sábado, 14 de fevereiro de 2015

Basta de desmoralização

Um político do PSDB de São Paulo disse que a presidente da República começou seu segundo mandato sob a estrutura de poder montada para evitar processo de impeachment, na expectativa de contar com a proteção de seus aliados políticos. Segundo ele, ela pretendia eleger o presidente da Câmara dos Deputados, onde se ingressa pedido do gênero, em combinação com a sua estrutura de governo, pensando exatamente nessa prioridade.
O tucano disse que "Falo de impeachment com a tranquilidade de uma matéria que faz parte da Constituição. Nada fora da lei. É tudo dentro da lei. Fora da lei, nós não fazemos e não queremos absolutamente nada, mas dentro da lei queremos usar todos os instrumentos para avançar e, eventualmente, mudar o governo deste País.".
Na opinião dele, a presidente conhece o sentimento crescente de insatisfação da população, sobretudo com os rumos da economia: "O desgaste dela é muito forte e ela sabe que ganhou as eleições em condições excepcionais, sem os votos do Brasil produtivo. Se for mantido este sentimento da população e se a sua política econômica não tiver resultado em curto prazo, ela poderá ser submetida a um eventual processo de impeachment. Então o governo foi montado para evitar esse risco. A vitória de Dilma não ocorreu por fraude, mas por farsa, pois (PT) fez a população acreditar que poderia ter perdido os benefícios dos programas sociais caso ela não ganhasse as eleições.".
O político afirmou que a Operação Lava Jato é um agravante adicional para o governo petista: "Isso não é só com a Petrobras, vai se espalhando por outras áreas da administração também.".
Ele concluiu dizendo que "É diferente do que ocorreu no PT, que foi envolvido integralmente, com sua direção, no escândalo. O PT foi tomado pelo processo de corrupção.”.
A presidente da República não queria eleger somente o presidente da Câmara dos Deputados, mas também o do Senado Federal e tudo o mais que seja possível para blindá-la, por todos os meios, contra os vários pedidos de impeachment que vão suscitar tão logo as sujeiras e os podres que enlamearam a Petrobras vierem à tona, envolvendo não somente ela, mas também dezenas de parlamentares, conforme depoimentos prestados pelo ex-diretor de Abastecimentos da estatal.
Os brasileiros esperam que os parlamentares tenham a dignidade e a nobreza de atuarem com isenção e imparcialidade, ao apreciarem os fatos sobre o petrolão sob a ótica da decência, da honestidade e do decoro, tendo em conta, sobretudo, os interesses nacionais, não se deixando mudar de opinião ou de atuação sob efeito da pressão consistente no oferecimento de benesses do Palácio do Planalto, a exemplo da recente votação do projeto que liberou a mandatária do país de cumprir a meta fiscal, em cuja ocasião houve a liberação de emenda parlamentar individual, no valor de R$ 748 mil, em vergonhoso sinal de que os princípios da dignidade, da moralidade, da honestidade e do decoro foram mandados literalmente para o espaço sideral, mostrando, com isso, que o interesse pessoal sobrepõe às causas nacionais.          
O Brasil precisa, com a máxima urgência, ser passado a limpo, porque não tem como a administração do país continuar envolto em indecentes e inescrupulosos processos de negociatas e arranjos que prevalecem o fisiologismo ideológico, onde o Orçamento da União tem servido de balcão de troca, para a formalização de entendimentos em benefício da classe política dominante.
A sociedade tem o dever cívico e a responsabilidade patriótica de exigir que os homens públicos exerçam cargos públicos eleitorais em estrita observância aos princípios da ética, da moralidade, da dignidade e do decoro, como forma de se possibilitar a tão almejada moralização das práticas político-administrativas. Acorda, Brasil! 
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de fevereiro de 2015

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