Um
ministro do Supremo Tribunal Federal, muito conhecido por ser considerado o rei
do “Habeas Corpus”, foi alvo de protestos por passageiros durante voo.
No
vídeo que circulou na internet e em grupos de WhatsApp, um passageiro diz: “Polícia Federal para ele. O amigo do Daniel
Dantas, do Aécio Neves”.
Mais
ao fundo, uma passageira provoca: “Vergonha
para a família”. Em outro momento do voo, os passageiros entram no coro de
“fora Gilmar”. Calado, o ministro
apenas sorri amarelo, sem rebater às provocações.
Ainda
não se sabe quando o vídeo foi gravado e nem o destino do voo. Procurada, a
assessoria do magistrado informou que ele não comentaria o caso.
O
ministro em causa foi responsável, entre outros casos considerados escabrosos,
pela soltura de figuras conhecidas, integrantes do clube dos criminosos de
colarinho branco, como o ex-ministro da Casa Civil de governo petista e de
importantes empresários que contribuíram para desviar recursos públicos.
No
ano passado, o ministro também mandou soltar, por duas vezes, em menos de 24h,
o empresário considerado o “Rei dos Ônibus”, magnata do transporte público do
Rio de Janeiro, preso por corrupção.
Esse
episódio causou estranheza porque, em 2013, o ministro foi padrinho de casamento
da filha desse empresário dos transportes, mas alegou não haver impedimento para
tanto.
Um
relatório da Polícia Federal mostra que um senador tucano mineiro e o ministro fizeram,
pasmem, 33 telefonemas entre 16 de março e 13 de maio de 2017, cujas ligações
foram feitas pelo aplicativo WhatsApp, no período em que o tucano passou a
ser investigado pela suspeita de receber propina da JBS e se tornou alvo de
investigações da Polícia Federal, fato esse que foi questionado pela opinião
pública.
Diante
de muitas decisões polêmicas, o ministro se tornou objeto de reiterados
protestos públicos, quando ele foi alvo de dois “tomataços” na entrada do
Instituto de Direito Público (IDP), instituição de ensino e pesquisas da qual é
sócio-fundador.
No
início do mês passado, o ministro foi seguido e hostilizado por duas
brasileiras pelas ruas de Lisboa, capital de Portugal, para onde ele viaja com
frequência e tem casa lá.
Nessa
ocasião, o magistrado ouviu de uma brasileira exatamente o seguinte: “A gente pede pra Deus levar o senhor pro
inferno”, tendo ele se retirado de mansinho.
O
ministro também tem sido alvo de outras formas de repúdios, como a de se pedir
a sua destituição do cargo de magistrado do Supremo e, nesse sentido, há, pelo
menos, cinco petições em forma de abaixo-assinado, sendo que algumas já foram
protocoladas no Senado Federal. Duas delas foram imediatamente arquivadas pelo
presidente daquela Casa.
Um
sexto pedido de impeachment do ministro foi apresentado no último dia 22 de
dezembro, mas, devido ao recesso parlamentar, ele ainda não consta no sistema
de tramitação on line do
Senado.
Um
abaixo-assinado pelo afastamento do ministro do Supremo recebeu mais de 1,7
milhão de assinaturas, o que evidencia forte insatisfação da população quanto
ao trabalho dele, que tem merecido a desaprovação da opinião dos contribuintes,
que são responsáveis pelo pagamento da sua remuneração, a quem ele tem obrigação
de ser fiel à sua vontade de moralização da administração do país.
Diante
desse lastimável caso do avião, o magistrado optou por viajar em aeronave da
Força Aérea Brasileira, agora às custas dos contribuintes, ao que parece para
se evitar maiores aborrecimentos, em clara demonstração de que ele não é muito
chegado à desmoralização pessoal, em face das reiteradas contestações sobre a
sua forma nada republicana de concessão de habeas corpus para reconhecidos criminosos
de colarinho branco, em que pese não haver a menor pressa no julgamento dos processos
referentes aos delinquentes com foro privilegiado, que estão se acumulando no
Supremo, há, pelo menos, mais de quatro anos, à espera de julgamento, em
contraposição ao trabalho dos magistrados das primeira e segunda instâncias,
que já conseguiram condenar mais de 140 infratores investigados pela Operação
Lava-Jato.
Os
fatos vindos à lume mostram o verdadeiro sentimento dos brasileiros, em veemente
repúdio à forma nada republicana como o ministro do Supremo Tribunal Federal
atua e age, dando a entender que as suas decisões precisam atender exclusivamente
ao seu talante, em completo distanciamento do primado do interesse pública, que
é exatamente a razão do exercício do nobilitante cargo de magistrado ocupado
por ele na Excelsa Corte de Justiça. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 2 de fevereiro de 2018
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