domingo, 8 de fevereiro de 2015

Falta de bom senso e de responsabilidades

Segundo o Estadão, o ex-presidente da República petista defendeu, de forma exaltada, o tesoureiro do partido, deixando evidente, sem citar nomes, que há forte intenção de impedir que a presidente da República conclua seu mandato.
Ele deu indireta contra o PSDB, ao declarar que os adversários "não querem mais esperar outra derrota" e, "na falta de votos, buscam atalhos para o poder, manipulando a opinião pública e constrangendo as instituições". Já a presidente do país falou em "golpismo dos inconformados com o resultado das urnas".
O petista disse, segundo a Agência PT de Notícias, que "Não é fácil um partido de esquerda governar um país importante como o Brasil. Eles não querem nem deixar concluir o mandato da Dilma, tentando criar todo e qualquer processo de desconfiança. Querem que o PT seja desacreditado na sociedade brasileira. A quarta derrota eleitoral consecutiva despertou os mais baixos instintos dos nossos adversários".
A presidente do país também disparou contra os setores que não aceitaram a derrota eleitoral, dizendo que "Nós temos força para resistir ao oportunismo e ao golpismo inclusive quando ele se manifesta de forma dissimulada. Os que são inconformados com o resultado das urnas só têm medo de uma coisa: da mobilização da sociedade em defesa das instituições e em repúdio a qualquer tentativa de golpe contra a manifesta vontade popular.".
          Os dois principais líderes petistas destacaram a tese golpista, em razão da condução coercitiva do tesoureiro do PT, que foi levado, por ordem da Justiça, à Polícia Federal para prestar depoimento no âmbito da Operação Lava Jato.
Em razão da investigação do tesoureiro do PT, por suspeitas de intermediar a arrecadação de propinas ao partido, por meio de esquema de corrupção e de cartel na Petrobrás, o ex-presidente da República, segundo relatos colhidos pelo Estadão, comparou as denúncias investigadas pela Lava Jato ao mensalão, tendo concluído que "Se a ficarmos quietos, a sentença já está dada." Para ele, há tentativa de "criminalizar" a legenda, motivo pelo qual ele disse que o partido precisa reagir, sob o risco de o Judiciário "julgar (os crimes investigados pela Lava Jato) pela pressão que se cria na sociedade e não pela lei".
O Brasil está precisando, com o máximo de urgência, de reforma político-eleitoral-partidária, como forma de se permitir que a população possa decidir pela continuidade ou não de governante que tenha perdido a credibilidade e as condições indispensáveis para administrar o país continente como o Brasil, por incompetência, incapacidade, ineficiência e completa falta de habilidades político-administrativas.
Além da notória caracterização de completo desgoverno, a administração do país se encontra atolado no lamaçal da corrupção nunca vista na história republicana, o que também seria mais do que suficiente para o imediato afastamento da governante que apenas fica reiterando que apura e pune, sem promover uma única medida de efetivo saneamento das graves irregularidades, salvo a substituição da presidência da Petrobras, cujo ato estapafúrdio agravou o que já era trágico para os interesses da estatal, à vista da completa reprovação da medida pelos investidores, que demonstraram sua insatisfação com a estrondosa queda das ações da empresa, por enxergar que o novo presidente não passa de menino de recado da presidente petista, para continuar blindando as falcatruas que não podem passar pelo crivo da transparência, a exemplo da revelação do prejuízo de mais de R$ 88 bilhões, cuja divulgação causou terremoto nos alicerces do Palácio do Planalto, que não concordou com essa "bobagem" praticada pela ex-presidente da estatal, embora o aludido valor reflita a realidade dos fatos, salvo se o rombo nas contas da empresa não for ainda maior, visto que ainda não foram contabilizados os resultados das competentes investigações objeto da Operação Lava Jato, que foi capaz de mostrar o tanto dos estragos causados ao patrimônio da estatal.
Compete à sociedade rechaçar, com veemência, as insensatas colocações dos políticos que tentam atribuir à oposição e à mídia a revelação das deficiências, das precariedades e dos desgovernos, que são notórios e precisam ser divulgados, com total transparência, por força da obrigação da oposição atuante e responsável, a exemplo do que fazia com competência e até com exagero o PT, quando era partido de oposição e defendia, de forma intransigente, a ética na política.
Agora, essa história de se dizer que a oposição pretende criar processo de desconfiança não passa de mentalidade destituída de bom senso e de racionalidade, por menosprezar, in limine, não somente o pífio desempenho das políticas públicas, mas os importantes resultados das investigações objeto da Operação Lava Jato, que está revelando o mar pútrido da corrupção que imperou por longo tempo na estatal comandado pelo governo, a quem se deve imputar a culpabilidade de não ter sido capaz de controlar, fiscalizar e evitar que o patrimônio da estatal fosse dilapidado, de forma cruel e impiedosa, a ponto de deixar a sua administração completamente desacreditada e desmoralizada, como evidenciam as seguidas quedas de suas ações, que nunca estiveram tão desvalorizadas.
Com certeza, o país não merece ser administrado por governo com ideologia esquerdista que tem um único projeto de perenidade no poder, fazendo uso, de forma deletéria, de recursos públicos, em notório prejuízo para a sociedade e para o país, que padece pelo ridículo processo de progressivo subdesenvolvimento, conforme comprovam o péssimo desempenho das políticas econômicas e a precária prestação dos serviços públicos, fatos que contestam, por si sós, as infelizes afirmações dos principais líderes do partido do governo.
Os caciques petistas poderiam, diante das pletoras irregularidades protagonizadas e denunciadas à saciedade, altamente prejudiciais para a nação, calçar as sandálias da humildade, para reconhecer os graves erros atribuídos ao desastroso governo brasileiro, como forma de não continuar no ridículo de culpar os adversários e a mídia pelo notório fracasso do desempenho do governo, quando a população esclarecida, informada e cônscia da responsabilidade cívica, não tem dúvida de que o governo precisa melhorar bastante a governança, em termos de competência e moralização da execução das políticas públicas, para readquirir a confiança e a credibilidade dos brasileiros, que concordam plenamente com as opiniões segundo as quais as criminalizações do PT e do governo são absolutamente devidas e justas, somente rechaçadas por quem não tem bom senso nem responsabilidades para com os interesses do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 07 de fevereiro de 2015

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