sábado, 21 de setembro de 2024

A minha estrada

 

Em mensagem divulgada na internet, é mostrada linda estrada de terra, em forma de areia branca, em região do interior, encimada da inscrição que diz o seguinte: “Procurando por pessoas que sentem saudades dos tempos que caminhavam pelas estradas do interior.”.

Como se percebe, a pergunta é bem clara, querendo saber quem tem saudade de ter andado em estrada de terras, no interior do Brasil.

Na verdade, tenho nítidas lembranças da estrada que usei bastante e por muito tempo, na minha infância, que tinha o percurso de aproximadamente 4 quilômetros, indo da cidade de Uiraúna, PB, ao sítio Canadá.

Pois bem, não se tratava de caminho igual ao que foi mostrado no vídeo, que é visivelmente muito bem cuidado, retilíneo e de areia branca, posto que a minha estrada tinha muitos pedregulhos, entremeados com subidas e descidas, de difícil trajeto, mas mesmo assim era satisfatório caminhar sobre ela, principalmente porque o seu trajeto seguia quase linha reta.

Na época do inverno, quando se fazia a plantação de legumes, eu trabalhava, pela manhã, no roçado e, depois disso, em sol a pino do meio-dia, enfrentava esse percurso para ir até a cidade, com a finalidade de assistir às aulas do primário, no Grupo Escolar Jovelina Gomes, em demonstração de muito sacrifício que certamente Deus me ajudava a superá-lo, com obstinação e alegria.

Isso foi feito por mim todo santo dia, fizesse chuva ou sol, curiosamente para o meu próprio bem, uma vez que os estudos me ajudaram à construção do meu futuro.

Na verdade, tenho muito orgulho de ter enfrentado esse duro percurso, porque o que aprendi nesse período certamente contribuiu muito para o prosseguimento de meus estudos, que se harmonizavam com o alcance de reafirmação na qualificação de qualidade.

Ou seja, se eu não tivesse enfrentado a dureza do sol escaldante e da lonjura do caminho tortuoso e íngreme, seria absolutamente impossível a continuidade de meus estudos, quando o meu destino se fundou no pouco que aprendi, ante a consciência que devia ter sido precisamente assim, sem muita convicta exatamente sobre isso, mas era precisamente assim que eu precisava ter agido e feito.

Esse mesmo caminho foi usado reiteradamente por mim, para o transporte, em animal de carga, de alimentos, água, lenha e toda espécie de objetos necessários à sobrevivência da minha família.

Ou seja, trata-se de estrada que tenho lindas lembranças e jamais esquecerei um palmo sequer dela, porque ela foi muito importante na minha vida, por ter facilitado o meu percurso quase diariamente, mas sou muito sincero em dizer que saudade dela não tenho nenhuma.

A verdade é que Deus quis que eu tivesse pisado tantas vezes quanto necessário tenha sido naquela inesquecível estrada da minha infância, exatamente assim como fiz, porque isso precisava ter acontecido, seguindo o destino que é traçado para ser completado, na vida.

O importante é que a minha estrada foi a dádiva divina que se ofereceu para mim, em exato momento que se fazia necessário, tendo me propiciado somente prazer em usá-la, uma vez que o fim do seu percurso para mim abriu o vasto mundo que eu tanto precisava para a realização de incursões maravilhosas e progressistas por outros e novos caminhos, também recheados de tantos outros percalços, que seriam igualmente superados, certamente com os subsídios acumulados ao longo da experiência haurida na minha querida estrada, que tanto me ensinou a desviar as dificuldades da vida.

Fico feliz em ver a imagem da estrada mostrada no vídeo em apreço, tão bem conservada e cuidada, porquanto a estrada do meu percurso faz parte da minha vida e, por meio dela, devo ter dado várias voltas ao redor do mundo, em extensão de distância, mas sem sentir quaisquer saudades...

Brasília, em 21 de setembro de 2024

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