quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Propaganda enganosa

A Câmara Legislativa do Distrito Federal recentemente veiculou, na mídia, propaganda institucional, à custa do contribuinte, com o exclusivo intuito de promover a sua imagem, com proposta de oportunidade aos brasilienses para comparecerem àquela Casa, no sentido de apresentarem propostas de projetos para discussão. Não deixa de ser verdadeiro contrassenso desse Poder, que tem a cognominação de “Casa do Horror”, justamente porque os parlamentares eleitos pelo povo nada produzem em benefício da sociedade Candanga, mas, em contrapartida, a sua manutenção tem como custo um dos maiores do país, levando-se em conta a falta de racionalidade da sua estrutura funcional, totalmente sobrecarregada de servidores, principalmente ocupantes de cargos comissionados, além dos pagamentos absurdos de despesas com 14º e 15º Salários, verba indenizatória, ajudas de custos – duas vezes por ano -, variados auxílios e outras ajudas. Na verdade, o custo dessa instituição não resiste à mínima avaliação quanto ao custo-benefício, sendo, indiscutivelmente, sinônimo de ineficiência e desperdício de dinheiros públicos, onde os deputados distritais não acenam para nenhuma iniciativa em defesa de austeridade dos gastos e ainda, de forma ostensiva, negociam, como moeda de troca, seu apoio político no Legislativo por cargos no Executivo, além de abarrotarem o orçamento distrital com emendas pessoais, destinadas exclusivamente a promoverem-se junto aos redutos eleitorais, sem qualquer beneficiamento ou melhoria das condições de vida da população. A propaganda publicitária se encerra com o slogan “a casa é sua”. Na realidade, se a Câmara Legislativa fosse efetivamente dos brasilienses, com certeza ela seria imediatamente submetida à verdadeira moralização com a adequação da sua estrutura administrativa aos reais objetivos institucionais; com a eliminação de gastos supérfluos, como verbas indenizatórias, ajudas e auxílios totalmente injustificáveis; com o enxugamento e a limpeza do vergonhoso quadro de pessoal; e com a comprovação de efetiva produção de trabalhos legislativos, em consonância com a sua precípua finalidade. Complementando a assepsia, os “ilustres” deputados distritais seriam sumariamente substituídos por verdadeiros servidores públicos, capacitados e interessados em trabalhar com dedicação em benefício do interesse público. Além disso, outra medida que os brasilienses poderiam adotar de imediato seria o fechamento definitivo da Câmara Legislativa, com a alocação e a efetividade dos seus recursos em programas governamentais, com vistas ao provimento de algo essencial que da sociedade deixa de ser atendida em razão da existência de uma instituição pública sem credibilidade popular, superonerosa, inútil e desnecessária. Urge que a sociedade do Distrito Federal pense melhor e decida sobre a real utilidade e necessidade da Câmara Legislativa do Distrito Federal, também em termos de custo-benefício, ante a constatação de que a sua atual estrutura administrativa não representa com dignidade o povo brasiliense, gasta recursos públicos desregradamente, serve de sede de representação e de interesses corporativos e nada realiza em benefício da população do Distrito Federal. Acorda, Brasília!          

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de fevereiro de 2012

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