O ex-ministro da
Justiça e advogado de um dos mensaleiros declarou que a imprensa "tomou partido" contra os réus do
processo do mensalão e ainda tenta influenciar o resultado do seu julgamento no
Supremo Tribunal Federal, com "publicidade
opressiva" da situação. Ele disse ainda que “A imprensa elevou a um ponto muito forte o mensalão que vai ser
julgado, deixando de lado os outros mensalões.", “Ver com preocupação a capacidade da imprensa de influenciar os juízes”,
"A vigilância da imprensa é
fundamental, mas algumas vezes ela erra.” e "Os ministros são homens experimentados, preparados, probos e capazes de
fazer um julgamento técnico que se aproxime o mais possível da justiça".
Essas afirmações são próprias e coerentes com os manuais de procedimentos
petistas que, nos casos de irregularidades por eles protagonizados, sempre põem
a culpa dos seus erros sobre terceiros, nunca tendo a dignidade de assumir as
suas atitudes vergonhosas e reprováveis. Não chega a ser nenhuma novidade essa
tentativa de desviar o foco da situação para outros horizontes alheios aos
fatos, como forma bisonha utilizada para dispersão da gravidade do problema em
discussão. Na verdade, esse cidadão não tem credibilidade, muito menos moral
nem ética para tratar de assuntos sérios, máxime em razão de ter abraçado
causas de facínoras acusados de cometerem, comprovadamente, graves lesões aos
cofres públicos, mediante procedimentos delituosos e fraudulentos, obtendo
enriquecimento à custa dos bestas dos contribuintes. Parte desse dinheiro sujo serve
agora de moeda para o régio pagamento a esse famoso causídico defender os
interesses de criminosos do jogo do bicho e beneficiário do mensalão. Não deixa
de ser contraditório e até tragicômico alguém que jurou, junto à sua ordem de classe,
exercer a advocacia com dignidade, observando a ética, a justiça social e a
devida aplicação das leis, seja leviano em defender ladrões de dinheiros
públicos e ainda ser pago com esses recursos de origem duvidosa. Na realidade,
a imprensa brasileira tem a obrigação de denunciar com veemência as falcatruas
desse governo, que é composto, conforme demonstram as denúncias de corrupção, por
servidores que não têm outros objetivos senão a defesa dos interesses seus e das
suas agremiações políticas. Não há dúvida de que, nesse lamentável episódio do
mensalão, quem tomou partido contra os envolvidos não foi somente a imprensa,
mas principalmente a população brasileira que tem dignidade, honradez e não
concorda com os esquemas de roubalheiras implantados no país, cujos envolvidos não
têm escrúpulo e nem compromisso com a moralidade e a legitimidade dos seus atos.
No caso de infração às condutas morais e legais, a exemplo do mensalão, só resta
a aplicação da medida corretiva da penalização. A sociedade civilizada e proba,
repudiando as condutas espúrias e nefastas com dinheiros públicos, confia que o
Supremo Tribunal Federal cumpra fielmente a sua competência constitucional e
julgue, com absoluta isenção, imparcialidade e juridicidade, os réus envolvidos
no processo do mensalão, tendo por base os elementos constantes dos autos
pertinentes. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de junho de 2012
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