sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Caminho feliz

Muitos são os caminhos de oportunidade, aprendizagem, crescimento, aperfeiçoamento e de tudo que possa influenciar na melhoria da convivência e do relacionamento das pessoas, a depender do seu desempenho nesta vida, em consonância com os parâmetros e os princípios que se amoldarem ao seu pensamento e às suas ideias. Para capacitar os passos seguros e fundamentais na caminhada da vida, há necessidade de sensibilidade e de saber utilizar o livre-arbítrio inerente ao ser humano, como forma capaz de encurtar o sacrifício dessa empreitada terrena, tendo por fim a eterna conquista da felicidade. Sob os prismas da razão e da compreensão, não deve existir, nesta vida, superioridade ou inferioridade entre os seres humanos, porque os caminhos são livres e amplos para todos, com direito de igualdade de condição para chegarem ao mesmo lugar ou a lugares distantes, conforme o merecimento. Não importa se há caminhos tortuosos, com atalhos e empecilhos, porque o único caminho que acena para o sucesso é o que aponta para a direção da linha reta. Quando se aprende a respeitar e compreender o espaço do próximo, chega-se ao consenso de que existe a natural transmissão de energia em busca da felicidade, que somente pode ser conquistada por meio da dignidade e do respeito às diferenças, aos sentimentos e aos valores humanos, como forma de praticar justiça social e valorizar os direitos sociais. Como filosofia de vida, toda pessoa tem direito ao crescimento, à expansão e à felicidade, sendo necessária, para o aproveitamento desse desenvolvimento, a abdicação do egoísmo, que só contribui para o isolamento social. Num contexto em que se pretende cultuar filosofia de vida saudável e libertária, não é admissível a imposição de maneiras, pensamento ou vocação que não sejam compatíveis com as regras de compreensão e de aceitação mútuas. É evidente que o uso da inteligência e da sabedoria, como meios de distinguir o essencial do supérfluo, pode facilitar a obtenção da felicidade, ante o encurtamento do caminho rumo ao progresso. Por natureza, o indivíduo deve ser livre para seguir seus hábitos e suas preferências, em adequação à sua personalidade e em harmonia com os objetivos indispensáveis à direção do caminho da plena realização pessoal e da evolução da consciência e do amor, por meio de vivências harmoniosas interpessoais. Esse entendimento respeitoso fortalece e consolida os valores e sentimentos de individualidade, que não se coadunam com censura de qualquer espécie, sob pena de comprometer o equilíbrio dos princípios de progresso alcançados pela humanidade. Por princípios naturais, o ser humano é livre, legítimo, autônomo e diferente, não devendo ser igual a ninguém nem obrigado a fazer o que não lhe convém, porque a beleza da vida consiste em ser único, com todas as possibilidades e limites que isso trás. As concessões, como forma de aprendizagem, são legitimamente permitidas na vida, mas ninguém deve ser obrigado a fazer o que não combina com a sua personalidade. Quem se dedica com exclusividade às suas causas, aos seus afazeres, sem se preocupar com o que se passa ao largo, se beneficia pela vantagem de poder dispor de muito mais tempo para caminhar despreocupadamente na condução do seu pesado fardo, recebido como incumbência para transportar no curso da sua existência. Não há dúvida de que, diante da disponibilidade mental para pensar e tratar de seus interesses, os objetivos de vida serão alcançados com maior facilidade, uma vez que os problemas e as ansiedades alheios devem ser tratados por seus mentores, porquanto a realidade dos fatos vivenciados no dia a dia mostra que é insensato desejar modificar a trajetória da humanidade, sem que haja motivação plausível. A experiência aconselha que o indivíduo deva ser responsável pelo seu cuidado, como evidente e indiscutível prova de amor eterno e imanente, não merecendo qualquer censura quando se ama, porque amar principalmente a vida merece ser feliz sempre. É muito bom curtir o que se gosta, ainda mais quando não se tem qualquer forma de interferência ou de contestação, pouco importando se sua atitude é ou não convergente com o que alguém pense ou goste, haja vista que o gosto dos outros pode até diferenciar do seu, mas nada pode modificar a sua forma de agir e de preferir. Não há vantagem querer ser o que não é na realidade, nem mostrar o que não é na verdade, porque isso seria exibido apenas por questão de simpatia que não contribui para nada. A simplicidade de hábitos e de comportamento é forma capaz de embelezar a vida e a opção de viver assim é a conscientização do direito de manifestar com autenticidade, apesar de essa preferência poder suscitar incompreensão por parte de quem tem dificuldade para enxergar a sociedade de forma diferente, por não levar em conta que, nesta vida, tudo pode ser certo ou errado, conforme o amoldamento do entendimento das pessoas, à luz da aplicação do princípio do livre-arbítrio, que possibilita a escolha de vida segundo a preferência de gosto e de hábitos. A forma eleita da simplicidade de vida tem importância para quem se contenta em cultuá-la normalmente, por haver nela apenas ideologia de prazer, agrado e atendimento de propósitos sem jactâncias, e ser a essencialidade da valorização de pensamento e de vontade pessoal, não significando ostentação de algo que não seja objeto capaz de propiciar a verdadeira felicidade. É até compreensível que haja quem possa pensar de forma diferente disso, por ser normal no âmbito do direito de se manifestar livremente, apenas como forma de opinião, não devendo, todavia, servir de instrumento de contestação ou censura, quando o entendimento ainda é a melhor contribuição para permitir que as pessoas vivam comodamente, com autonomia para a realização do que for mais prazeroso, em plena harmonia com a vida e com o mundo. Na essência, o que importa mesmo nesta caminhada terrena é o que cada ser pense, planeje e ponha em execução o que achar melhor para alcançar o seu objetivo de vida, independentemente do que pensem sobre suas convicções, atitudes ou seus procedimentos, que nada mais são do que fruto do que a realidade humana vislumbra para o atingimento da almejada felicidade, que pode se revelar apenas por meios e formas as mais variadas possíveis e por dominação da natural criatividade humana. A essência que existe dentro de cada ser, em forma de inteligência, tem a sublime capacidade de orientação e de luz bastante suficientes, por si sós, para a condução segura de tranquila escolha do melhor caminho a ser trilhado na longa e difícil jornada, que, aliás, poderá ser suavizada com a benéfica ajuda da experiência e da boa vontade de quem já tenha ultrapassado os obstáculos de vida. Com certeza, a substituição da crítica, da censura pelo elogio e reconhecimento, de forma sincera e honesta, dos valores das pessoas tem o mérito de melhorar não somente a vida e o astral da sociedade, mas principalmente de quem se digna a se manifestar com inteira justiça, não importando as convicções de gosto, de crenças religiosas, de preferências de hábitos ou de algo que diga respeito em especial à idiossincrasia individual. "O verdadeiro poder e a verdadeira autoridade não são exercer poder e autoridade sobre os outros, mas sobre si mesmo. Entender essa simples verdade é entrar no processo de se tornar um mestre de si. Mais do que tentar controlar os outros, eu começo a perceber que sou capaz de controlar meus próprios impulsos, hábitos, pensamentos e reações." Brahma Kumaris. Viva, caminhe e seja feliz...

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 24 de fevereiro de 2012

Obs: Esta coluna vai entrar de recesso, para manutenção, a partir de hoje até o dia 09/02/2012.

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