quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Guerra econômica ou tragédia?

O presidente da Venezuela acaba de anunciar que o governo daquele país assume o controle de uma rede privada de supermercados, usando o pretexto de que havia sido travada uma "guerra econômica" e a ocultação de alimentos da população.
O mandatário venezuelano não esclareceu se a medida será seguida da expropriação da citada rede, se haverá indenização aos proprietários ou se o governo se limitará a assumir a administração - de forma provisória, ou permanente -, mas ele ressaltou que os direitos trabalhistas dos funcionários estão garantidos.
Antes dessa truculenta medida ditatorial, o governo venezuelano havia interditado a rede de supermercados Día a Día, que tem 36 lojas no país, tendo declarado preso o diretor-geral desse estabelecimento, sob a acusação de "boicote e desestabilização" da economia.
O presidente bolivariano declarou, em ato público, que "A partir de amanhã (sábado), a Pdval (Productora y Distribuidora Venezolana de Alimentos) assume todos os serviços dessa rede que estava em guerra com o povo".
As aludidas ações integram estratégia presidencial contra o que o governo classifica de "guerra econômica", à vista do enfrentamento pelo país da grave escassez de alimentos, remédios e diversos produtos básicos.
Segundo o presidente daquele país, a situação é provocada pelos setores privados que escondem alimentos e produtos para manter o "povo irritado, sofrendo". O objetivo seria, de acordo com o mandatário venezuelano, estimular onda de insatisfação contra o governo.
Esse episódio nada mais é do que o reflexo da inevitável exposição da crônica gravidade da falta de abastecimento que afeta o país, devido à incapacidade da produção para atendimento do consumo interno, por consequência das políticas de socialização que reduziram drasticamente os investimentos públicos e privados no parque industrial do país, causando escassez que somente seria suprida se também não houvesse a crise do petróleo, que contribuiu para diminuir a entrada de divisas.
Os mencionados fatos mostram, com letras visíveis, a materialização mais do que substancial da decadência do socialismo bolivariano, tão bem admirado e aplaudido por muitos simpatizantes tupiniquins, que batem palmas para a ditadura venezuelana e a apoia e a incentiva.
É estranho se perceber que os simpatizantes tupiniquins do socialismo bolivariano se comprazem com as práticas de dominação do governo pelo povo, sem terem a menor sensibilidade quanto às agruras e às crueldades que aquele sistema é capaz de submetê-los e ninguém desses pseudossocialistas se atreve a se colocar na situação do povo daquele país, que, além de ser obrigado a aturar a terrível falta de alimentos e de outros gêneros de primeira necessidade, é privado das liberdades individuais, não tendo direito a se expressar livremente, eis que, no governo socialista, não são respeitados os salutares direitos humanos e os princípios democráticos.
É de suma importância que os brasileiros, ajuizados e cônscios sobre os temas tormentosos político-sociais, tomem conhecimento dessa tragédia que se desaba sobre o povo venezuelano, que, apesar dos pesares, merece, com plenos méritos, passar por tamanho sofrimento e imensurável humilhação pela privação de toda ordem – alimentos, produtos de primeira necessidade, remédios etc. -, em completa dissonância com as condições de dignidade compatível com o ser humano, justamente porque ele, o povo fanatizado daquele país, foi fisgado pelo populismo exacerbado de caudilho obcecado pelo poder, tendo conseguido que a sua ideologia fosse abraçada com a maior idolatria em defesa de governo populista ao extremo, exatamente para angariar a simpatia da população menos informada sobre os perigos das “bondades” decorrentes do assistencialismo explícito, a exemplo do que ocorre no momento com o Bolsa Família.
 As consequências são deveras lastimáveis para a população, porque o objetivo da dominação foi amplamente concretizado, com a implantação do sistema socialista, que não tem retorno, salvo se o povo se rebelar contra o governo tirano, em verdadeiro processo violento à custa de muito sangue e muitas vidas, que poderiam ter sido evitadas caso a população tivesse a sensibilidade de prevê que chegaria ao topo de terrível crise generalizada de abastecimento, de falta de liberdade e de democracia e bem longe do progresso e do desenvolvimento, que foram tragados pelo pernicioso sistema bolivariano.
          Pobre povo venezuelano, que não atinou, quando era possível, que o regime socialista só podia resultar na lamentável situação em que ora se encontra o país, completamente incapacitado para oferecer condições dignas e humanas à população, cujo governo fragilizado e impotente é levado a promover intervenção, de forma truculenta, arbitrária e tirana também no comércio, sob argumentos sem o menor fundamento nem plausibilidade, na vã tentativa de controlar a comercialização de produtos à população, em cristalina extrapolação das atividades primaciais do Estado, que somente poderia exercer função nesse sentido nas condições inerentes ao execrável regime socialista, onde o Estado pode tudo, inclusive intervir na iniciativa privada, para acudir a incompetência e a precariedade da administração do país.
Os brasileiros precisam atentar para o fato de que o processo de destruição da Venezuela teve origem exatamente na aproximação do governo Chavista com a população pobre e carente, sob a extremada disseminação do sistema populista e caudilhista, com o endeusamento do ex-presidente, como sendo ele o todo-poderoso, o dono do poder, que foi habilíssimo com as práticas assistencialistas, justamente para atrair a confiança e a simpatia das camadas carentes para o seu projeto de governo, que foi denominado bolivariano e representa o falido, anacrônico e subdesenvolvido regime socialista, que não consegue sobreviver depois de ter tomado e consumido as riquezas da sociedade endinheirada.
O presente alerta é de suma importância porque o governo tupiniquim vem utilizando idêntico processo com as camadas sociais pobres e carentes do país, com o fito de mostrar “preocupação” com a chaga da fome, na tentativa de ressaltar suas “bondades” e “generosidades”, mas, na prática, a verdade dessa aproximação com a pobreza não passa de preparação para facilitar a adesão do povo à vontade do governo na implantação do regime socialista no Brasil, nos moldes do que foi feito na Venezuela, que agora a população em geral daquele país se encontra numa terrível encruzilhada sem saída, se não ser obrigada à submissão às precariedades e às dificuldades oferecidas pelo desastrado governo de incompetência, descrédito e desmoralização.
É evidente que os brasileiros têm suficientes condições para evitar que o país continue no caminho da desgraça e da tragédia que ora predominam no país bolivariano, convindo se rechaçar e repudiar as deploráveis iniciativas de cunho extremamente populista adotadas pelo governo brasileiro e se exigir que os programas sociais sejam transformados em políticas de verdadeira assistência à população carente, ficando terminantemente proibida a sua vinculação a fins personalíssimos, eleitoreiros ou partidários, sob pena de responsabilização dos governantes que contrariarem a essência de tão importante programa assistencial para as famílias que realmente comprovarem carência econômico-financeira. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 12 de fevereiro de 2015

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