Tem sido comum a publicação de fotografias mostrando casas antigas,
situadas em fazendas e roçados, absolutamente abandonadas, evidentemente por
seus antigos ocupantes, cujo fato tem sido motivo de apreensão das pessoas que nasceram
na roça, como eu, que sou filho e neto de pessoas que viveram em casa assim, na
fazenda.
De início, aproveito o ensejo para me congratular, em forma de
solidariedade, com as pessoas que estão defendendo a causa das casas esquecidas
e abandonadas à própria sorte, neste mundo de Deus, dizendo que me emocionei ao
escrever este texto.
Pois bem, sempre que vejo a imagem de casas lindas como a que foi
mostrada no vídeo que circula na internet, em verdadeiro estado de total abandono
e em completa deterioração, pela marca do tempo de desprezo, meu coração se
comprime de tristeza, por imaginar o quanto de importante história já se passou
naquela casa.
Certamente que ali naquela casa é guardado riquíssimo patrimônio referente a
pessoas especiais e importantes, que ficará para sempre dentro dela, que passa
a ser guardiã de segredos e lindos momentos de famílias que a habitaram por
tanto tempo, tendo sido o aconchego de muitos casais, filhos e netos, desde o nascimento de muitas e importantes pessoas, além
do acompanhamento da convivência com pessoas maravilhosas, constituindo verdadeiro
acervo construído ao longo do tempo.
Trata-se de verdadeiro patrimônio que chega a um instante que passa a
não ter a mínima finalidade nem importância para mais nada, cujo destino, além
do eterno abandono, é a destruição, aos poucos, lentamente, parte por parte, pedaço
por pedaço, até nem ficar sequer as suas bases.
Eu que nasci em imponente casa de fazenda avalio com o máxima de tristeza
sempre que me deparo com imagem de casa que não tem mais nenhuma serventia,
como se ela só merecesse o desprezo para sempre.
Eu sinto muito por todas as casas que são mostradas nesta coluna,
completamente abandonadas e esquecidas, quando elas já foram de extremas utilidade,
propiciando aconchegantes e importantes momentos para muitas gerações, mas
agora nada disso tem qualquer valor, estando como algo sem mais qualquer
utilidade, desprezada e com o destino certo de se esvair com o tempo.
À toda evidência, essa sentença é muito dolorosa e causa muita comoção em
nossos corações que nascemos em casas exatamente com esse modelo, nos sítios e
fazendas, as quais já foram o esteio seguro e valioso de muitas famílias.
Enfim, parece que é o destino não só das pessoas, mas também dos imóveis,
como casas e galpões, que já foram úteis e importantes para muitas famílias,
mas o certo é que, mesmo já tendo sido útil e bom, já não tem mais serventia, por
circunstâncias da própria vida, infelizmente.
Na verdade, trata-se da normal evolução dos tempos, ditadas pelo próprio
homem, em que somos obrigados a nos adaptarmos à realidade da vida, que não se
permite alternativa, senão apenas o doloroso lamento!
Brasília, em 20 de setembro de 2024
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