Conforme
pesquisa Datafolha, o principal líder político manteve a liderança nas
intenções de voto para a próxima eleição presidencial, em que pese a condenação
à prisão, em segunda instância, pela confirmação da prática dos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, vindo em seguida o deputado carioca da
extremadireita.
Em
outro cenário sem a participação do petista, que pode ser enquadrado na Lei da
Ficha Limpa, o mencionado deputado passa a liderar, abrindo a possibilidade
para a concorrência da disputa do segundo lugar para outros quatro candidatos.
Segundo
o resultado da pesquisa, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, o petista tem 37% das intenções de voto, contra
16% do deputado carioca e 7%, tanto para o governador de São Paulo como para o ex-ministro
e ex-governador do Ceará, do PDT, em um cenário sem a participação da
ambientalista.
Sem
a presença do petista, seus votos são pulverizados, sendo que o deputado
fluminense lidera com 18% das intenções de voto, contra 13% da ambientalista, 10%
do ex-governador do Ceará e 8%, tanto para o apresentador de TV da Globo como
para o governador de São Paulo.
Observa-se
que, incluídos em alguns cenários pelo Datafolha, o ministro da Fazenda e os
presidentes da República e da Câmara dos Deputados atingiram apenas 1% das
intenções de voto, nas situações com o petista como candidato.
Outra
revelação da pesquisa é que, nas simulações para o segundo turno, o petista venceria
qualquer concorrente, segundo a seguinte disposição do Datafolha: 49 a 30
contra o governador de São Paulo; 47 a 32 contra a ambientalista; e 49 a 32
contra o deputado fluminense.
Sem
o ex-presidente, a ambientalista venceria o deputado carioca, por 42 a 32,
enquanto haveria empate dentro da margem de erro nas disputas entre o governador
tucano (35) x deputado (33) e governador de São Paulo (34) x ex-governador do Ceará
(32).
Quanto
aos índices de rejeição dos eleitores, a pesquisa apontou que o presidente do
país lidera com o maior índice, que atinge 60%, vindo em seguida o ex-presidente
da República alagoano, com 44%, o petista, com 40%, e o deputado carioca, com
29%.
A
pesquisa mostrou ainda que, sem a participação do petista na disputa, houve
declaração de voto em branco ou nulo de 32% dos consultados, no cenário em que o
deputado carioca passaria a liderar a corrida presidencial, com 20%.
O
Datafolha disse que foram entrevistadas 2.826 pessoas, em 174 municípios, entre
os dias 29 e 30 de janeiro, mas não foram indicadas as localidades, sabendo-se
que o resultado da pesquisa pode ter influência nas regiões mais favoráveis a
determinado candidato.
É
evidente que não se pode questionar o resultado da pesquisa, mas é possível sim
se questionar os métodos pelos quais ela foi realizada, quando se sabe que
somente 3% dos municípios brasileiros foram visitados e o mais importante diz
respeito às regiões onde se situam, porque, conforme o caso, pode haver maior
tendência de simpatia para algum candidato do que para outro, a exemplo do
Nordeste, que certamente há preferência pelo líder da pesquisa e isso não faz
sentido, em termo de avaliação isenta e imparcial, quando as regiões de maior
rejeição sejam em menor número de municípios visitados pela pesquisa.
Outro
fator superimportante diz respeito à ínfima quantidade de eleitores
pesquisados, tão somente 2.826 pessoas, que certamente representam “infinitésimo”
dos 146 milhões de eleitores capacitados para eleger o próximo presidente e
isso não pode jamais servir de parâmetro para se avaliar a atual situação
eleitoral, principalmente porque os elementos disponíveis são absolutamente
empíricos e extremamente inconfiáveis.
A
pesquisa foi feita entre 2.826 eleitores, sem conhecimento e indicação de quais
localidades do país, em menos de duzentos municípios, de mais de 5.700, podendo-se
concluir que, do total da pesquisa, 1.046 pessoas votariam no petista e jamais
esses votos seriam capazes de eleger seque um vereador, lembrando aos
brasileiros, a par de os consultores terem se esquecidos de computarem na sua avaliação
que o país tem, repita-se, acerca de 146 milhões de eleitores, fato que é muito
complicado se prevê a vitória de qualquer candidato, à vista da
imponderabilidade do fator rejeição, que certamente o petista se destaca entre
os líderes nesse ranking, ante os seus predicativos de homem público já
condenado na Justiça à prisão e investigado por outras denúncias sobre fatos
que podem resultar em novas condenações.
Diante
desses fatos, pode haver extrema leviandade e muita prepotência em se presumir
que o petista já seria eleito mesmo antes do início do pleito eleitoral, onde
muita água ainda vai rola por debaixo da ponte, principalmente à que se refere
à possível inelegibilidade, pelo simples fato de que ele é condenado à prisão
por colegiado da Justiça, estando incurso na norma capitulada na Lei da Ficha
Limpa, o que vale dizer que ele, antes, precisa provar a sua inocência acerca do
rumoroso imbróglio do tríplex, para depois pensar em candidatura, eis que o
candidato a cargo público eletivo precisa ainda provar a sua imaculabilidade
diante de seus eleitores, quanto ao preenchimento dos requisitos da idoneidade
e da conduta ilibada, que são condições sine
qua non para o exercício do cargo de príncipe da República.
Diante
desse quadro de incipiência, quanto aos elementos de avaliação, a pesquisa se
torna absolutamente enganosa e longe de representar a realidade sobre a
tendência dos eleitores, por mais que seus promotores se empenhem em mostrar
que existe liderança, frise-se, com base em tão somente 2.826 pessoas
consultadas.
Em
síntese, a análise que se pode fazer, após o resultado da pesquisa em comento,
é que os brasileiros não sabem realmente votar, tendo em conta que, no mundo
civilizado e evoluído, a par dos avanços em ciência e tecnologia, é humanamente
impossível se admitir que político implicado com vários casos de denúncias na
Justiça sobre a prática de atos e fatos contrários aos princípios da ética, da
moralidade, do decoro, da dignidade, entre outros que se exigem para o
exercício de cargo púbico eletivo, eis que ele tem as altíssimas incumbência e responsabilidade
de ordenar a execução dos orçamentos da União e das empresas estatais, a
exemplo da Petrobras, que foi devastada pela ganância de governos insensatos,
que, por ação ou omissão, permitiram que a roubalheira reinasse sobre seus
cofres e que fossem desviados bilhões de reais.
Convém
que os brasileiros se conscientizem sobre o real significado, em termos de
malefícios ao país, de homens públicos suspeitos de se beneficiarem de propinas
de empreiteiras, conforme sentença da Justiça, poderem voltar a comandar o
Brasil, levando-se em consideração, sobretudo, os estragos e as ruínas causados
ao patrimônio do povo e aos princípios da moralidade e de civilidade, e, o mais
grave, eles não terem tido a dignidade de reconhecer seus gravíssimos erros, mas
apenas terem o sentimento de que os brasileiros são um bando de imbecis, que
não perceberam as terríveis maldades de seu desastroso legado deixado pela má
administração dos recursos públicos, principalmente no que se refere aos rombos
nas contas públicas, à recessão econômica, ao famigerado desemprego, às
corrupções e tantas outras mazelas que recomendam distanciamento de políticos
culpados pela imposição de muitos sacrifícios à população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 3 de fevereiro de 2018
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