quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A impureza moral

Após o leilão de três importantes aeroportos brasileiros, alguns opositores ao governo se manifestaram no Senado Federal, atacando com munição pesada a saída do armário do PT, ao ser sucumbido pela reconhecida incompetência de modernizar diretamente os referidos aeroportos, deixando evidente que o partido "enterrou" de vez uma de suas maiores “virtudes”, a vergonhosa bandeira da boca para fora da luta contra a privatização. Com a quebra da falsa moral, é bem provável que o povo brasileiro irá ficar livre da cantilena petista, com a demonização, em toda eleição, das privatizações realizadas no governo anterior. A entrega da administração dos aeroportos à iniciativa privada caracteriza verdadeiro estelionato eleitora, quando a candidata petista não perdia oportunidade para fazer discursos superexaltados abominando os casos de privatização, considerando-os de absurdos e contrários aos interesses dos brasileiros, deixando a falsa impressão de que em seu governo privatização seria objeto proibido e esse famoso termo não constaria do seu vocábulo. Contudo, diante da constatação da incapacidade gerencial da execução direta de aeroporto com qualidade e eficiência, a petulância do governo petista se vergou inapelavelmente, não tendo sequer coragem de justificar tamanha incompetência administrativa, algo que até poderia deixar mortos de vergonha, caso se tratasse de partido que tivesse um pingo de seriedade, aqueles que acreditavam que privatização era coisa impensável, porquanto foi verificado o sepultamento de compromissos antigos, sem qualquer desfaçatez por parte da mandatária-mor. Embora tivesse partidário afirmando que o governo acertou na concessão dos terminais, em razão do alto rendimento da operação, chegando a atingir a cifra de R$ 24,5 bilhões, cujo valor foi 347% superior aos R$ 5,5 bilhões de lance inicial pelos três aeroportos, quando, na verdade, isso demonstra outra incompetência do governo, que teria infra-avaliados os preços iniciais, possibilitando a enorme diferença obtida. Alguns caciques do partido relutam em aceita a escandalosa privatização, ao denominá-la simplesmente de parceria, que foi coroada de sucesso. Outros entendem que as obras vão ser em benefício do povo, com surgimento de novos recursos, fundamentais para a realização da Copa. As defesas dos petistas são tão insensatas que chegam a ser ridículas, ao negaram que a atitude seja uma mudança de discurso sobre as privatizações, alegando que essas concessões não têm o "objetivo de reduzir o papel do Estado, mas sim aumentar os investimentos". Outros caras-de-pau afirmaram: "Todos somos a favor da iniciativa privada. É um modelo de concessão que foi feito com sucesso e não tem nenhuma relação com o que foi feito antes" e "O PT nunca foi contra concessão de serviços públicos, tanto que temos vários prefeitos que fazem em seus serviços, no transporte, por exemplo. De qualquer forma, não podemos tratar privatização como um palavrão.". Esses políticos petistas são uns “iluminados” e “criativos” para tentar justificar o injustificável sobre as suas maquinações, em nome do “interesse” público, deixando transparecer visivelmente o odor da hipocrisia mascarada em cada manifestação, principalmente porque nada foi dito que essas obras serão financiadas com dinheiro público, mediante aporte de verba turbinada pelos condutos do BNDES, tão bem irrigados com recursos dos bestas dos contribuintes. Haja falsidade para o povão acreditar que se trata de operação bem sucedida, nunca antes ocorrida na história deste país grande e de gente boba. A sociedade não pode mais conviver passivamente com as enganações e ignomínias, disseminadas com o exclusivo propósito de tirar proveito da situação muito bem mascarada e azeitada para a manutenção no poder, cujas atitudes vêm conseguindo, infelizmente, deturpar a consciência moral e cívica da nacionalidade. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 08 de fevereiro de 2012

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