sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Quem comete violência?

O vice-presidente do PT afirmou que o partido irá defender a candidatura de seu líder-mor à Presidência da República até o fim, tendo afirmado que “(...) A gente não admite essa sentença com a inocência dele”, tendo reforçado que o voto nele está bem consolidado, apesar de “toda a pancadaria” que ele sofre da mídia.
Ele também ressaltou que, apesar do impeachment da então presidente, a direita está fragmentada no Brasil, visto que “Quem fez o golpe no País não conseguiu construir lideranças que mantenham as políticas do golpe. A única liderança que semearam e nasceu da intolerância é o (deputado federal) Bolsonaro. Vão ter que se resolver entre eles”.
Ele ressaltou que candidatos como o governador de São Paulo têm pouco a mostrar e muito a esconder, “com os cartéis de trem, das concessões rodoviárias, de todos os escândalos agora da merenda escolar”.
Com relação ao referido governador, o petista ainda afirmou que se trata de (...) figura que não tem projeto para o Brasil. O Brasil não é o estado de São Paulo”.
O petista reforçou a violência de potencial impedimento de candidatura do ex-presidente, por considerar que isso representa ataque ao direito de voto de parcela expressiva da população brasileira.
O petista afirmou que, “Se quiserem inviabilizar a candidatura do Lula, vão pagar o preço disso. Vamos fazer um debate muito intenso com a sociedade brasileira sobre a violência que querem cometer de impedir que o Lula participe das eleições. Para nós, está muito claro. O Lula não participar é tirar o povo do jogo, é permitir que o povo não jogue as eleições.”.
O petista considera importante que, para 2018, haja a formação de ampla aliança de centro-esquerda, com vistas à necessidade de se eleger base sólida para o Congresso Nacional.
O vice-presidente do partido concluiu afirmando que “Em 2002, chegamos a cerca de 90 deputados e nós queremos daí para mais, para atingir a maior bancada e para isso todo esforço de conversar com companheiros e companheiras que já foram candidatos a cargos majoritários, já tiveram outras posições, foram candidatos a governadores, senadores em outras situações poderem ser candidatos a deputados federais para ampliar essa bancada do partido”.
Embora o partido e os petistas digam que não vão admitir a sentença de prisão de seu maior líder político, por acreditarem na inocência dele, a defesa do ex-presidente não conseguiu sensibilizar o mínimo que seja os espíritos dos julgadores, que se basearam nas provas dos autos, certamente com respaldo na materialidade da autoria dos fatos denunciados na Justiça, para condená-lo conscientemente à prisão, evidentemente diante da caracterização dos graves crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, praticados por homem público com suntuoso predicativo ostentado por pouquíssimos que conseguiram ser presidente da República.
Daí ser extremamente degradante que se insista na candidatura de quem é acusado e denunciado à Justiça por ter sido beneficiário de presentes indevidos, por meio de propinas, fato que não combina com o título de quem presidiu o país e agora não tem as mínimas condições morais para sequer pensar em se candidatar, quanto mais de pretender voltar a sentar no trono presidencial, considerando que é absolutamente impossível que alguém condenado à prisão e respondendo a seis processos na Justiça, como réu, venha a se eleger ao cargo máximo da nação carregando sobre seus ombros a marca indelével das graves denúncias de irregularidades, que são incompatíveis com a dignidade que precisa ser acentuada, em se tratando da República do Brasil, que precisa ter seus valores e princípios respeitados, honrados e glorificados.
Não existe violência nenhuma contra a candidatura do ex-presidente, bastando apenas que ele consiga provar na Justiça, não com falácia que os petistas acreditam piamente, mas sim com elementos juridicamente válidos, a sua inocência com relação aos fatos denunciados na Justiça, que é condição sine qua non para que ele se torne Ficha Limpa, mostrando a sua inculpabilidade sobre os fatos cuja autoria lhe é atribuída, cujas provas foram lançadas à saciedade pelo desembargador-relator do último julgamento, que ficou horas e horas a fio mostrando-as, de forma discriminadamente, com minúcias e absolutos pormenores, mas os petistas e idólatras preferem não acreditar na verdade sobre as investigações, diante do irremovível sentimento de que o ex-presidente é incapaz de cometer qualquer delito, por menor que seja.
          Quem precisa pagar o preço não é ninguém senão o próprio denunciado à Justiça, que foi incapaz de contestar os fatos inquinados de irregulares, que, diante da plausibilidade e consistência da sua materialidade sobre a autoria deles, o legou à prisão, sendo enquadrado como autêntico Ficha Suja e impossibilitado de se candidatar a qualquer cargo, justamente por ter se tornado inelegível, já que foi condenado por colegiado da Justiça.
Como consequência, o político foi enquadrado nas normas insculpidas na Lei da Ficha Limpa, que tem o poder moralizador de afastar dos palanques e pleitos eleitorais os homens públicos que se tornaram indignos de exercer cargos públicos eletivos, visto que deles são exigidos os requisitos básicos de idoneidade e conduta ilibada, princípios próprias e inerentes aos homens públicos imaculados e insuspeitos quanto à sua história pregressa na vida pública, o que não é o caso do candidato que os petistas, ignorando suas falhas, insistem na sua candidatura, em verdadeira afronta aos anseios dos brasileiros pela urgente moralização da política e da administração do Brasil, que não merece que homens públicos sob fortes suspeitas da prática de atos de corrupção sejam representantes do povo. 
          Os brasileiros precisam se conscientizar, diante da sua responsabilidade cívica e patriótica, de que se trata de gigantesca violência aos salutares princípios republicano e democrático a forma esdrúxula com que os petistas insistem em empurrar de goela abaixo do povo a candidatura de político sem as mínimas condições éticas e morais à Presidência da República, tendo como possível explicação senão a conquista do poder, para viabilizar a blindagem contra a ação da Justiça, com respaldo no foro privilegiado, ante a pletora quantidade de denúncias que pesam sobre os ombros dele. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 9 de fevereiro de 2018

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