terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A responsabilidade pessoal

Cansados de se estrebuchar em vão, parece, enfim, se aproximar o dia em que o político mais inocente da face da Terra, que já foi melancolicamente desacreditado pela Justiça Federal de Curitiba e Porto Alegre, que não aceitou, em nenhuma das fases, as defesas apresentadas pelo principal político brasileiro, os petistas já estão se conscientizando de que é real a possibilidade de prisão do ex-presidente, deixando de ser assunto proibido dentro do Partido dos Trabalhadores.
Os militantes, que acreditavam nas falácias de que o todo-poderoso era realmente inocente, agora estão caindo na real de que a prisão é inevitável e já estão discutindo medidas estratégicas para o pós-prisão do maior político de esquerda do país, havendo a cogitação de se divulgar, de forma maciça nas redes sociais, vídeos de apoio ao petista, gravados por celebridades, em apoio à causa de liberação de seu líder, além da montagem de acampamento de vigília, na frente do presídio para onde ele for encarcerado.
Os deputados federais da bancada petista se reunirão para tratar exatamente da prisão do chefão e das medidas que precisam ser adotadas no momento que isso ocorrer, como forma de prestar solidariedade ao grande líder, que, mesmo condenado pela prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ainda insistem que é inocente, por não ter praticado crime algum e assim eles acreditam. 
O entendimento e a orientação do partido são no sentido de se manter a mobilização dos dias que antecederam o julgamento do petista pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, que culminou com a condenação do político a 12 anos e 1 mês de cadeia, apesar dos atos hostis às autoridades e às instituições legalmente constituídas, como quem pretende ganhar a causa por meio de ameaças e gritarias, em total desrespeito ao princípio basilar assentado no Estado Democrático de Direito.
Foi definido pelo partido que será montado acampamento na frente do apartamento do político, em São Bernardo do Campo (SP), como forma de proteção contra a prisão dele, o que demonstra completa afronta aos princípios constitucionais do império da lei e da ordem pública.
Também foi anunciado que o petista, enquanto estiver livre, leve e solto, até a decisão final do TRF-4 sobre os embargos de declaração (recurso da defesa), irá andar pelo país, em forma de caravana, na tentativa de mobilização da militância, dando a entender que as denúncias sobre a prática de irregularidades teriam sido atribuídas aos militantes e não ao próprio político, que tem a obrigação moral e pessoal de se defender como homem público responsável por seus atos.
Vejam-se que isso tanto é verdade que há outra linha de atuação, que é o envolvimento do maior número de celebridades na "causa" do petista-maior, mediante a promoção e o estímulo à produção de vídeos com depoimentos de atores e atrizes, cantores, escritores e de outros apoiadores famosos do político, para divulgação maciça nas redes sociais, como se essa forma inócua e ineficiente tivesse o condão de sensibilizar, minimamente, os doutos magistrados julgadores, considerando que tem sido praxe as manifestações estarem recheadas de críticas, insultos e agressões, que se prestam muito mais para acirrar os ânimos das autoridades constituídas e agravar as relações entre as partes.
Outra decisão do partido é a de que será montado acampamento permanente, nas proximidades do local onde o político estiver preso, para possibilitar o revezamento 24 horas de militantes e apoiadores da causa dele, ou seja, a sua liberdade será tentada por meio de pressões próprias das esquerdas, que abdicam o direito de se defender à luz dos princípios constitucionais e democráticos.
Um deputado do PT disse que "Uma coisa é a gente imaginar o Lula preso. Outra coisa é o Lula preso de fato. Como será o dia seguinte aqui no Congresso? Será que nós vamos absorver rápido assim e continuar no front com a mesma força? Ao menos nos primeiros dias, não. Nem nós e nenhum petista, ou simpatizante e eleitor de Lula, vai deixar de sentir o baque". 
Outro deputado declarou que "Nos resta uma decisão de tribunal superior suspendendo sua prisão. Há, dentro do partido, quem prefira Lula preso, mas candidato. E quem prefira Lula solto, mas inelegível, com capacidade de articular aliança, circular com seu candidato país afora, gravar vídeos para petistas e aliados. Preso, só poderá tomar banho de sol".
O Partido dos Trabalhadores precisa se conscientizar de que não adianta ficar emburrando o gigantesco problema criado por seu principal político para a responsabilidade da sociedade, nas pessoas de atores, atrizes, cantores, escritores e outros apoiadores famosos do político, ou quem quer que seja, porque o principal acusado pela prática de atos danosos ao patrimônio dos brasileiros precisa ter a dignidade de assumir, senão a sua culpa pelos erros na gestão da coisa pública, mas pela apresentação pessoal da sua defesa perante os tribunais.
Convém que o político tenha o escrúpulo e a honestidade de olhar nos olhos dos brasileiros para dizer que o caráter do homem público pede que ele diga a verdade e que doravante vai ter a hombridade de se defender na Justiça, não com falácias e inverdades, mas com a coragem de mostrar somente a verdade e se defender sem precisar de se acovardar esperando que os idólatras e fanatizados fiquem tentando livrar a cara de quem se acostumou a esperar que os outros assumam seus erros e que a Justiça passe também a acreditar que a pletora quantidade de atos de roubalheira não tenha sido objeto de sistemas criminosos para desviar recursos públicos para o financiamento de campanhas eleitorais milionárias, tendo como objetivo maior a perenidade no poder, sustentado por meio de medidas revestidas de irregularidades, com o peso da maldade que foi capaz de macular todo sistema político-eleitoral, onde os vitoriosos se beneficiaram de esquemas criminosos, à vista dos resultados das investigações vindos à lume.
Os brasileiros precisam criar vergonha na cara e enxergar os verdadeiros perigos em se apoiar, nas urnas, homens públicos sem caráter e sem responsabilidades cívica e moral, que não assumem suas culpas na condução da gestão pública absolutamente maculada pelos esquemas de corrupção, objetivando a consecução de objetivos políticos, tendo por escopo a absoluta dominação das classes política e social e a conquista do poder, além da permanência nele, em indiscutível detrimento das causas nacionais e dos brasileiros, à luz da revelação de fatos comprometedores dos princípios republicano e democrático.  Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 13 de fevereiro de 2018

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