quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Somente morosidade?

O ex-jogador de futebol e deputado federal pelo Rio de Janeiro reclamou com veemência da morosidade em votar matérias na Câmara dos Deputados, dizendo que "Têm 3 semanas que venho em Brasília para trabalhar e nada acontece. E olha que estamos em ano de eleição. Espero que na minha próxima vinda a Brasília tenha alguma p... pra fazer. Ou será que o ano só vai começar depois do carnaval?".  Ele afirmou ainda que a culpa pela demora nas votações de matérias importantes é dos políticos. "A PEC 300 também não foi votada. Têm greves acontecendo, pessoas morrendo e lojas sendo saqueadas. Nós políticos somos culpados mesmo!". E concluiu, dizendo acreditar que seja por "falta de objetividade e de sensatez que algumas coisas lamentáveis acontecem no país. Tem coisas que só acontecem na política. E hoje, mais do que nunca, tenho certeza disso.". Tudo o que o nobre de deputado falou sobre a sua Casa de “trabalho” não chega a ser nenhuma novidade. Toda sociedade sabe perfeitamente que esse Congresso Nacional é representado por significativa parcela de políticos incompetentes, fisiologistas e interessados em somente levar vantagem no exercício dos seus cargos, sem o mínimo de preocupação com o equacionamento e a solução dos enormes e graves problemas e demandas que vêm contribuindo de forma positiva para impedir a conquista da melhoria das condições de vida dos brasileiros. Não deixa de ser inaceitável contrassenso esse comportamento dos parlamentares, que são eleitos justamente para trabalhar em benefício do povo, encaminhando da melhor maneira o saneamento das questões recorrentes do país. Não obstante, induvidosamente, o parlamento brasileiro vem se consolidando como uma máquina pesada, bastante abarrotada e encharcada de servidores, descoordenada e desarticulada com a realidade da nação e principalmente com as precípuas funções constitucionais, que estariam vinculadas à resolução das mazelas que dificultam o progresso do país. Além de tudo isso, impende observar que a existência dessa instituição, pelo pouco que produz, não justifica o pagamento das maiores remunerações do serviço público, constituindo verdadeiro torrador de dinheiro dos contribuintes, onde os parlamentares, além da remuneração normal, ainda têm direito a variados e inadmissíveis auxílios, ajudas e verbas de representação, acrescidos da costumeira facilidade dos vergonhosos afagos e agrados com os cargos públicos disponibilizados pelo Executivo, em troca do indecente apoio político, tudo em desarmonia com os reais interesses sociais, que ficam em planos derradeiros e sem qualquer prioridade. A sociedade clama por que outros parlamentares tenham a dignidade, a sensibilidade e a coragem de reconhecer a ociosidade, a inutilidade e a morosidade das ações do Congresso Nacional, ante a falta de produção em proveito dos brasileiros, que são sacrificados para manter essa instituição sem a correspondente compensação, ante a evidente falta de eficiência, de capacidade e de interesse para a solução dos graves problemas que afligem a nação. Acorda, Brasil!     
                                                                       
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 09 de fevereiro de 2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário