Um ministro do Supremo Tribunal Federal, conhecido
por ser o rei da concessão de habeas corpus, pediu que a Polícia Federal
investigue um passageiro que o xingou durante um voo no último dia 27.
De
acordo com a coluna de uma importante jornalista do jornal Folha de S. Paulo, o magistrado foi alvo de ofensas grosseiras, como
"cagão" e "bosta", forma não usual para
tratamento respeitoso de ministro da mais alta Corte de Justiça do país.
O
ministro também pediu abertura de inquérito para que a Polícia Federal
investigue o líder de um grupo chamado Tomataço,
que oferece o valor de R$ 300 para quem acertasse um tomate no ministro, como
forma de demonstrar a insatisfação sobre a atuação dele como magistrado, que
não se coaduna com os anseios de moralização perseguidos pelos brasileiros, que
são obrigados a pagar a remuneração dos integrantes da administração pública,
que, em última análise, precisam satisfazer a vontade do povo.
O
ministro tem sido alvo de frequentes questionamentos e ofensas de cidadãos
indignados por suas decisões no Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal
Eleitoral, a exemplo do que aconteceu no início de janeiro, em que ele foi
escrachado por brasileiras enquanto passeava pelo centro de Lisboa, Portugal,
onde ele não denunciou o fato nem exigiu que a polícia portuguesa as
investigasse.
Diante
desse episódio do avião, o ministro agora viaja de avião oficial, justamente
para evitar maiores constrangimentos, dando a entender que ele não se sente à vontade
sendo desmoralizado constantemente em público, diante de pessoas dignas, que
não concordam com a sua forma liberal de conceder habeas corpus para bandidos
de colarinho branco, quando os processos referentes a crimes de delinquentes com
foro privilegiado se acumulam no Supremo, há mais de quatro anos, à espera de
julgamento, enquanto os magistrados das primeira e segunda instâncias já
condenaram mais de 140 infratores investigados pela Operação Lava-Jato.
É
lastimável que um ministro da Excelsa Corte da Justiça brasileira seja frequentemente
hostilizado pelo povo, certamente em razão de algo que ele teria feito na
contramão da normalidade, porque, ao contrário, ele seria elogiado e não
apedrejado.
Tem
gente que se sente bem sendo desrespeitado, por sentir prazer de ser lembrado
exatamente por contrariar o sentimento da sensatez e desagradar a opinião
pública, mas é preocupante que um ministro seja hostilizado por seus atos
considerados contrários ao interesse público.
Conviria
que o ministro, que é muito inteligente, aprendesse com essa desagradável
lição, em que os patrões dele rechaçam o seu desempenho no exercício do cargo
de magistrado, que poderia, ao contrário, ser diferente e em sintonia com o
sentimento de moralização perseguido pelos brasileiros, que acreditam muito na
competência das autoridades, na esperança de que elas sejam mais conscienciosas
em não favorecerem os criminosos de colarinho branco, que precisam pagar por
seus erros, ao invés de merecer a liberdade, que é própria para os justos e
inocentes e não para bandidos, que contribuíram para desviar dinheiro dos
cofres públicos, em prejuízo da sociedade.
Convém
que o ministro procure entender a insatisfação da sociedade sobre a sua atuação
como magistrado, que tem sido de completa desarmonia com o sentimento de
moralização reclamada pelos brasileiros, que entendem que é preciso que todos
se unam no sentido de combater e punir os corruptos, de forma implacável e nos
termos da lei, com o objetivo de se permitir que o Brasil possa ser passado a
limpo, justamente com o apoio e a contribuição das autoridades incumbidas dessa
importantíssima missão constitucional, de zelar pela rigorosa aplicação da lei,
em defesa dos princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 7 de fevereiro de 2018
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