Neste ano, o Brasil superou os 6,5 milhões de casos prováveis de dengue
e, embora a incidência da epidemia tenha diminuído nos últimos meses, foram
registradas, pasmem, 5.244 mortes pela doença, que poderiam não evitadas
totalmente, mas, ao menos, minimizadas, caso houvesse interesse em multiplicar
as medidas de combate a essa desgraça.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da
Saúde, o número de casos prováveis é de 6.500.835 em pouco mais de seis meses.
Estão sendo investigadas mais 1.985 mortes, fato a se indicar que a
quantidade de mortes poderá ser bem superior aos 5.244 casos já confirmados.
Até agora, o número recorde de casos foi registrado em 2015, com 1,6
milhões, enquanto 2033 foi o ano com mais mortes, quando foram registrados 1.094
óbitos, que é quase 5 vezes menos da quantidade registrada este ano.
O Brasil acompanhou a América Latina, no expressivo aumento de casos de
dengue, sendo que este ano pode ser equiparado à verdadeira epidemia de dengue.
A incidência de casos de dengue vem sendo atribuída aos distúrbios climáticos
provocados pelo fenômeno El Niño, que fez subir as temperaturas e aumentar as
chuvas em quase todas as regiões do país.
A melhor notícia sobre a dengue foi que a taxa de incidência baixou
consideravelmente, nos últimos meses, graças à chegada do inverno e da seca em
algumas regiões do país.
Conforme o Ministério da Saúde, a taxa de incidência da dengue, no
Brasil, é de 3.201,4 casos para 100 mil habitantes.
De acordo com o estudo publicado na revista Nature Communications, que
envolveu cientistas de várias países, já existe previsão no sentido de que, em
2039, 97% dos municípios brasileiros serão afetados pela dengue, ou seja, quase
todas as localidades brasileiras.
É evidente que essa terrível conclusão parte da premissa de que o descaso
das autoridades sanitárias contribui de forma significativa com a progressão
dessa desgraça contra os brasileiros indefesos, que não têm a quem recorrer,
uma vez que quem teria condições de socorrer os brasileiros já demonstrou a sua
completa e infeliz omissão perante essa tragédia epidemia social.
No Brasil, a maior parte das áreas invadidas nos próximos anos será no
sul, conforme as pessimistas projeções.
À vista das desagradáveis estatísticas sobre a evolução da dengue, em
absoluta demonstração de descontrole, no Brasil, não há a menor dúvida de que é
bastante preocupante a questão relacionada com essa doença letal, que aumenta
desordenadamente, em todas as regiões, mas nada é feito de forma emergencial e
prioritária, em forma de combate à dengue.
Agora, o mais grave ainda é que o principal órgão do governo, que tem a
incumbência de combater a dengue, não esboça qualquer medida em forma de
política com prioridades no combate à dengue, posto que, ao contrário, seria
motivo de preocupação em eliminar essa calamidade pública.
Ou seja, para o atual governo, a mortandade de pessoas, por conta da expansão
incontrolável da dengue, não passa de estatística sem a menor finalidade,
enquanto nos países sérios e evoluídos, em termos de saúde pública, isso teria
significativa importância como alerta sobre a premência da implantação de
medidas emergenciais em combate à dengue.
Infelizmente, as notícias acerca do aumento da dengue têm muito com o
péssimo desempenho dos órgãos incumbidos do combate à doença, que demonstram
pouco interesse na preservação da vida dos brasileiros, porque, do contrário,
medidas emergenciais e até campanhas de mobilização seriam planejadas e
executadas, com especificamente finalidade preventiva, de forma intensiva, com
maior atenção nas regiões mais afetadas pela doença.
Causa perplexidade que são 5.244 vidas perdidas por causa da dengue, que
poderiam ter sido evitadas ou reduzida para bem menor quantidade, caso houvesse
maior empenho e otimização das medidas preventivas, ninguém é responsabilizado
por tamanha tragédia humanitária.
Enfim, espera-se que as autoridades sanitárias e de saúde pública se
conscientizem sobre a urgente necessidade de priorizar a intensificação de
políticas de combate à epidemia da dengue, principalmente nas localidades de
maior incidência da doença, onde foram verificadas mais mortes este ano, de
modo que seja possível se evitar tantas mortes, como já aconteceu este ano, uma
vez que o salvamento de vidas só depende da vontade e do interesse do governo.
Brasília, em 4 de setembro de 2024
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