O mais recente pitoresco fato da política
brasileira ocorreu com a renúncia da candidata à vice-prefeita, na chapa do
petista ao cargo de prefeito da cidade de São Paulo, sob a alegação de que ela
teria seguido a indignação do povo diante da aliança formalizada entre PT e PP.
Na sua versão, ela disse que sabia das conversas entre os citados partidos, mas
foi surpreendida com a presença do ex-presidente da República na feijoada que
selou o acordo, ressaltando que "Aquele
gesto foi ruim. O preço foi alto por uma coisa muito pequena. A mídia é
importante, mas não determina o processo eleitoral se não vier somado a outras
condições", que o ex-mandatário teria passado dos limites ao tirar
foto com o deputado paulista do PP, seu adversário político, e que a aliança
poderia ter sido efetivada de forma institucional e não expressa na figura do
deputado. Esse episódio mostra com clarividência a pobreza intelectual da
política moderna, em que os protagonistas não têm qualquer respeito às regras de
conduta ética e moral, a exemplo do caso da aludida candidata renunciante, que
foi expulsa do PT e agora teve a falta de caráter de aceitar se aliar a esse
partido - que antes o qualificou de corruptos e de quadrilhas -, ainda mais
para compor a chapa à Prefeitura de São Paulo. A sua atitude de renunciar foi
um ato absolutamente incoerente, tendo criado clima de perplexidade na opinião
das pessoas, porque a sua aceitação à convivência com políticos sem ética, sem
caráter, sem escrúpulos, sem comprometimento senão com seus interesses
político-partidários e com o fisiologismo explícito não condizia com a sua aparente
conduta de caráter e de reputação moral que sempre demonstrou na vida pública.
O fato em si, analisado isoladamente, passa a ser histórico, em especial porque
alguém teve a coragem de peitar o “todo poderoso”, embora continue convivendo
com os sujos da aliança que discordou, inclusive prometendo apoio e fazer
campanha para o candidato. Se isso não for incoerência, não se sabe mais o que
seja autenticidade moral e ética das pessoas. Não se pode dizer que a
renunciante demonstrou possuir princípios de caráter e personalidade, porquanto
alegou não querer continuar na chapa porque houve a exposição pública de uma
foto selando a aliança, dando a entender que se o acordo fosse às escondidas
não teria problema algum, porque a reputação da sujeira estaria protegida e não
atingiria a sua ilibada reputação. Ninguém jamais saberá o que se passa na
cabeça de político, a ponto de uma simples foto suscitar repulsa, quando se
sabe que os podridões, os arranjos sebosos, sempre acontecem nos bastidores,
onde vale fazer aliança com o demo, em busca de apoio político, de manutenção
no poder e de conquistas que satisfaçam seus projetos escusos e contrários aos
interesses públicos. A sociedade anseia pela urgente pureza dessa safra de
políticos inescrupulosos, fisiologistas, hipócritas, dissimulados, sem
princípio ético e moral e sem compromissos com as causas da nacionalidade e do bem comum.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de junho de 2012
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