segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Trampolim para o poder

O prefeito de São Paulo e presidente do PSD disse que o ex-governador do Estado terá o seu incondicional apoio, caso ele decida se candidatar à sua sucessão, mas, se isso não acontecer, é "muito possível" que o seu partido deverá apoiar o candidato do PT, tendo afirmando ainda que "No passado fomos adversários, não inimigos, mas, como uma aliança se faz olhando para frente, é muito possível que possa existir essa aliança, se os partidos assim entenderem" e que "As relações com o PT são as melhores possíveis, [a aliança] não vai a contragosto. Mas, se Serra for candidato, ele terá meu apoio incondicional". Todavia, já está acertado que a indefinição das negociações na capital não deverá interferir nas articulações para alianças entre PT e PSD em cidades-chave do Estado. Esses partidos estão negociando uma estratégia "casada", que inclui o apoio do PSD ao candidato a prefeito do PT, entendimento esse que pode se repetir em locais estratégicos, principalmente na Grande São Paulo, mantendo essa aproximação também nas futuras eleições. Veja-se que o principal objetivo do PT é afastar de forma definitiva o partido do prefeito dos holofotes do PSDB, mantendo-o como seu aliado na estratégia para derrotar o atual governador, na eleição de 2014. Todo esse “sacrifício” do PT para conquistar e atrair para a sua companhia, com a formalização de alianças políticas, o PSD se chama estratégia vergonhosa de politicagem interesseira, voltada exclusivamente para garantir corporativismo, clientelismo e oportunismo políticos, com a finalidade de expandir o poder que não seria possível a sua viabilidade de forma honesta, límpida e digna, porquanto não se tem em mira nesse acintoso cambalacho nenhum projeto política contendo benefício para o desenvolvimento de segmentos sociais ou para o interesse público, nem tampouco essa aliança acena para o bem-estar do povo, máxime porque a visão dos políticos brasileiros está mais direcionada para os seus próprios interesses como bem maior, em completa distorção dos fins ideológicos partidários que deveriam nortear as suas ações. Não deixa de ser enorme a tristeza de se verificar que o povo, com o seu voto, acaba sendo envolvido nesses conchavos políticos como massa de manobra, tendo a obrigação de dar respaldo a essas negociatas inescrupulosas dos partidos, para o atingimento do poder e nele se eternizar. Não obstante, espera-se que a sociedade de conscientize que essas alianças e negociações de exclusivo cunho politiqueiro, formalizadas por força de interesses partidários, apenas para a conquista do poder, sem qualquer preocupação com benefício social, não podem merecer apoio nas urnas, mesmo porque já foi ultrapassado o momento de o povo ser respeitado e valorizado com a apresentação pelos partidos políticos de programas sérios e competentes, que contemplem somente ideologias em consonância com os anseios da melhoria das condições de vida da população brasileira. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de fevereiro de 2012

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