A
presidente da República se reuniu com o seu antecessor, depois de longa
invernada, naturalmente para "pedir socorro", à vista do isolamento
em que se encontra por parte de correligionários ou tentar a contornar os
problemas enfrentados pelo governo, tanto junto ao Congresso Nacional como na
condução das políticas públicas, notadamente na área econômica, cujos
indicadores descambam para verdadeira ruína, com perspectivas de pioras.
Em
que pesem os revezes ocorridos na eleição do presidente da Câmara dos Deputados,
o ministro das Relações Institucionais afirmou não haver qualquer constrangimento
diante das ações que o novo mandatário daquela Casa vem adotando, inclusive no
que se trata do desejo dele de ouvir os ministros do governo.
O
ministro petista aproveitou para parabenizar pela atitude do presidente da
Câmara, fato esse que não passa do anedotário político, porque a convocação de
ministro sempre soou como forma de dar explicação aos parlamentares e o governo
petista, nesse particular, nunca se subordinou ao Parlamento, pois somente eram
convocados os ministros que contassem com o prévio consentimento do partido.
A
presidente do país tenta, desesperadamente, encontrar saída para o imbróglio
que ela se meteu, em razão das medidas desastradas adotadas ou deixadas de ser
tomadas no seu governo.
Para o
ex-presidente petista, o encontro poderá servir para a aproximação dele com o
Palácio do Planalto, voltando a se imiscuir, como sempre foi o desejo dele, nas
decisões de exclusiva competência da presidente da República, que tem mostrado extrema
dificuldade para solucionar as graves questões que estão atormentando a
administração do país.
É evidente
que esse encontro jamais se realizaria agora caso a presidente tivesse soberana
no Planalto, dominando completamente as ações do governo e do Congresso.
Já no caso
das explicações do ministro, para a crise no governo, é ele que merece os parabéns, pelas excelentes
explicações de quem, estando no olho do furacão da mais intensa crise
político-administrativa, consegue demonstrar tudo, menos de que os fatos não
passam de marolinha no governo, sem qualquer consequência.
Não fosse
a gravidade da situação que afeta a atuação do governo, jamais a presidente do
país precisaria tão rapidamente se reunir com o ex-presidente da República
petista, para pedir-lhe orientação e sugestão como ela deva atuar e governar a
nação, na tentativa de contornar a trágica situação do país, que ela não
conseguiu evitar. Todavia, agora, isolada até mesmo do partido e sem
alternativa, procura ajuda de seu padrinho político, que, certamente, a partir
de então, passará a ter voz ativa no Palácio do Planalto, ou seja, voltará a
comandar o país, mesmo sem ter sido eleito para tanto.
Oxalá que
essa conversa entre os mais importantes líderes petistas seja proveitosa e
capaz de contribuir para que o país retome o ritmo da governabilidade, que há
muito tempo essa prática se encontra em desuso, em prejuízo para os interesses
nacionais.
É
lamentável que falte, ao governo brasileiro, o sentimento salutar da
transparência, como forma de se esclarecer a realidade dos fatos, até mesmo nos
momentos mais difíceis dele, tendo em vista que a omissão da verdade somente
contribui para dificultar ainda mais as relações entre a presidente do país e
os brasileiros, que, recentemente, tiveram a sinceridade de avaliar o
verdadeiro desempenho dela, na condução do seu governo, que mereceu nota
lastimável, porém compatível com a real gravidade que se encontra a
administração do Brasil, em situação de descrédito e de desconfiança, ante a
demonstração de incapacidade de superação por parte da mandatária do país,
conforme confirma o seu encontro com o ex-presidente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de fevereiro de 2015
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