidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de junho de 2012
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