segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Os efeitos benéficos da separação política

O grupo separatista Movimento São Paulo Independente (MSPI) realizou ato no dia do aniversário da cidade, nas imediações do Obelisco do Ibirapuera, monumento que simboliza a história de luta do exército paulista na revolução constitucionalista de 1932.
O movimento separatista paulista já é antigo e vem ganhando novos adeptos com o passar do tempo, a exemplo da ampliação ocorrida na última eleição, que contou com a incorporada da voz ativa de um deputado eleito por São Paulo, integrante do PSDB, que fez uso das redes sociais para disseminar sua contrariedade com a reeleição da presidente petista e defender a separação de São Paulo do país.
No momento, existe notório descontentamento com o governo federal petista, o qual tem sido um dos principais argumentos de insatisfação dos separatistas, em que pese a capital do Estado ser governada por prefeito também petista e governador do PSDB, com a hegemonia há mais de 20 anos.
Os separatistas alegam como principal argumento de defesa da pretendida autonomia política de São Paulo o fato de aquele estado ser o mais desenvolvido do país e “sustentar” muitos estados com os impostos arrecadados pela União, fruto da sua produção, sem haver o devido retorno, pelo menos, de parte do montante arrecadado naquele estado.
Não há a menor dúvida de que essa “guerra fria” é decorrente da evidente distorção existente no sistema tributário nacional, que, de tão desatualizado e anacrônico, suscita constantes acusações sobre possíveis injustiças na distribuição entre os estados e os municípios dos valores arrecadados com origem na produção daquele ente federativo, cujo mecanismo pode beneficiar algumas unidades da federação e prejudicar outras, tudo em razão da falta de reforma do aludido sistema tributário, que precisa ser aperfeiçoado, aprimorado e modernizado, à luz da evolução e do desenvolvimento socioeconômico do país.
Essa ideia de separação parece ser excelente, mas tão somente para aproveitá-la para a separação do Brasil inteiro do próprio Brasil, aproveitando o ensejo para a criação de um país totalmente renovado, tendo como principal premissa a proibição de não se aproveitar absolutamente nenhum homem público que esteja exercendo ou já tenha exercido cargo público eletivo, os quais ficam terminantemente impedidos de ocupar cargos públicos eletivos nos Poderes do Executivo e Legislativo, compreendendo a União, os Estados e Municípios.
O país novo poderia ter o nome que representasse uma nação forte, tendo como fundamento principal o imperativo respeito aos princípios da dignidade, da honorabilidade, do decoro, da moralidade, da ética, da transparência e do bom caráter na prática das atividades político-administrativas.
A nova nação continuaria com a mesma estrutura física e geográfica atual, com a grande diferença de que ela passaria a ser governada e administrada sob os auspícios exclusivos da consecução dos conceitos republicano e democrático no sentido da valorização e da priorização da melhoria das condições de vida da população, mediante a execução de políticas públicas visando, com exclusividade, à satisfação das necessidades da sociedade, por meio da prestação de serviços públicos de qualidade e do fomento de mecanismos de desenvolvimento, com embargo, de forma expressa, das espúrias práticas políticas direcionadas ao atendimento de interesses pessoais e partidários, objetivando a abominável, perniciosa e espúria perenidade no poder, modelo esse que foi capaz de empurrar o Brasil para as trevas da incompetência administrativa e das trágicas corrupções que contribuíram para a desestruturação e desorganização da administração do país, conforme mostram os fatos deletérios.
Os brasileiros precisam se despertar da terrível letargia que os impede de se conscientizar, com o máximo de urgência, de que o país se encontra no fundo do poço da governança, em evidente demonstração de que as atividades político-administrativas estão funcionando com enormes precariedade e deficiência, sem a menor perspectiva de melhoras em curto ou médio prazo, a exemplo da previsão de que o Produto Interno Bruto deste ano é igual a zero, ou seja, não haverá crescimento econômico no país.
          Urge que o Brasil seja passado a limpo e a única maneira da efetivação dessa medida começa com a mobilização da sociedade, que tem plenos poderes para promover a separação do país dele e a sua imediata recriação, tendo como pressupostos e parâmetros os salutares princípios da competência, eficiência, dignidade, honestidade, legalidade, moralidade e tudo o mais que não compactue com as práticas político-administrativas anacrônicas, obsoletos e perniciosos aos interesses da população, por serem as causas maléficas que estão contribuindo para o notório subdesenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
          Brasília, em 08 de fevereiro de 2015

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