As queimadas das florestais e dos cerrados brasileiros se tornaram mais
do que desafios ambientais, à vista dos enormes impactos devastadores sobre a
biodiversidade, a economia e a saúde da população, que termina sendo bastante
prejudicada, diante da incompetência da gestão pública.
Sim, nessa questão das queimadas, convém sim se reconhecer a enorme culpa
do Estado, que vem agindo por força da sua incumbência constitucional de
protetor das floretas, mas as suas ações se tornam meramente paliativas, diante
do aumento progressivo dos incêndios, quando seria razoável que houvesse redução
da sua incidência, caso as medidas adotadas tivessem efetiva eficácia.
A frequência e a intensidade dos incêndios influenciam e potencializam mudanças climáticas, causando graves consequências
no ecossistema, com notáveis prejuízos aos recursos naturais, além do desencadeamento
de significativa crise ambiental global.
Nesse contexto de queimadas, o Brasil vem enfrentando severas secas,
jamais vistas na sua história recente, fato este que propicia a propagação
descontrolada do fogo em praticamente todas as regiões brasileiras, que se
mostram impotentes para debelá-lo prontamente, por meio dos recursos disponíveis,
o que mostra a imperiosa necessidade de urgentes inovações nesse setor.
Neste ano, verifica-se expressivo aumento de 50% na quantidade de
incêndios, em comparação com o mesmo período do ano passado, já tendo sido
contabilizados, até o fim de agosto,
pasmem, cerca de 140 mil focos de incêndios, em todo o país, com graves
impactos ao meio ambiente e principalmente à economia nacional, além da
propiciação de riscos à saúde dos brasileiros, devido à fumaça e à poluição
tóxica ou não.
À toda evidência, as abordagens meramente convencionais de combate ao
fogo, com base em reação da incidência das queimadas, do que propriamente em
prevenção, se revelam absolutamente insuficientes, em razão das crescentes
magnitude e severidade dos incêndios.
Ou seja, é imperioso se mudar radicalmente a forma do combate aos
incêndios, tendo como ênfase a implantação de sistema moderno e inteligente,
dando lugar ao planejamento, à prevenção, com campanhas educativas, e ao manejo
da biomassa inflamável, uma vez que, se tratando de fogo, o homem sempre chega
depois dos enormes estragos causados ao bioma.
É muito importante o uso de tecnologias avançadas, com o emprego de
drones, satélites, redes de sensores conectados por internet e inteligência
artificial, por permitirem o monitoramento de áreas vulneráveis, em tempo real,
e a detectação de focos de incêndio, antes que eles se alastrem e se tornem
incontroláveis pelos meios convencionais.
Apesar de tantos desafios para se evitar as queimadas, ganha relevo o monitoramento e a prevenção, principalmente
nas áreas da sua maior incidência, por meio de práticas de manejo e uso
econômico de biomassa suscetível ao fogo, levando-se em conta a inevitabilidade
inerente à intensificação da crise
climática.
Sim, com vistas ao combate aos incêndios, é preciso contar com uma série
de importantes medidas, entre as quais a criação de legislação com regras severas,
que coíbam e punam com dureza incêndios criminosos, políticas públicas robustas
e incentivos econômicos adequados, aliados ao uso de tecnologias avançadas,
para o monitoramento e a prevenção de incêndios.
Ou seja, é possível se transformar problema ambiental gravíssimo em oportunidade
de desenvolvimento sustentável, desde que haja vontade política e interesse em
salvar o ecossistema brasileiro.
Só há uma hipótese de socorro e salvação do bioma brasileiro, se
realmente houver verdadeira revolução de abrangência nacional, por meio de ações
coordenadas entre governos, instituições especializadas, agropecuaristas,
empresários e sociedade em geral, comungando juntamente com programas de
capacitação e educação sobre práticas de manejo e prevenção, exclusivamente com
essa missão de extermínio à esculhambação do desprezo à causa ambiental.
Enfim, a essencialidade para o combate aos vergonhosos incêndios nas
florestas brasileiras tem exclusiva centralidade na vontade política de assim
querer e decidir, de modo que haja a priorização de ações conjuntas, com o
envolvimento e o compromisso de salvamento do ecossistema brasileiro.
Brasília, em 18 de setembro de 2024
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