segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

À espera da eficiência

Conforme pesquisa Datafolha divulgada no último sábado, a avaliação ótima/boa do governo da petista caiu de 42% em dezembro para 23% agora. O mesmo levantamento mostrou que a avaliação dos entrevistados (4.000 pessoas) que consideram o governo ruim e péssimo subiu vertiginosamente de 24% em dezembro para atuais 44%, demonstrando que a situação passa a ser preocupante para os interesses da nação.
A popularidade da presidenta brasileira atingiu o menor nível desde a eleição, segundo revelam os resultados que são reflexos da combinação do escândalo de corrupção na Petrobras e da piora da economia brasileira. Aliás, a atual avaliação representa a pior marca da presidente petista, evidentemente desde a sua chegada ao Palácio do Planalto.
A pesquisa mostra ainda que 77% dos entrevistados acreditam que a presidente tinha conhecimento da corrupção na Petrobras.  Por seu turno, entre dez entrevistados, seis consideram que ela mentiu durante a campanha eleitoral. Para 46% dos ouvintes, ela falou mais mentiras que verdades - desses, 25% se dizem petistas. Constando ainda da pesquisa que, para 14%, a presidente só disse mentiras.
De acordo com a pesquisa em apreço, a presidente petista obteve a primeira nota vermelha (4,8), após quatro anos no governo e uma campanha vitoriosa pela reeleição.
Na realidade, os fatos evidenciam que, governo que se cerca de seus principais auxiliares, para a execução de seus programas, de políticos de pouca ou nenhuma capacidade administrativa, tendo por finalidade apenas se beneficiarem dos princípios ideológicos do escrachado e recriminável fisiologismo como forma de assegurar apoio político em troca de cargos públicos, não pode ter avaliação positiva sobre o seu desempenho, justamente pela incapacidade de executar as políticas públicas com as indispensáveis competência e eficiência.
A sociedade precisa se conscientizar, com urgência, que o país merece ser administrado por estadista com competência político-administrativa e capacidade para a formalização de políticas sérias e responsáveis de governo.
Essa pesquisa, por certo, não é ainda o reflexo da realidade da administração do país, haja vista que a nação se encontra acéfala, em notório desgoverno, à vista da precariedade da condução das políticas públicas, a exemplo do pífio desempenho do Produto Interno Bruto, mostrando que a economia patina no mesmo lugar, por falta de medidas efetivas de eficiência, que ainda tem como terrível complicador a pior crise de credibilidade, por força dos persistentes e crônicos casos de corrupção ramificada na administração da Petrobras.
É muito provável que o resultado da pesquisa em apreço reflita com fidedignidade a realidade sobre a gestão do governo petista, que não consegue sair do marasmo que se meteu de bastante ineficiência e ineficácia, ante as potencialidades econômicas do país, que poderia estar em estágio avançado caso houvesse competência no gerenciamento das políticas públicas e da prestação dos serviços públicos.
Na realidade, conspira contra a presidente brasileira a precariedade da execução dos programas de governo, por falta de clara definição de prioridades, como evidencia o pífio desempenho das políticas econômicas e da péssima prestação dos serviços públicos, conjunto esse que é o resultado da centralização das decisões na pessoa da presidente, que imagina dominar demais sobre tudo, mas desconhece principalmente a conjuntura macroeconômica mundial, motivo do distanciamento do país do desenvolvimento operado nas economias dos mercados em idênticas competições brasileiras.  
Não há negar a priorização do governo para as questões eminentemente sociais, em sintonia com a ideologia mais esquerdista do partido da presidente, em nítida proteção das camadas sociais carentes, com evidente detrimento das demais políticas de governo, fato esse que tem significativo peso na definição dos fatores de desenvolvimento da nação.
Nos países capitalistas, os governos se elegem com a obrigação de cuidar prioritariamente das políticas públicas de forma global, podendo um ou outro programa merecer cuidados especiais, mas os programas de governo são executados de maneira uniforme, sempre visando ao desenvolvimento ordenado do país, motivação essa totalmente ignorada no Brasil, que tem sido administrado ao sabor das conveniências políticas de perenidade no poder, conforme mostram os fatos.
Contrariamente, no país tupiniquim, as evidências são claras à saciedade que se elege governo para cuidar com maior atenção de programas assistencialistas, que têm sob cadastro, conforme dados oficiais, 87 milhões de brasileiros amparados neles – na totalidade de pouco mais de 200 milhões de pessoas -, sobressaindo os mais de 56 milhões deles inscritos somente no programa Bolsa Família, que tem sido a menina dos olhos do governo, por mostrar empenho cada vez maior para empolgar e melhorar o desempenho desse programa com mais assistência para as pessoas carentes, embora as auditorias promovidas pelo próprio governo, sob a incumbência da Controladoria Geral da União, tenham revelado casos de beneficiários que não preenchem os requisitos de pobreza e de carência exigidos pela legislação de regência, mas mesmo assim, para o governo, o que importa é a quantidade de beneficiários e não exatamente a efetividade na aplicação dos recursos públicos, que deveria ser o pagamento do benefício somente àqueles que comprovarem a satisfação do requisito legal.
Enquanto o país for administrado sob os signos da incompetência, com a priorização, sem eficiência e qualidade, apenas das políticas sociais, tendo como carro-chefe os programas assistencialistas, com viés meramente eleitoreiro, e da desmoralização dos princípios da administração pública, notadamente com o império das corrupções nos órgãos e nas entidades públicos, a tendência é a presidente da República continuar em escala descendente, em termos de aceitação e avaliação do seu governo, que não pode continuar com o desempenho sofrível da economia, adjutorada pelo pífio desempenho do Produto Interno Bruto, pelas altas taxas de juros, pelo descontrole das contas públicas, da inflação  e das dívidas públicas, pela escorchante carga tributária etc., cujos componentes nefastos contribuem certamente para a recessão econômica, a falta de arrecadação, a impossibilidade de investimentos em obras de impacto, a desindustrialização do país, diante da falta de competitividade da produção nacional, a diminuição da oferta de empregos, a redução dos salários e tantas dificuldades que contribuem fortemente para incrementar o subdesenvolvimento da nação.
Urge que o governo e a sociedade se conscientizem que, para a avaliação positiva e a aprovação do desempenho da presidente da nação, exige-se a imprescindível comprovação de competência e de eficiência na governança do Brasil, principalmente na prestação de contas da excelência, otimização e regularidade da aplicação dos recursos públicos, algo que, até o momento, a administração do governo tupiniquim está muito longe de realizar, ou seja, ele está em débito para com a sociedade no que diz respeito, em especial, aos quesitos de capacidade, eficiência e moralização. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 08 de fevereiro de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário